quinta-feira, junho 19, 2014

"Partos na água" na TVI!

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Amanhã, no Jornal da Manhã da TVI, pelas 9h, o Enf. Vítor Varela - Presidente da Mesa do Colégio de Especialidade de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos Enfermeiros - estará em estúdio para clarificar conceitos sobre esta esta modalidade de partejamento! 
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Entretanto, circula uma Petição Pública a favor dos "Partos na Água". Podem assinar, aqui!

domingo, junho 15, 2014

Invenções da Ordem dos Médicos e... a resposta da Ordem dos Enfermeiros!

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"O parecer da Ordem dos Médicos foi emitido após um pedido feito por um obstetra do Hospital de Setúbal contra os partos na água e sublinha a falta de base científica e de ensaios clínicos que assegurem a segurança e benefícios do parto subaquático" link 

A Ordem dos Médicos (cada vez mais uma ilha), a pedido de um Obstetra do Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal, emitiu um parecer que desaconselha os partos na água. Curiosamente, essa instituição é pioneira no SNS no que concerne aos partos aquáticos. Curiosamente, também, o Enfermeiro-Chefe da Maternidade deste hospital é o Enf. Vítor Varela (ler peça com declarações no site da TVI), Presidente da Mesa do Colégio de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos Enfermeiros.
Portanto, já se percebe aqui alguma lógica num possível "encadeamento de raciocínio", subjacente a este parecer.
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O argumento do Bastonário da Ordem dos Médicos (que já nos habituou à teatralidade) é peculiar: "o homem é um animal terrestre e não aquático". Podia ser um comentário de um leigo, mas não é. Outro leigo poderia retorquir de igual modo: "... mas durante 9 meses desenvolve-se imerso em água". Todavia, o caminho não será por aqui - para os Enfermeiros e Médicos, que pautam o seu pensamento pela postura científica, existe algo mais substancial: evidências.
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Se não existem, ainda, sobre esta matéria, vantagens concretas demonstradas, é sabido, igualmente, que não existem desvantagens, ou seja, o parto aquático, constitui-se como uma opção tão válida e saudável quanto as outras, possivelmente mais natural e confortável, até. Se passarem os os olhos pela realidade internacional, é desde logo perceptível que se trata de uma modalidade de partejamento muito conhecida, apoiada e incitada. 
Vejamos, por exemplo, o estado da arte no Reino Unido: "Both the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists and the Royal College of Midwives support labouring in water for healthy women with uncomplicated pregnancies". A Organização Mundial de Saúde também aconselha e apoia esta modalidade!
Isto é o que se preconiza em Setúbal, inclusivamente com o conhecimento e apoio do Ministério da Saúde. a Ordem dos Médicos... é contra!!
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A Ordem dos Médicos tem o velho hábito de ser contra tudo aquilo em que os Enfermeiros estão envolvidos. Ainda me lembro da polémica em redor dos partos domiciliários, onde a Ordem dos Médicos acusou os Enfermeiros de os promover e executar, ainda que o Instituto Nacional de Estatística revele que... são os Médicos quem mais os realiza!
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Quem arrasou completamente este parecer da Ordem dos Médicos, foi o parecer da Ordem dos EnfermeirosTranscrevo o seguinte trecho:

