quinta-feira, dezembro 31, 2009

Feliz 2010...


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... onde quer que estejam.

A raíz de todos os males...


oferta superior à procura é, sem dúvida, a raíz de todos os males. Todos os problemas convergem na mesma etiologia. Enquanto não houver equilíbrio, a profissão estagna ou regride, o poder de reivindicação morre. A motivação asfixia. As condições laborais degradam-se com uma rapidez exponencial. A valorização sócio-económica decresce vertiginosamente. Os profissionais sentem-se humilhados e revoltados. As forças para a luta... desvanecem.
Não há, neste mundo, CIPES ou SAPES que nos valham! Regular para renascer, é o único, repito, único caminho.

Curiosidade: estão a oferecer 750 euros (mensais) a "Enfermeiros Especialistas em Saúde Pública". Um pouco mais adiante oferecem 3000 euros mensais + 500 euros de prémio de assiduidade + 20 euros por cada exame efectuado acima de 200 + casa + carro, a um "Médico Neurologista" ou 1500 euros (mensais) a um "Engenheiro Electrotécnico"... 
O desânimo também mata lentamente. Quem cuida da gente que cuida?
Por todo o mundo, milhões de Enfermeiros abandonam anualmente a profissão...
17% no Canadá;
39% em Inglaterra;
17% na Alemanha; 
30% na Escócia;
23% nos Estados Unidos...

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Brilhantina...


(Remuneração anuais médias dos Enf Directores - Clicar para ampliar e ler)
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Findo o ano de 2009, fico a aguardar os relatórios de contas das várias instituições hospitalares. O ano de 2008 ficou impresso a ferro quente na destruição do SNS. Recordo agora algumas notas de interesse, registadas nos relatórios de contas 2008 e uma tabela remuneratória de referência, relativa ao ganhos (ou por quanto se venderam alguns, repito, alguns!) dos Enfermeiros Directores (remunerações anuais). Ressalvo que, alguns dos listados (não estão aqui todos), poderão já não pertencer aos actuais Conselhos de Administração.
Alguns dos relatórios são fecundos e profícuos na apresentação de dados que reflectem a deterioração do SNS.
Sem relatar pormenorizadamente ou usar de referências instituição-a-instituição de uma forma exaustiva,  permitam-me que vos deixe algumas passagens, no mínimo, interessantes...

Centro Hospitalar Baixo Alentejo EPE, por exemplo, vangloria-se da "significativa redução de encargos com prevenções no grupo de pessoal de Enfermagem (- 40%)"! Facilmente se constata que todos os outros grupos profissionais viram os rendimentos relativos a esta rubrica... aumentarem sgnificativamente. Os sacrificados foram exclusivamente os Enfermeiros. 

O Centro Hospitalar Alto Minho EPE, orgulhoso, demonstra a sua capacidade de "poupança" e boas práticas de gestão: o número absoluto de Enfermeiros diminuiu, todos os outros grupos profissionais assistiram ao reforço dos seus pares! 

Os Hospitais da Universidade de Coimbra EPE, de uma forma brilhante, concretizaram mais um passo rumo à melhoria do SNS: também diminuiu o número de Enfermeiros!

O Centro Hospitalar Vila Nova Gaia/Espinho EPE, roçou o sagrado: reduziram em 60% as horas extraordinárias à custa, exclusivamente, dos Enfermeiros! Aliás, reduziram os pagamentos, para ser mais correcto. Milagrosamente, reduziu também o número de Enfermeiros! Como é isto possível? Se o número de horas de cuidados necessárias não diminuiu e os Enfermeiros decresceram... como pouparam? Simples, não pagaram!  Por isso as despesas com suplementos variou de forma negativa...! Que boa gestão (roubalheira)! Parabéns!
O dinheiro poupado com os Enfermeiros entrou directamente no bolso dos Médicos. As horas extraordinárias e suplementos da classe Médica... aumentou.

O Centro Hospitalar Cova da Beira EPE também levou a cabo um desvaste nos efectivos de Enfermagem! As malabarices do mundo da gestão está-lhes no sangue! Sempre a somar vitórias? Já venderam as motas todas?

