segunda-feira, setembro 19, 2016

Todos somos iguais, mas uns menos do que outros!

No passado dia 13 de Setembro foi publicado,  em Diário da República, um escândalo!

A publicação determina que os membros da Comissão Executiva da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde recebem benefícios monetários: senhas de presença, compensações de deslocação, ajudas de custo, compensação própria pela emissão de cada parecer(!!), etc.

Isto não tem paridade em mais nenhuma comissão!!!
Há dinheiro para uns e não há para outros!?

(Faz lembrar a Enfermagem...)


terça-feira, setembro 13, 2016

A derrota da Enfermagem!

No próximo dia 15, quer a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros queira ou não, será apresentada a regulamentação do acto médico, na comemoração da aniversário do SNS.

Após um conselho de ministros dedicado à efeméride, será anunciado, com pompa e circunstância, o documento que os Médicos sempre desejaram! Conseguiram.

No documento, atabalhoado, existem outras regulamentações de outras profissões que só lá constam por arrasto. Era muito desafiafor a regulamentação do exercício médico apenas,  portanto, juntaram-se lá outras profissões para que o parto documental vislumbrasse a luz sem alarido ou oposição!

Agora, o acto de Enfermagem passa a estar definido sem ser compreender o lugar do REPE (a Enfermagen era a única profissão da Saúde com a publicação de um instrumento legal que regulamenta o seu exercício)!

O documento nada a acrescenta à nossa profissão, mas acrescenta a outras: passa a estar escrito em papel que são os Nutricionistas que prescrevem dietas ou os Psicólogos que executam intervenções de âmbito psico-terapêutico, etc...
Um Enfermeiro pode prescrever dietas ou entra em litígio legal com os Nutricionistas?
Os Enfermeiros de Saúde Mental ficam com o conteúdo funcional esvaziado em detrimento dos Psicólogos?!
Como ficam as nossas Especialidades?

Por outro lado, as instituições ficam legalmente obrigadas a contratar mais profissionais dessas classes (e, obviamente, menos Enfermeiros...).

O pior problema de todo este imbróglio é a abertura de um precedente a favor dos Médicos (nunca tinham conseguido maga do género). Agora, continuarão a aperfeiçoa-lo.

Relembro que este processo bem conduzido pelos Médicos originam resultados devastadores: em alguns países o acto médico é tão castrador que uma simples massagem com heparinóide dentro do hospital carece de prescrição médica!


quarta-feira, setembro 07, 2016

SEP nivela por baixo!

O SEP continua a sua saga comunista com o objectivo de nivelar os salários por baixo e equipar os Enfermeiros aos Electricistas, Canalizadores, etc., porque afinal de contas "somos todos iguais".

Desta vez o SEP resolveu ir "repor legalidades" para a VMER de Faro e conseguiu um feito extraordinário: conseguiu reduzir o valor/hora de uma colega de 16 para 8 euros/hora.

De realçar que o SEP é manifestamente contra as compensações monetárias dos Enfermeiros.

Há uns anos, para "repor legalidades", conseguiram a proeza de reduzir os honorários de uma equipa (voluntária) Enfermeiros escalados para as transferências inter-hospitalares, de 9 euros/hora para zero euros. Forçou o Hospital a integrar essas no horário normal (contra a vontade dos Enfermeiros)!!

Em 2009, através do acordo com a hospitalização privada, conseguiu reduzir os salários do Enfermeiros da então Espírito Santo Saúde!

O SEP prejudica a Enfermagem.


terça-feira, setembro 06, 2016

Ordem inicia processo de regulamentação do "extra-hospitalar".

Vi uma notícia da Ordem dos Enfermeiros, ilustrada com uma VMER, com a afirmação de que vão proceder à regulamentação da área.

Fiquei verdadeiramente satisfeito, pois é um domínio muito importante, onde muito Enfermeiros exercem e não existe um documento orientador.