"A hierarquia da carreira de enfermagem não inclui o médico de urgência como superior hierárquico dos EEESMO pelo que a responsabilidade dos actos de enfermagem é apenas atribuível aos EEESMO; saliente-se que, em termos de actividades autónomas de enfermagem, os EEESMO não desenvolvem os seus cuidados sob orientação de outro profissional: este tipo de cuidados são ditos interdependentes e não se incluem nos cuidados a prestar num parto fisiológico, na água ou fora dela.
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Os partos na água, desde que conduzidos com excelência profissional são, provadamente benéficos tanto para a mãe como para o recém-nascido pelo que deve ser incentivado. Pelo contrário, partos em posição de litotomia, induções por rotina antes do termo da gravidez, e aceleração rotineira do trabalho de parto de forma artificial estão contra-indicados pela Organização Mundial de Saúde13 pois que são provadamente potenciadores de desvios à normalidade do processo de parir e, por isso mesmo, devem ser limitados às situações em que realmente são necessários; de resto vários estudos comprovam estes dados.
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Lamentamos que, apesar de toda a evidência científica, os partos medicalizados e em posição de litotomia se mantenham prática amplamente utilizada e incentivada nas salas de partos portuguesas. Impedir uma parturiente de parir na água quando esta prática já é possível no local escolhido e sem que existam reais contra-indicações é, no mínimo lamentável, eticamente reprovável e por isso inadmissível.
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No contexto da questão que levantou a necessidade deste parecer, estando-se a falar de uma situação totalmente fisiológica, a necessidade da presença médica é totalmente desnecessária (pois que releva das actividades autónomas dos EEESMO, de acordo com o REPE) (...).
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Congratulamo-nos que o Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos não inclua o parto aquático na sua Legis Artis Médica e que esta prática não tenha lugar nos curricula académicos médicos pois, sendo um parto fisiológico, esta prática insere-se nas actividades autónomas do EEESMO, pelo que a actividade médica é supérflua."
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A fundadora da BioNascimento também não quis deixar de contribuir:
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E hoje seguiu o que tínhamos a dizer à Ordem dos Médicos, com conhecimento para a DGS, sobre a questão do Parto na Água em Setúbal. Esperamos sinceramente que esta seja uma causa levada por quem de direito como um interesse público.
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Exmos. Senhores da Ordem dos Médicos,
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Sou Mãe de dois filhos, uma com 13 e outro com 5 anos, sou também fundadora do site BioNascimento, Doula e activista do parto há 9 anos.
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Dirijo-me a V. Exas por uma desonestidade e manipulação grave a que estou a assistir.
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Circula a informação de que o parto na água no Hospital São Bernardo está em risco, tendo por 
base a argumentação de que têm que haver mais provas cientificas de que não é prejudicial para o bebé. A maioria dos Srs. Obstetras e Pediatras estão unidos nesta decisão. Até aqui nada de mais e tudo aparentemente certo.
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Gostaria no entanto que estes profissionais de saúde honestamente explicassem o porquê desta decisão para uma " intervenção natural" como é a água, e curiosamente há dezenas de anos que não protegem os Bebés da mesma forma e com a mesma argumentação, das intervenções não naturais como são por exemplo a oxitocina e a epidural, ou até mesmo o misoprostrol. Este último nem fármaco de obstetrícia é, e têm-no usado largamente para induções sem o devido consentimento informado, e com situações gravíssimas a acontecer em diversos hospitais. Imagino que seja do conhecimento de V. Exas. que em países como o Reino Unido, Canada e Austrália, este fármaco só é autorizado usar em caso de morte fetal.
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Basicamente se consultarmos a Biblioteca Cochrane para o uso de oxitocina para aceleração do trabalho de parto encontramos que:
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Slow progress in the first stage of spontaneous labour may be caused by weak contractions of the womb. Doctors and midwives commonly give a drug called oxytocin with the aim of strengthening contractions and speeding up labour to avoid harm to both the mother and the newborn infant. The belief is that managing the labour in this way will enable progression to a normal vaginal delivery and reduce the need for caesarean section. However, others have been fearful that it has no effect on the type of delivery a woman might have and in other ways may do more harm than good. This review of eight studies, involving 1338 low-risk women in the first stage of spontaneous labour at term, showed that oxytocin did not reduce the need for caesarean sections. Neither did it reduce the need for forceps deliveries or increase the number of normal deliveries when compared with no treatment or delayed oxytocin treatment. Oxytocin seemed to shorten labour by nearly two hours on average. The uptake of epidurals was no different. It does not seem to cause harm to the mother or baby, but the sample size was too small to determine if its use has an effect on the death rates of babies. The decision whether to undergo this treatment is one that can reasonably be left to women to decide in the context of a reduction in the length of labour. The included trials used different doses of oxytocin, and different criteria for starting treatment in the delayed oxytocin arm."
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Para o uso da Epidural a mesma Biblioteca Cochrane diz que:
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Pain relief is important for women in labour. Pharmacological methods of pain relief include inhalation of nitrous oxide, injection of opioids and regional analgesia with an epidural for a central nerve block. Epidurals are widely used for pain relief in labour and involve an injection of a local anaesthetic into the lower region of the spine close to the nerves that transmit pain. Epidural solutions are given by bolus injection, continuous infusion or using a patient-controlled pump. Lower concentrations of local anaestheticare needed when they are given together with an opiate, allowing women to maintain the ability to move around during labour and to bear down. Epidural analgesia may sometimes give inadequate analgesia, which may be due to non-uniform spread of local anaesthetic. Combined spinal-epidural involves a single injection of local anaesthetic or opiate into the cerebral spinal fluid for fast onset of pain relief as well as insertion of the epidural catheter for continuing pain relief. Side effects such as itchiness, drowsiness, shivering and fever have been reported and rare but potentially severe adverse effects of epidural analgesia do occur.