Por sua vez, o Centro Hospitalar do Alto Ave EPE, pagou 16 vezes mais horas extraordinárias a Médicos que a Enfermeiros. Foi uma divisão justa!
Do montante disponível para pagamentos desta despesa, desviou 83.5% do mesmo para os bolsos Médicos. Aos Enfermeiros coube uns generosos... 8%! No capítulo das prevenções, a nossa dignidade não ficou tão abalada. A diferença não foi assim tão abismal: para os Médicos, uns humildes 50% do bolo total, para os Enfermeiros... 0%! Porque dinheiro-puxa-dinheiro, 75% da verba paga no âmbito do SIGIC e do Plano de Acesso à Cirurgia Oftalmológica, foi para... os Médicos. Engenharia económica ao mais alto nível!

No Hospital São Sebastião EPE, a saga continua. De 2006 para 2008, o números de profissinais de todos os grupos profissionais aumentaram. Os únicos que diminuíram foram (adivinhem!)... os Enfermeiros! Nesta instituição "reinam" os números... os utentes nem por isso.

Havia tantos outros exemplos. Estes foram alguns aleatórios.

Tudo isto não estaria completo se não fizesse menção ao excelente acordo entre Escolas de Enfermagem e alguns Enfermeiros Directores. Como o número de Escolas e alunos é incomportável em termos formativos e de estrutura física, os bons locais de Ensino Clínico escasseiam... como tal... floresceu uma troca de favores: algumas Escolas "convidaram" os responsáveis das Direcções de Enfermagem para umas "horas de docência" em troca de alguns metros quadrados para "estágios"!
A mestria de alguns é tanta que, além da "reserva" de parcos metros quadrados de pavimento hospitalar para alunos de certas insituições, ainda refinaram melhor a estratégia: se forem "convidados" (para umas aulitas) e bem estimados, no concursos de admissão para Enfermagem, até dão prioridade aos licenciados da respectiva anfitriã.

A indigitação para o cargo de Director de Enfermagem deveria (voltar a ser) por eleição entre pares. Deixo o vídeo de um debate na Assembleia da República, onde um deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo (Médico), defende o fim das nomeações (políticas) nos hospitais:



Legenda: "Projecto de lei bloquista pela eleição do Director Clínico e do Enfermeiro-Director para as Administrações dos hospitais foi debatido no plenário da Assembleia. O Bloco defende que são os Médicos e Enfermeiros que devem ter (como o tiveram no passado recente) a responsabilidade de escolher entre os seus pares quem os deve representar na administração do Hospital, dados os benefícios que esta responsabilização, ao invés da nomeação, traz ao conjunto da comunidade hospitalar."

Esperemos um 2010 melhor...
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P.s. - Ah, é verdade!!Com tanta ginástica finaceira e sapiência de gestão, os Hospital EPE tiveram 218 milhões de euros... de prejuízo. 

Associação de Amigos e Pais da Criança com Doença Crónica...


... procura voluntários.

terça-feira, dezembro 29, 2009

Nova Tabela Salarial proposta para Docentes...

(Clicar para ampliar e ler)



Proposta apresentada ontem (28/12/2009), no encontro entre a Ministério da Educação e Professores, com base no documento "Acordo de princípios para a revisão do Estatuto da Carreira Docente e do modelo de avaliação dos Professores dos Ensinos Básico e secundário e dos Educadores de Infância".
O tempo de serviço em cada escalão é de 4 anos, com excepção do 5º escalão, onde é de 2 anos, para acelerar a progressão!
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Recordo a última proposta de Tabela Salarial para a Enfermagem (as diferenças são bem visíveis, com transições de 5 em 5 anos! Por exemplo, para atingir um salário de pouco mais de 2100 euros, os Enfermeiros demoram (se tudo correr bem!) 25 anos. Os Professores, 15! Os Enfermeiros demoram (se tudo correr bem!) 50 anos a atingir o topo, os Professores pouco mais de 30!):


(Clicar para ampliar e ler)
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Nota: Na reunião negocial de 7 de Setembro, o Ministério da Saúde fez a seguinte proposta para a entrada na tabela salarial:
A partir de Janeiro de 2010, a posição remuneratória inicial seria a 15 (1201,40 euros)
A partir de Janeiro de 2011, a posição remuneratória inicial seria a 19 (1407,45 euros)

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Migrações...

