quarta-feira, setembro 26, 2012

Enf. José Chora, o Personal Trainer.


O Hospital do Espírito Santo de Évora, na pessoa do Sr. Enfermeiro-Director José Chora, preocupa-se cada vez mais com os seus Enfermeiros e cada vez menos com os Administradores Hospitalares 
O serviço de urgência (SU) está progressivamente mais concorrido e exigente, com  crescentes e visíveis dificuldades para o exercício profissional dos Enfermeiros, reduzindo, desde há algum tempo, a segurança dos cuidados para para níveis manifestamente perigosos.
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Mas, para colmatar o burnout e desmotivação da equipa de Enfermagem, o Enf. José Chora elaborou um inteligente plano estratégico: pensou (e bem!) que Enfermeiros mais saudáveis, em boa forma física e com menores índices de stress apresentam melhor performance profissional! Mas o ideólogo não ficou por aqui. Para incrementar ainda mais  o rendimento, ocasionalmente permite que os Enfermeiros de serviço possam ir passear para espairecer o espírito. Principalmente nos turnos da noite. É louvável!
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A fórmula do sucesso é simples e está ao alcance de todos os Enfermeiros-Directores: reduzir as equipas de Enfermagem e respectivas dotações! Pode parecer paradoxal, mas em boa verdade resulta. É do mais banal que há:
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Primeira lição: menos Enfermeiros significa mais jogging, correrias, sprints e muita (mas mesmo muita) ginástica. Aproveitam para soar as estopinhas e libertam muitas toxinas através pele. Resplandece-a.
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Segunda lição: menos Enfermeiros para mais utentes, é fazer como fazer mais omeletes mas com menos ovos, logo menos colesterol.
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Terceira lição: a passeata. Tão evidente, que é uma medida intuitiva: "aconselha" (disciplinarmente) os Enfermeiros a transferir doentes críticos para Lisboa, permitindo, desinteressadamente, que outros colegas fiquem abandonados e aflitos nas caóticas trincheiras das urgências, enquanto os primeiros (por vezes mais do que um em simultâneo) vão descontraidamente até à capital. O Enfermeiro quando chega vem novo e restabelecido. Pronto para sair após 5 minutos, outra vez. E quiçá, vomitar.
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Quarta lição: no que ao stress concerne, a solução é clássica, mas pragmática. Quando alguns colegas revelam a sua inquietação com a segurança dos cuidados (subtraídos para mínimos duvidosos), o Enf. Chora despreocupa-os de imediato. Abre o divã (ao bom estilo Freudiano), ouve tudo, mas não faz nada. Quer dizer, quando ouve.
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Se algum Enfermeiro o tenta contactar, nem atende o telemóvel para assim poupar mais uns cobres para que os possa remunerar condignamente (sobretudo nas "prevenções" do turno da noite, onde o único Enfermeiro destacado é sempre o mesmo sobrecarregado - o Enfermeiro Zé Ninguém. Todos os 365 dias do ano, coitado!).
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Mas nem tudo é um mar de rosas. Há dias chegou um Administrador novo ao hospital. Por obra do diabo, logo nos primeiros dias, o Sr. Administrador fez um dói-dói (já não se fazem "carnes" como antigamente) e foi obrigado a recorrer à urgência. 
Sempre astuto e solícito mas desconfiado com uma possível conspiração contra os seus  Enfermeiros, o Enf. José Chora marcou de imediato presença no SU (consta que chegou lá antes da própria sombra) e correu de braços abertos para o seu recém-amigo (o dói-dói) de longa data (conheciam-se há 3 dias) - e por lá ficou até de madrugada, espartano e quase de mãos dadas, para que o Sr. Administrador, a luzir com o tamanho brilho dos sapatos, não ofuscasse nenhum dos seus queridos Enfermeiros.
Há que reconhecer: no que diz respeito à defesa dos Enfermeiros, o Enf. José Chora não deixa as coisas por mãos alheias. Nem nas dele sequer. Delega sempre essa matéria no tal Enfermeiro Zé Ninguém, fiel amigo e desenrascador.
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De facto, tenho que admitir: há Enfermeiros com "sorte"... outros com azar. 
Que os santinhos valham aos colegas caso o meritoso Enf. Chora se lembre de instituir a espargata (deve doer) como protocolo de serviço! "É uma questão de flexibilização das equipas e dos cuidados" - argumentará, certamente, o Sr. Enfermeiro-Director!
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Quem ganha com tudo isto serão sempre o utentes. Enquanto aguardam pela vez, assistem - ao vivo! - aos Jogos Olímpicos de Évora.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Uma questão de respeito!




domingo, setembro 23, 2012

Excelente medida!