The review identified 38 randomised controlled studies involving 9658 women. All but five studies compared epidural analgesia with opiates. Epidurals relieved labour pain better than other types of pain medication but led to more use of instruments to assist with the birth. Caesarean delivery rates did not differ overall and nor were there effects of the epidural on the baby soon after birth; fewer babies needed a drug (naloxone) to counter opiate use by the mother for pain relief. The risk of caesarean section for fetal distress was increased. Women who used epidurals were more likely to have a longer delivery (second stage of labour), needed their labour contractions stimulated with oxytocin, experienced very low blood pressure, were unable to move for a period of time after the birth (motor blockage), had problems passing urine (fluid retention) and suffered fever. Long-term backache was no different. Further research on reducing the adverse outcomes with epidurals would be helpful.
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O nosso Infarmed, para o uso do Misoprostrol na Gravidez alerta que:
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O misoprostol está contra indicado em mulheres grávidas porque induz contracções uterinas e está associado ao aborto, parto prematuro, morte fetal e malformações congénitas. A exposição ao misoprostol no primeiro trimestre está associada a um risco significativamente aumentado de duas malformações congénitas: sequência de Möbius, ou seja, paralisia de nervos cranianos VI e VII, e alterações na parte terminal dos membros. Foram observados outras alterações incluindo artrogripose. O risco de ruptura uterina aumenta com o avanço da idade gestacional e com a cirurgia uterina prévia, incluindo cesariana. Partos múltiplos parecem ser também um factor de risco para a ruptura uterina.”

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Cientificamente o que temos para o Parto na Água por parte da mesma Biblioteca Cochrane é tão simples como isto:
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This review includes 12 trials (3243 women). Water immersion during the first stage of labour significantly reduced epidural/spinal analgesia requirements, without adversely affecting labour duration, operative delivery rates, or neonatal wellbeing. One trial showed that immersion in water during the second stage of labour increased women's reported satisfaction with their birth experience. Further research is needed to assess the effect of immersion in water on neonatal and maternal morbidity. No trials could be located that assessed the immersion of women in water during the third stage of labour, or evaluating different types of pool/bath.
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É assim questionável o rigor científico que estes profissionais médicos estão a querer ter em defesa dos bebés, e é ainda mais estranho é que só o tenham para com uma intervenção natural, como é o recurso à água.
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Vejo que estes Exmos. Srs.Obstetras e Pediatras estão a querer seguir os passos que estamos a assistir que os seus homólogos estão a querer adoptar nos EUA. Há que no mínimo pensar “pela nossa cabeça” e saber que no que toca a saúde pública dos EUA vêm poucos exemplos que faça sentido seguirmos, no entanto, não resisto a questionar se ao estarem tanto de acordo com a ACOG para o Parto na Água, se vão estar igualmente de acordo com as suas novas recomendações para a Prevenção segura da primeira cesariana, emitidas em Março deste ano?

Circula igualmente a informação de que o Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia emitiu um parecer a propósito deste assunto. Seria de todo interessante que V. Exas. tornassem esse parecer e a vossa posição relativamente ao Parto na Água pública, para que o fundamento científico da mesma pudesse ser devidamente analisado pela sociedade em geral, assim como pelas demais classes profissionais de saúde.
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Sabem os Srs. Obstetras que compõem o vosso Colégio da Especialidade que são muitos os Países desenvolvidos que têm nos seus hospitais banheiras à disposição das Mulheres como uma opção. Países com resultados na mortalidade neonatal equiparáveis a Portugal.
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Se o que os Exmos. Srs. Obstetras e Pediatras procuram é genuinamente proteger os bebés, então protegem-nos de TUDO o que não está suficientemente estudado, que basicamente é TUDO o que a atual obstetrícia interventiva aplica, desde a monitorização contínua à tão admirada epidural e oxitocina. Sabem estes profissionais tão bem como nós, que uma medicina baseada em revisões sistemáticas é algo tão recente como a existência da conhecidíssima Biblioteca Cochrane que fez o ano passado apenas 20 anos. Assim sendo, a possibilidade de rigor cientifico em muitas matérias é quase nula, dado que estudos epidemiológicos e longitudinais nesta área da obstetrícia é coisa rara.
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Permitam-me que termine relembrando-vos que a era em que a informação científica era de exclusivo acesso aos profissionais de saúde já terminou. Hoje só sofre de ignorância científica quem quer. Portanto, por favor, não pensem que as Mulheres não são capazes de tomar decisões informadas porque o são. Aos profissionais e instituições de saúde compete facultar a informação cientifica existente de forma simples e acessível, sem manipulações corporativistas, e aplicar eticamente os respectivos consentimentos informados.
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Dou conhecimento deste email à Direcção Geral de Saúde, visto existir a informação de que a Administração do Hospital de Setúbal aguarda parecer deste órgão.
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Na expectativa da vossa resposta, apresento os meus melhores cumprimentos.
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Atenciosamente,
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Sandra Oliveira