Depois, li a notícia e... fiquei preocupado. As minhas preocupações são legítimas.
Segundo consta (numa notícia publicada a 26/08/2016), a Ordem nomeou um grupo de trabalho naquela semana, com o objectivo de ter um draft até 31 de Agosto, para "consulta pública".

Assim:

1 - Numa área de tamanha importância não consigo conceber como é que um regulamento desta índole seja projectado apenas numa semana! Porém, aguardo o resultado;

2 - Não percebi a menção à "consulta pública". Consulta de quem? Dos Enfermeiros? Do cidadão? De todas as outras classes profissionais?
Um regulamento desta categoria deve, sim, ser submetido à aprovação da Assembleia Geral e posteriormente, se aprovado, ser enviado para homologação do Ministério da Saúde;

3 -  A área que se pretende regular é a do Pré-Hospitalar e não do "Extra-Hospitalar"!!
É um erro ou alguém se lembrou de alargar o âmbito da coisa?!
Se assim for, segue-se um trabalho hercúleo e gigantesco, pois há que definir, conceptualizar, regular e legalizar uma nova área de cuidados!
Como é óbvio, o que significado de "Extra-Hospitalar" tem de ser o mesmo para todo o sistema de saúde e para os 10 milhões de habitantes.
Cada classe não pode "criar" levianamente novos conceitos. Segue-se um longo e penoso trabalho legal, junto da Assembleia da República, etc, etc, etc. Tudo numa semana;

4 - A definição de competências acrescidas só pode ser atribuídas Enfermeiros Especialistas de acordo com o aprovado em Assembleia Geral. Muitos dos Enfermeiros do INEM não são especialistas, ao passo que outros nem dois anos de exercício profissional têm;

5 -  Será preciso enorme atenção para não colidir com o regulamento de competência atribuído à especialidade de Pessoa em Situação Crítica, sob a pena de se tonar numa amálgama pouco clara e objectiva;

6 - O grupo de trabalho nomeado é muito pouco plural: recorre apenas a membros internos da própria Ordem e não é enriquecida com a experiência especialistas  e know-how de especialistas externos!
Além disso, não abarca um representante de toda a extensão da área. Não existem membros em exercício em SIV's.
Fico receoso com a tendência do documento, pois entre os membros existem elementos que são proprietário de empresas de formação no Pré-Hospitalar, com antecedentes de formação a TAE do INEM, o que pode, eventualmente, levantar problemas de sobreposição e conflitos de interesses;

7 - Espero que não seja copy/paste do mesmo documento da congénere Ordem dos Médicos!


segunda-feira, setembro 05, 2016

Prioridades...

Enquanto a Ordem dos Médicos discute um novo perfil de Gestores do SNS (cujo requisito é serem Médicos) e a Ordem dos Farmacêuticos discute com a tutela os pormenores acerca do alargamento de funções das farmácias, a Ordem dos Enfermeiros organiza um bom torneio de futebol...


domingo, setembro 04, 2016

Roubos à Enfermagem!

"Veja-se o caso dos funcionários públicos: "No final deste ano, repondo os cortes, ficarão com um vencimento igual ao que tinham em 2009""
(António Costa, 3 de Setembro de 2016)

Serão repostos os cortes das horas suplementares - que afectam uma enorme fracção da classe - dos Enfermeiros?

Os Enfermeiros foram muito penalizados. Sofreram a subtracção das sobretaxas. Depois, o corte dos suplementos para metade e a transição não remunerada para as 40 horas (que implicou uma redução do valor/hora e, por conseguinte, dos suplementos (que, por sua vez, já tinham sofrido o tal corte de 50%).
Não esquecer que o próprio salário-base é dos mais baixos da Administração Pública!

Tetramente prejudicados!


Falácias.