"Vamos começar no dia 1 de Outubro a campanha de vacinação contra a gripe sazonal.(...) vamos cobrir toda a população de pessoas com mais de 65 anos, as quais devem dirigir-se aos centros de saúde, sem precisar nem de receita médica nem de nenhuma guia de tratamento”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa." link
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"Sem dizer o custo da medida, o governante adiantou que “não será muito significativo” em relação ao programa de vacinação que tem sido feito nos anos anteriores. “O acréscimo é muito justificado em relação ao que é o ganho preventivo”, justificou."

Portugal dispõe de um dos melhores planos de vacinação do mundo! Há que prestar aos Enfermeiros os devidos créditos, obviamente!
A gripe sazonal é uma das maiores patologias epidémicas e atinge, como é sabido, grupos populacionais vulneráveis, com custos associados altíssimos. É inequivocamente um problema de saúde pública e deve ser encarado e tratado como tal (e não nos supermercados da cruz verde que pisca!)
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No ano transacto, com a administração de injectáveis nas farmácias, sem registo ou controlo, aconteceram episódios caricatos e perturbadores: indivíduos que foram vacinados em duplicado, ao passo que outros nem sequer viram a agulha! Uma balbúrdia! 
Assim, com esta medida, o cenário epidémico será, com certeza, perspectivado de uma forma rigorosa, monitorizável e rastreável, com os utentes a serem vacinados autonomamente pelos seus Enfermeiros (profissionais devidamente qualificados). 
Sem dúvida, uma garantia de continuidade, qualidade e segurança!

sexta-feira, setembro 21, 2012

A falta de planificação ministerial é imperdoável!



quinta-feira, setembro 20, 2012

Milagres


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Para reflexão:
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1. Noruega (Rácio OCDE, 2007): 31,9 Enf/mil habitantes.

2. Noruega (Rácio OCDE, 2009): 14,2 Enf/mil habitantes. 

3. Rácio médio dos países que compõem a OCDE (2009): 8,4 Enf/mil habitantes. 

4. Portugal (Rácio OCDE, 2009): 5,6 Enf/mil habitantes.

Questões:

1. Comparar rácios entre diferentes países é muito complexo; pouco linear. Porquê?

2. Como é que Noruega perdeu metade dos seus Enfermeiros em apenas dois anos?

3. O que traduz o gráfico que ilustra o post?

4. É razoável afirmar que o rácios de "Registered Nurses" (tradução grosseira: "Enfermeiros diplomados"; o nível mais similar ao nível académico dos Enfermeiros em Portugal), na Noruega, é de apenas 3,7 Enf/mil habitantes ("proportion: 26% of Registered Nurses")?

segunda-feira, setembro 17, 2012

Por um INEM...

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... cada vez vez menos competente, indiferenciado e qualificado!
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A culpa é de quem, antes do início de todo este processo não anteviu, não planeou, não participou e não interveio. Estou-me a referir, mais concretamente, a erros que se reportam há vários anos atrás!
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É com pesar que assisto a um INEM que navega à deriva ... 



2118 Euros

Em pleno troikismo, num contexto de desemprego sem precedentes, empobrecimento asfixiante, cortes salariais cegos, despromoção social e num cenário de fome, downgrade económico e desespero...

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... e continuam em negociação com a(s) tutela(s).
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Um dos autores do blog Portugal Contemporâneo chama-se Joaquim Couto; médico de profissão e fenómeno por vocação. Exprime-se assim:
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Exemplo 1 (clicar na imagem para ampliar e ler):
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O que "falha"? 
Inteligência para perceber como é são feitas as contabilizações utilizadas para as "estatísticas dos rácios". Como em quase todos os países da Europa - por exemplo - o conceito de "Enfermeiro" é variável (ao contrário do de "médico", o que torna as estatísticas mais rigorosas e potencialmente extrapoláveis) e existem vários níveis de Enfermeiros, além de outros técnicos auxiliares, as estatísticas relativas à Enfermagem estão, obviamente, sobrestimadas. Fica para um próximo post, como aliás tinha prometido ao Enf. Jacinto Oliveira, a proposta de um método que permita uma comparabilidade razoável.
Quanto ao médicos, a explicação é simples: estão nos sítios errados, desorganizados em termos funcionais e improdutivos.
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Exemplo 2 (clicar na imagem para ampliar e ler):