CD(DONA); CBE; CIMI; LC


quarta-feira, junho 11, 2014

Ali Baba e os quarenta vermelhos foram à Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros!

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No dia 30 de Maio decorreu mais uma Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros. A ordem de trabalhos era a seguinte: 
Ponto 1 – Discussão e votação de Tomada de Posição do estado actual da profissão de Enfermagem; 
Ponto 2 – Discussão e votação da Tabela de Taxas, Emolumentos e Quotas; 
Ponto 3 – Discussão e votação da proposta de alteração do Regimento Disciplinar da Ordem dos Enfermeiros; 
Ponto 4 – Discussão e votação da proposta de Norma para o Cálculo de Dotações Seguras dos Cuidados de Enfermagem.
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Importa, ainda, antes de prosseguir, fazer o seguinte intróito: na véspera desta Assembleia, a 29 de Maio, aconteceu, organizado e impulsionado pelo Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, uma reunião geral com a presença de todos os stakeholders da profissão – Ordem, Sindicatos e Escolas de Enfermagem e todas as Organizações/Associações de Enfermeiros existentes no país. 
O primeiro encontro sucedeu a 7 de Novembro de 2013 e desde então tem sido desenvolvidos esforços na consensualização de objectivos e definição de estratégias objectivas que afectarão fortemente o futuro da profissão em Portugal.
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.Merece a verdade que se clarifique o seguinte: o trabalho destes últimos seis meses tem decorrido muito bem, com todos os players a manifestarem as mesmas preocupações e a proporem soluções semelhantes (o que é positivo, pois um barco precisa que todos os remadores se esforcem no mesmo sentido)… excepto o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Este sindicato manifesta posturas confusas e posições "estranhas", algumas delas contra tudo e contra todos. Um dos exemplos mais conhecidos é oposição à existência da categoria de Enfermeiro Especialista na carreira de Enfermagem!
O Presidente do Sindicato do Enfermeiros, Enf. José Azevedo, inicialmente discordante e opositor do Enf. Germano Couto, testemunha de forma inequívoca sobre esta matéria:
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"Cobardemente, foram os únicos que faltaram à chamada, que culminou 6 meses de trabalho honesto para encontrar pontos de com senso para melhorar a estado a que a estratégia deles nos conduziram. 
A afirmação do SEP que não aderia à congregação de esforços, pela pessoa do seu Presidente, sem consultar a sua "Organização", fez com que nunca mais fosse visto nas reuniões seguintes, o que quer dizer que a unicidade de que falam é a deles. A bronca da sucessora, ao declarar, fazendo justiça a uma estupidez maligna, que é contra a especialidades na Enfermagem, o que quer dizer, desde já, que na sua perspectiva, ainda a querem instalar num escalão mais baixo, foi provavelmente a causa da ausência de representação."
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Se excluirmos, a ambivalência da sua representação – uns dias o(s) representante(s) está em nome pessoal, outros sob a égide institucional, conforme dá jeito e o vento dá nas velas e nas ideias – o SEP deve defender algum interesse extraterrestre, (muito) difícil de decifrar. Nesta última reunião, todos na reunião falaram em uníssimo. O SEP… faltou! Nesta encontro foi definido um dos documentos mais importantes do passado recente da Enfermagem: Compromisso para a Enfermagem, que se constituiu, como podem verificar, como o primeiro ponto da ordem de trabalhos na Assembleia Geral, para que pudesse ser formalizado e legitimado como uma tomada de posição universal.
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Questiono: porque terá sido o SEP/SERAM os únicos a faltarem ao convite da Ordem dos Enfermeiros para assinarem um Compromisso para o futuro da Enfermagem?
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Dia seguinte: 30 de Maio, Lisboa, 13h30', Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros. 
Se há um local para onde o SEP converge é para as Assembleias (para descomprimir a fúria da derrota eleitoral de 2011, ainda muito mal resolvida nas suas cabeças), mas neste dia até reuniu pela manhã onde alinhou a estratégia da parte da tarde: "é para votar contra tudo" - conforme relata o colega Mário Costa, na primeira imagem que ilustra este post!
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Para o SEP é irrelevante se o trabalho é apresentado é bom ou muito bom – é para 
"chumbar"Reuniu os vermelhos com a orientação bem definida e votou sempre contra.
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No primeiro ponto - Discussão e votação de Tomada de Posição do estado actual da profissão de Enfermagem – onde tudo, supostamente, seria unânime, o SEP votou contra. Num documento de consenso e união entre todos, o SEP... vota contra e chumba-o!!! 
Por lá (documento) constam objectivamente as formas de luta e intenções para o futuro, entre elas o reforço do papel do Enfermeiro Especialista, a tal categoria que o SEP abomina! Chumbado pelo SEP ou não, o Bastonário Germano Couto, bem como o Sindicato dos Enfermeiros, todas as Escolas e todas as Associações de Enfermagem, pautarão as suas intervenções e decisões futuras com base nestas orientações.
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Nos restantes pontos da ordem de trabalho, é imperativo ressalvar o ponto número quatro: Discussão e votação da proposta de Norma para o Cálculo de Dotações Seguras dos Cuidados de Enfermagem.
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Com esta norma, a Ordem dos Enfermeiros pretende ter um referencial que lhes permita obrigar as instituições a dotar as suas equipas. Não se trata de um mero instrumento de recomendação, tal como aquele que a Ordem tinha firmado na era da ex-Ministra da Saúde, Ana Jorge (cujo processo ficou incompleto, por incumprimento do que foi acordado, nomeadamente as experiências-piloto).