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O rácio Enfermeiro/Médico é um indicador muito pobre para traduzir seja o que for. Regra geral, este "indicador" não é uma causa, é o um efeito.
A Etiópia tem um fabuloso rácio Enfermeiro/Médico, por exemplo.
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O número de Enfermeiros até pode ser satisfatório, mas basta que o número de Médicos seja muito elevado ou reduzido para que o indicador fique distorcido.
O rácio Enfermeiro/Médico tem uma relação forte com uma variável: o salário. Quanto mais Enfermeiros por Médico, mais baixo é o salário dos Enfermeiros (em função do país em questão).
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Segundo relatórios da OCDE, o rácio Enfermeiro/Médico está a diminuir e continuará diminuir no futuro (por razões bem definidas e apresentadas pelos mesmos relatórios - a major prende-se, na base, com a maior qualificação académica dos Enfermeiros: "on average, the nurse/doctor ratio declined slightly from 3.1 to 2.9 across OECD countries, suggesting that "skill mix" defined in this crude way has been increasing.
A possible explanation is that advances in medical technology and rising activity rates continued to drive the demand for doctors and part of the demand for nurses upwards, whereas at the same time they reduced another part of the demand for nurses, because less invasive surgery and better drugs and anaesthetics raised day surgery rates, reduced hospital length of stay, reduced hospital beds, and enabled growing numbers of patients with chronic illnesses to be cared for in primary care settings.
").
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Ninguém argumenta com o rácio Psiquiatra/Psicólogo, Fisiatra/Fisioterapeuta ou mesmo Arquitecto/Engenheiro, porque estas profissões ocupam patamares formativos semelhantes e uma diferenciação técnico-científica similar.
Porém, é possível constatar que certa empresa tem y Pedreiros por Engenheiro Civil ou que um Jardim de Infância tem z Auxiliares por cada Educadora...

sexta-feira, setembro 02, 2016

Salários dos Enfermeiros.

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Se se debruçarem bem sobre os indicadores salariais dos Enfermeiros (em comparação com o salário médio do respectivo país), é possível extrair duas conclusões:
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1 - Quanto maior é o rácio de Enfermeiros por mil habitantes, menor é o salário dos Enfermeiros!
2 - Quanto maior é a proporção Enfermeiros/Médicos, menor é o salário dos Enfermeiros!
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Ex. 1 - No Reino Unido, o salário dos Enfermeiros é muito baixo. Um Enfermeiro que exerça Inglaterra aufere 80 a 90% do salário médio; ou seja, comparativamente, em Portugal, ganharia cerca de 700 euros!
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Ex. 2 - Na Noruega, um Enfermeiro ganha o mesmo que um cabeleireiro por conta de outrem (e pouco mais do que um cantoneiro).

Para a Ordem é melhor não se passar nada.

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A Ordem das Enfermeiros anda completamente baralhada. Sobre o seu mandato social, nada - quase não existem documentos novos, não sabemos que posição tem sobre o MDP ou como está a estrutura de idoneidades, que desenvolvimentos há sobre as especialidades, etc, nada! Está tudo parado, na dubiedade.
Nos assuntos em que se "mete", falha redondamente. Estou a referir-me especificamente à greve dos Enfermeiros no Hospital de Guimarães.
Ao que consta, um Administrador da referida instituição reconheceu que em dias de greve de Enfermagem a "mortalidade aumenta em cerca de 15%".
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Pela primeira vez (!!) alguém reconhece oficialmente que uma greve dos Enfermeiros (mesmo em serviços de internamento) tem um sério e nefasto impacto. Isto é manifesto sinal da preponderância da Enfermagem!
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Todavia, incompreensivelmente, a Ordem dos Enfermeiros protestou veemente! Alguém (da Ordem) se deslocou ao hospital, não foi recebido pelo Conselho de Administração (obviamente), não resolveu coisa alguma e, aparentemente, vai levar os Enfermeiros (que, supostamente, não desmentiram o tal Administrador) a Conselho Jurisdicional (a Ordem só tem jurisdição sobre os Enfermeiros). Isto não passa de mero show-off, pois todos sabemos que não há aqui qualquer matéria para processo.
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Aparentemente, a Ordem queria que o Administrador dissesse que em dias de greve de Enfermagem… tudo é igual e não se passa nada, não existem consequências e a acções levadas a cabo pelos Enfermeiros são irrelevantes e inócuas.
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Vivemos dias de anedota

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!