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:) Relembro que há bem pouco tempo os Médicos fizeram uma greve geral e uma manifestação nacional. Portanto, passo a concluir que nem lêem jornais, nem aprendem com os outros. 
Ah, e também deram um excelente contributo para "combater o défice das contas públicas".
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Exemplo 3 (clicar na imagem para ampliar e ler):

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Confesso que a minha bússola perdeu o norte. Não percebi onde está o tal "erro"...
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Exemplo 4 (clicar na imagem para ampliar e ler):

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Subremunerar um trabalhador é empobrecer o país, subtraindo-lhe a riqueza produzida pelo seu capital humano. Investir nos recursos humanos é o maior e melhor investimento que qualquer nação pode fazer. Mas o Doutor Quim não compreende isto. Julga que as flutuações da oferta/procura mercado são vantajosas, mesmo aquelas que subvalorizam o trabalho (sobretudo o qualificado e especializado). Essas variações podem ser importantes para os mercados, compras e vendas, matérias primas, etc, mas como processo que vise suster o valor do trabalho é um erro crasso. Esta crise é a prova disso mesmo. 
Mas posso fazer uso do mesmo argumento que o Doutor Quim utiliza: para que é o Governo deve pagar 3000, 2500 ou 2118 euros ao Médicos, quando, neste momento, por 1000 ou 1500 não vai faltar gente para trabalhar? O mercado foi às favas?
Não se preocupem. Alguns indignados transferir-se-iam para o privado, outros emigrariam, todos os outros ficarão, dominados pela lei do mercado.

O silêncio comprado com dois camarões e uma tosta!?

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Ao centro, do lado direito, está sentado Jaime Ramos, um tirano para os Enfermeiros de Miranda do Corvo. 
Médico e Presidente da Fundação ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), sita na mesma localidade, a qual família Ramos a considera o seu feudo privado. Emprega dezenas de Enfermeiros com vínculos precários, remunerações vergonhosas (alguns auferem pouco mais de 2 euros/hora) e uma organização laboral escandalosa, que infringe cabalmente a deontologia, o enquadramento  legal e dignidade da Enfermagem, num contexto de chico-espertice flagrante! 
Muitos profissionais desta Fundação devotam (e/ou devotaram) o seu "voluntariado" à mesma. Não no sentido solidário e altruísta, mas na persecução de um prometido contrato, que estranhamente (?) nunca chega...
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Jaime Ramos quer, pode, manda, põe e dispõe e escreve as suas leis. A Ordem dos Enfermeiros (esta direcção, porque a anterior reprimiu-se, fechando os olhos, enquanto trocava correspondência, estilo namoro-à-distância), logo que empossada, apresentou-se À porta da Fundação ADFP... e foi impedida de entrar, conforme reporta a comunicação social à data do acontecimento. A polícia tomou nota da ocorrência para dar ignição ao rotor da Ordem...
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O Jaime acha que por ser Presidente de uma instituição privada não tem que prestar contas a ninguém. Ao pensar bem no que tinha efeito tentou remediar o mal. 
Para fazer passar a imagem de nursing friendly ("amigo" da Enfermagem), arquitectou uma operação de charme (também para denegrir e desacreditar a Ordem dos Enfermeiros). Como o fez? :) Convidou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) para uma visita programada e romântica à Fundação ADFP (nesse dia, transformada num harém de Enfermeiros, onde nesse qualquer Enfermeiro podia ministrar um injectável enquanto bebericava um cocktail - em grande estilo!). 
Quem apareceu para cair na ratoeira, fazer o jeito ao Jaime (e ainda por cima sorridente)? O rei do apitos, Paulo "Lantejoulas" Anacleto. Cognome: o furioso.
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Decorrida a visita, a SEP achou que tudo estava muito bem. Para espanto do povo, quem esperava assisir a um Enf. Paulo Anacleto num rasgo comunista de fúria discursiva e ódio ao empregador... teve azar. Tirou o garfo do bolso e para a posteridade fotográfica, foram todos papar. (A colega à direita na foto é a Enf. Natália Filipe, esposa do Enf. José Carlos Martins, Coordenador Nacional do SEP, conhecido como o homem do cadáver).
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Como é possível que, enquanto a Ordem se mobiliza contra a situação, nos antípodas desta posicão (nem sequer é discrepante... é antagónica!), o SEP almoce - alegremente - com o déspota Jaime Ramos?
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Diz-me tu, saudosa Florence, como é isto possível?
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P.s. - Quem é o fotógrafo de serviço? ;)

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quarta-feira, setembro 12, 2012

Vamos brincar ao Sherlock Holmes...