O Enf. José Azevedo opina, uma vez mais:
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"Esta NORMA, absolutamente, indispensável para fixar um ponto onde se possam calcular os mínimos a partir dos quais não há condições de qualidade e de segurança nos cuidados de Enfermeiro. 
Eis uma consequência de haver pessoas sem experiência profissional a tomarem decisões cujas perspectivas são destituídas de um elemento essencial, as consequências do que defendem e do que atacam. Este ponto foi aprovado por 41 votos a favor e 40 contra, os tais 40. 
Será que há nos Enfermeiros quem seja capaz de não reconhecer aos colegas, que exercem no duro da profissão, o direito de terem condições de trabalho, mínimas? Infelizmente, há!"
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Pensava eu que não haverá nenhum Enfermeiro neste planeta azul que discorde com as boas dotações... mas há! O SEP, uma vez mais!
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Há uma explicação e ela chama-se... Germano Couto. É que o Senhor Bastonário desde que foi eleito (afastando os vermelhos do SEP, que controlavam a Ordem a seu bel-prazer) tem limpado o “terreno” e implementado uma política de transparência - esta opinião não é só minha. Sobre isto, uma vez mais, o Enf. José Azevedo, é muito claro e frontal (leiam com atenção, colegas)

"(...) Um dos principais responsáveis, pela estratégia, que conduziu a Enfermagem ao estado em que se encontra: o SEP faltou à chamada. Durante década e meia, funcionou como Sindicato Único ao fundir-se com a Ordem dos Enfermeiros, sem se preocuparem, ambos, em esconder os limites respectivos, que anularam, pois não se sabia, onde começava um e acabava o outro. E, agora, reagem mal a essa falta de UNICIDADE em que funcionavam; a Ordem como Sindicato e o SEP como Ordem, para realizarem a política demolidora que o PCP tem demonstrado para a Enfermagem, que não quer tão evoluída. E os seus militantes temem ir para casa de mãos a abanar. Até têm de inventar a desculpa de que a Ordem está a ingerir na esfera do(s) Sindicato(s)... Pois está, na medida em que, na administração anterior da Ordem, e como se disse, para quem não esquece depressa, a Ordem está a recuperar o seu papel, que lhe é imposto por lei, como aos Sindicatos que até têm uma rubrica no estatuto que se chama "rebelião", quando as leis violam os direitos, mais elementares dos seus Associados. Fingem ter medo de ingerências, que não são para aqui chamadas, porque já não existem, felizmente para os Enfermeiros. Foi tempo suficiente para convencer quem contrata Enfermeiros, que estas instituições podiam contar com a ideia hipócrita que o PCP e os seus militantes fazem do Enfermeiro Português.(...)".
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Perante isto, as conclusões são evidentes…!
Pergunto: os colegas que ainda estão vinculados a estes dois sindicatos (SEP e SERAM) ainda acreditam em... quê? 
Um conselho: neste momento de crise está na hora de tomarem uma atitude inteligente e oportuna: migrem de sindicato...ou promovam-se com um aumento salarial de 1%!

sábado, junho 07, 2014

Não há rolhas para os Enfermeiros...