"A Ministra da Saúde, Ana Jorge, está preocupada com a saída dos profissionais de saúde do sistema público para o privado" link

"Ana Jorge preocupada com "transferências" de Enfermeiros" link

A migração de profissionais - que tem vindo a acontecer - tem por base uma etiologia multi-dimensional. Acho que quem trabalha na Saúde, sabe perfeitamente o teor da minha afirmação. Nem vale a pena enumerar os factores, nem sequer esmiúça-los.

Na televisão (SIC Notícias), ainda há pouco, vi uma reportagem onde se afirmava que a Ministra da Saúde estava preocupada com a "fuga de Médicos e Enfermeiros" (pivot dixit) para o privado. Logo se apresentaram algumas ignorâncias, preocupadas em fracturar connexionis, que contestavam: "fuga de profissionais não, fuga de Médicos"! E de repente fez-se luz, o mundo ficou mais brilhante!

Para estes, interessa apenas o número. Se bem que a Srª Ministra também faz menção ao número, é certo, e nesse contexto os Médicos são os implicados, um dos factores (provavelmente o mais importante!) em causa é a qualidade e a experiência. Essa sim, de difícil substituição, fruto do exercício e formação contínua (que consequentemente prejudicará os utentes e a instrução/educação de novos profissionais!)
Mas em quanto um Sistema de Saúde depender de um Médico para autorizar, legalmente, a administração de um simples paracetamol... haverá sempre carência de profissionais de Medicina.
Reitero: legalmente, porque na prática, os Enfermeiros bem como para que lado giram as rodas dentadas...

"A ministra da Saúde, Ana Jorge, (...) afirma que vai trabalhar para aumentar o ânimo e a motivação dos funcionários do Serviço Nacional de Saúde." link
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Aguardamos. Ela bem sabe como motivar os Enfermeiros. Os Docentes, por exemplo, continuam a "marcar pontos" na negociação do Estatuto da Carreira Docente...

Para quando... mais autonomia?


"Os Bombeiros de Viana do Castelo, uns anos atrás tinham Enfermeiros a tripular o INEM-SBV. Enfermeiros que foram despedidos porque se percebeu que, sem Médico ao lado, faziam pouco mais que TAS, mas cobravam 3 vezes mais..." link

Enquanto um Sistema de Saúde depender de um Médico para tudo ou quase tudo...

Doutorices...


"Como é sabido da praça pública, até porque foi amplamente noticiado nos meios de Comunicação Social, um caçador morreu enquanto caçava com um tiro perdido.

Bom, para o local foram accionados pelo CODU, os bombeiros voluntários de Vila Flor e a SIV do INEM, sediada em Mirandela. Ao chegar ao local a Enfermeira do INEM, solicitou ao CODU Norte o accionamento do heli daquele organismo, pois o estado clínico da vítima era muito grave. (...) O Médico regulador do dito CODU foi peremptório: "o heli só levanta depois da vítima ser avaliada por um Médico e não por um Enfermeiro". E assim foi…

Passados largos minutos a VMER, então accionada pelo CODU, chega ao local. Feita a avaliação pelo Médico da VMER, foi decidido... accionar o heli..!!!

A vítima viria a falecer à chegada do heli de salvamento e transporte ao local onde se encontrava a vitima, como foi anunciado por um jornal nacional. É para isto que as SIV´s servem? (...)

Há coisas fantásticas… não há?" link

OE reuniu com o Secretário de Estado da Saúde (Manuel Pizarro)...