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Quem são? O que fazem? O que comemoram? Quem paga?

sexta-feira, setembro 07, 2012

Bastonário da Ordem dos Enfermeiros na Revista Visão!

(Clicar na imagem para ampliar e ler)

A voz da razão!

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Declarações de Mendes Ribeiro, o Gestor que durante o seu exercício hospitalar - ajudou a afundar a gestão SA/EPE! -  poucos ou nenhuns objectivos atingiu! 
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P.S.- Eu concordo!

Coisas interessantes que se fazem lá por fora...

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Nurse Awards 2013

quarta-feira, setembro 05, 2012

Chiste do jornal Expresso?


Este é um excerto de um texto publicado no jornal Expresso. Antes de mais, parece querer passar a mensagem que os níveis de emprego entre os Enfermeiros recém-licenciados são satisfatórios - o único erro do texto, uma vez que o resto é anedótico, incompatível com a credibilidade e imagem do referido jornal.
Quem não tem média para Medicina pode, também, sempre tentar ingressar em jornalismo, porque não?  ("não com os mesmos salários, claro")
É falacioso pensar que Enfermagem recolhe os maioria dos alunos que não conseguiram aceder aos cursos de Medicina. O grosso da fatia está, provavelmente, distribuída entre a Medicina Dentária, Farmácia, Medicina Veterinária, etc. "Não com os mesmos salários, claro". 
Existem vários alunos de Enfermagem que tinham notas para entrar em Medicina, mas assim não desejaram.
Quanto ao salário, já dizia Einstein, tudo é relativo.

Silly season?


O blog Saúde SA (espíritos do contra; consumidores de "liberais de pacotilha") e o Enf. José Azevedo envolveram-se numa quezília, por assim dizer. Têm esgrimido argumentos e posições. Todavia, a altercação tem tomado uma rota de notório desequilíbrio. Isto porque o autor e colaboradores do Saúde SA estão muito aquém da inteligência (desigualdade de circunstâncias) do Enf. José Azevedo. Nem interpretar conseguem. Fico até na dúvida se alcançam as figuras de estilo que os textos contêm. Por isso, não vale a pena ler. Não dá gosto.

domingo, setembro 02, 2012

Estabilidade...

O Ministério da Saúde vai alargar o concurso (para os enfermeiros sem qualquer vinculação à administração pública) para preencher 750 vagas excepcionais nos hospitais e centros de saúde, promovendo maior estabilidade (essencial para a motivação) a todos os profissionais (isto num contexto de crise, cortes e austeridade - o que é louvável)!
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Todavia, não compreendo o motivo de tanto alarido da comunicação social com o salário desses enfermeiros. Não contempla nenhuma novidade ao preconizado pela actual (e paupérrima!) carreira de Enfermagem, o que me permite concluir que... os jornalistas faltaram às aulas de matemática! Ao contrário do que afirmam, 1200 euros mensais não equivalem a 8,50 euros/hora (para uma carga horária de 35 ou 40 horas semanais)... 

sábado, setembro 01, 2012

1463


Este ano foram disponibilizadas 1463 vagas para os cursos de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem. 
A dimensão da oferta é discutível (excessivamente excessivas, permitam-me a redundância em superlativo), contudo há um aspecto a relevar e louvar: nos últimos quatro anos, a disponibilização destas vagas funcionou a bel-prazer das instituições (carniceiras!, na sua maioria); a partir deste ano, a tutela retomou a sua responsabilidade na área, travando a contínua desregulação que o ensino da Enfermagem tem vindo a sofrer, o que desferiu sérios e exorbitantes golpes na dignidade da profissão!
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Parece-me, assim, que o Ministério da Educação e Ciência, conforme estabelecido na reunião com a Ordem dos Enfermeiros, outorgou um sinal de interesse para com a Enfermagem - impondo e assegurando o cumprimento de um conjunto de requisitos legais por parte dos vários stakeholders! -  ao iniciar um processo de inversão da anarquia que até aqui reinou...
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A partir daqui julgo que o objecto é consensual: progressivamente fazer reduzir o número de vagas disponibilizadas no ensino pré-graduado em Enfermagem e ajustar às necessidades o pós-graduado (neste caso, as especialidades).

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!