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A propósito do péssimo jornalista acerca da Lei da Rolha...
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Depois de deixar a poeira assentar, cá vai:
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1 - Não vos preocupeis, colegas, durmam descansados, o famigerado código de conduta e ética NÃO se aplica aos Enfermeiros;
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2 - Os Enfermeiros já detêm um código deontológico (o mais rigoroso do sector) pelo qual se regem. Somos a única classe que possui um código deontológico publicado com o formato de Lei (111/2009, de 16 de Setembro). Ora, a "lei da rolha" será constituída em Portaria, o que significa que, na hierarquia legal, uma Lei sobrepõem-se sempre a uma Portaria. Pacífico, portanto;
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3 - A liberdade de expressão não será coarctada. Aliás, os Enfermeiros mantém os mesmos deveres de denúncia que existem hoje. Os canais de comunicação continuarão a ser os mesmos: chefias intermédias, chefias superiores, Sindicatos/Ordem/Ministério da Saúde. Tudo com as mesmas condições e repercussões do momento actual. Sem stress;
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4 - Como qualquer organização, o SNS merece ter um simples código de conduta e ética, ou não? Uma espécie de pacto social entre os prestadores de cuidados e os respectivos utentes. O código aplica-se a todos os funcionários, expecto nos pontos que colidem com o código deontológico de cada classe (reparem que os administrativos, assistentes, etc... não têm qualquer código deontológico! - já pensaram que uma administrativa pode consultar um processo clínico e veiculá-lo em praça pública, sem nada que a proíba?);
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5 - O código de conduta e ética é um instrumento banalíssimo. No entanto, no presente momento, foi utilizado e empolado como fait-diver e arma (de arremesso) política. É um instrumento de harmonia, nada mais;
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6 - Nunca nada se resolveu em barafunda pública;
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7 - Não tomem as "dores" dos Médicos, esses sim, preocupados com este código. Estão habituados à anarquia do eu "quero, posso e mando", das ofertas de viagens e congressos encapotados, "brindes" etc. Assim esperneiam, pois claro. Acresce a isto que têm um código de ética simples, consubstanciado num simples regulamento da sua Ordem. Portanto, este código sobrepõem-se e serão "disciplinados";
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8 - Colegas, poderão, sem receios,  continuar a levar para casa as canetas que vos oferecem: galinhas debaixo do braço, potes de mel caseiro ou um café de agradecimento não serão punidos pelo código de conduta e ética. Aqueles beijos e abraços de reconhecimento sentido (que todos nós bem conhecemos) continuarão a ser bem-vindos;
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9 - Pesando tudo isto, como podem os Médicos "gramar" o Ministro Paulo Macedo?! Quando as cercas do quintal encolhem, o labrador berra;
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10 - Não se esqueçam que o documento está em auscultação pública (todos podem contribuir) e sofrerá a adaptabilidade institucional;
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11 - Por fim, reitero: descansem. Nada na nossa vida mudará. Confiem nisto: muitos de vós serão acérrimos apoiantes desta Portaria.

sexta-feira, junho 06, 2014

Sabiam...


Enf. Guadalupe Simões, Vice-Coordenadora Nacional do SEP

...que o Ministério da Saúde propôs aos SEP - antes das alterações de horário impostas pela troika - uma carga semanal de 40 horas com o respectivo vencimento ajustado? O SEP recusou (insistindo sempre nas negociações pelas 35h, sem nunca considerar um regime de 40h). Os Médicos não! - Aceitaram! 
Percebem agora porque é que os Médicos usufruem de salários compatíveis com as 40 horas? Há por aí algum SEPista que me desminta?!! Vá, alguém que tenha coragem!

quarta-feira, junho 04, 2014

Olha, olha!

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Não dizia o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que não negociou carreira nenhuma, nem (muito menos) a tabela salarial? Fomos "obrigados", afirmam!

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!