O resumo da reunião da OE com o inimigo nº. 1 dos Enfermeiros:
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"Lisboa, 24 de Dezembro de 2009 – A Ordem dos Enfermeiros (OE) reuniu no passado dia 21 de Dezembro de 2009 com o Secretário de Estado da Saúde (SES), Dr. Manuel Pizarro, com o objectivo abordar algumas questões relativas a áreas específicas, designadamente os Sistemas de Informação em Enfermagem, a Emergência Pré-Hospitalar e os Cuidados de Saúde Primários.
Nesta reunião foram assumidos e reafirmados alguns compromissos importantes, por parte do Sr. Secretário de Estado, a saber:
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Sistemas de Informação em Enfermagem
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Foi efectuado o ponto de situação sobre a decisão política relativa às conclusões produzidas pelo Grupo de Trabalho para o Registo de Saúde Electrónico Nacional (RSE). Sobre este assunto o Sr. Secretário de Estado deu-nos conta de que irá disponibilizar nos sítios oficiais do Ministério da Saúde e da Administração Central do Sistema de Saúde I.P (ACSS), a versão final dos documentos produzidos, e também incumbir a ACSS de apresentar até ao dia 31 de Janeiro de 2010, um plano de operacionalização para a fase subsequente do programa RSE, alinhado com as recomendações produzidas e mostrou-se receptivo à proposta da OE da criação de uma Comissão de Acompanhamento deste programa.
Foi ainda abordado o desenvolvimento dos Sistemas de Informação SAPE e SAM, e dos respectivos cadernos de encargos, conforme conclusões do estudo de viabilidade económica destes sistemas, tanto para os Cuidados de Saúde Primários, como para os Hospitalares e Continuados. Ficou o compromisso de envio à OE da versão pré-final do caderno de encargos em desenvolvimento para os CSP e de repensar a estratégia para os outros contextos, designadamente, para os cuidados hospitalares.
A OE apresentou ainda as questões da certificação dos aplicativos informáticos de suporte aos Sistemas de Informação de acordo com requisitos de interoperabilidade, técnica e semântica, com standards nacionais e internacionais e retoma das diligências entre a OE e a ACSS para a formalização de protocolos visando a certificação (técnica e de conteúdos) das aplicações informáticas de suporte aos SIE; o mapeamento da CIPE®, versão 2.0, SCD/E e tabelas de «actos clínicos»; e partilha de informação do Resumo Mínimo de Dados de Enfermagem (RMDE). Sobre estes assuntos, foi assumido o compromisso do SES diligenciar junto da ACSS para o prosseguimento destas actividades e de intervir no sentido de combater a crescente desregulação na aquisição de aplicativos de suporte aos registos electrónicos de Saúde / Enfermagem.
Aos casos mais prementes apresentados pela OE (limitações do acesso à informação e à utilização do SAPE, etc.) prometeu intervenção imediata e solicitou à OE a comunicação de outros factos que entretanto venha a ter conhecimento.
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Emergência Pré-Hospitalar
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O Dr. Manuel Pizarro manifestou preocupação pela instabilidade que se tem vivido neste sector, concordando com a perspectiva da OE, que reafirmou o facto de que a falta de uma estratégia clara para a emergência pré-hospitalar não fomenta um clima positivo nesta área.
O SES considerou ainda que a perspectiva futura será de incremento do numero de Enfermeiros vinculados ao INEM, para fazer face à abertura de mais alguns meios operacionais, designadamente Helicópteros INEM e SIV.Voltou ainda a reafirmar o compromisso anterior de que, em relação à matéria dos técnicos de emergência pré-hospitalar, designadamente no que toca ao perfil funcional e de formação destes profissionais, nada será decidido sem a participação da OE.
Na reunião foi ainda perspectivada a necessidade de reflexão sobre o quadro de vinculação dos enfermeiros que desempenham funções na Emergência pré-hospitalar, tendo em vista a manutenção e o desenvolvimento das suas competências técnicas.
O SES comprometeu-se ainda a intervir junto do INEM, no sentido de: clarificar alguns aspectos relacionados com protocolos que aquele instituto tem celebrado com corporações de Bombeiros para o funcionamento de Postos de Emergência Médica, que incluem enfermeiros na sua composição; desbloquear a situação do concurso para admissão de enfermeiros aberto pelo INEM em Março de 2009; o Instituto fornecer alguns dados sobre o funcionamento dos seus meios operacionais, que se comprometeu a remeter à OE, à longa data.
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Cuidados de Saúde Primários
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O SES congratulou-se pela forma como está a decorrer a abertura de Unidades de Cuidados na Comunidade. No entanto a OE manifestou a sua profunda preocupação pela falta de recursos humanos que poderá comprometer seriamente o funcionamento de muitas delas. Nesta matéria o SES assumiu a necessidade de desenvolver um plano estratégico para os recursos humanos, que permita o regular funcionamento destas unidades e não comprometa a reforma dos Cuidados de Saúde Primários em geral.
Foi ainda manifestada a preocupação pela desregulação que se verifica nesta área em torno dos Sistemas de Informação, que em muitos casos comprometem o planeamento, o registo e a avaliação dos cuidados de enfermagem prestados. Sobre o recente documento produzido pelo Ministério sobre indicadores de desempenho das Unidades de Saúde Familiares (USF), que ignora muitos aspectos fundamentais para a Enfermagem, o SES comprometeu-se a desenvolver uma fase de consulta dos parceiros sobre esta matéria, uma vez que o trabalho desenvolvido naquela área, foi além dos aspectos meramente tecnológicos que inicialmente estavam solicitados.
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Nesta reunião participaram, em representação da OE a Bastonária, Enf.ª Maria Augusta Sousa; o Vice-presidente da OE, Enf.º Jacinto Oliveira; o Presidente do Conselho Directivo da Secção Regional da Região Autónoma da Madeira, Enf.º Élvio Jesus e o Secretário do Conselho Directivo, Enf.º Júlio Branco" link

domingo, dezembro 27, 2009

Não incomodem p.f.!

Comentário deixado por um colega:
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"Para retratar o espírito de negócio e ganância manifestado pelos "senhores das Farmácias", vou deixar aqui o meu testemunho relativamente a uma situação que vivi há poucos dias quando fui activado numa saída de VMER (onde exerço funções):

CODU: Vítima do sexo feminino, 40 anos de idade, local Farmácia XXX na cidade de YYY, história de "vítima inconsciente, mas respira...".

VMER: lá fomos nós andando e para nosso espanto quando chagámos à dita Farmácia, ninguém nos veio receber (estavam mais preocupados em continuar a aviar os clientes, não fossem perder algum negócio...), a vítima lá estava caída no chão (acompanhada exclusivamente pelo seu marido sem saber muito bem o que fazer...) e sem mais nenhum Técnico ou Farmacêutico a avaliar e a monitorizar a hipotética gravidade da situação! Espantoso, não é ?
A Farmácia continuou aberta, em pleno funcionamento, e quase que tínhamos de pedir por favor para as pessoas se afastarem para nós socorrermos a vítima,... incrível, não é ?
E ainda querem estes senhores o direito de poderem vacinar as pessoas ( se nem sequer os princípios básicos do socorrismo, que se ensina a qualquer criança da escola, eles não sabem obedecer, tal como nunca abandonar a vítima, excepto para pedir auxílio !).

Situações deste género, presenciamos nós na VMER em locais e momentos semelhantes (em restaurantes, por exemplo, em que está uma vítima no chão em PCR, e as pessoas continuam serenamente a comer nas mesas do lado como se nada se passasse...), mas agora assistir a isto numa Farmácia onde supostamente existirão pessoas de formação superior e com conhecimentos (?) na área da saúde, foi coisa que nunca pude acreditar ver!"
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... outro comentário...
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"O que o colega relata eu ainda tive uma situação pior...sou Enfermeiro exerço também funções numa VMER e fui activado para uma vítima inconsciente junto a uma Farmácia (seria a nosso ver apenas o ponto de referência), mas quando lá chegamos não queríamos acreditar, tinha sido um utente da Farmácia, vacinado com a vacina da gripe sazonal, que fez um choque anafiláctico.
Qual foi o nosso espanto quando os senhores Farmacêuticos ou Técnicos de Farmácia (pois sinceramente não vejo diferenças nenhumas e as que vi beneficiavam os técnicos) puseram o Sr fora da Farmácia, inconsciente, numa cadeira com a esposa a ampara-lo.
A justificação dos tais Farmacêuticos é que foi brilhante! Não queriam assustar os clientes e assim apanhava ar fresco que lhe fazia muito bem! No meu disto tudo a sorte da vítima foi esta dita Farmácia ser muito próxima do hospital e eu conhecer o seu local exacto e rapidamente lá chegamos...
São estes os profissionais de saúde? Desculpem mas para mim são meros vendedores de medicamentos!"

sábado, dezembro 26, 2009

O saber não ocupa lugar!?


Havia outros exemplos para explorar, eu sei, mas a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), consegue alguns méritos em certas áreas.

O seu Departamento de Formação em Enfermagem resolveu redimir-se do miserialismo curricular de que padece o plano de estudos da licenciatura, e resolveu apostar no investimento formativo dos seus alunos (funcionários e seja lá quem quiser aparecer - mas a pagar, claro). Deste modo, está à disposição dos interessados:

Curso 1: A Maçonaria em Portugal
Curso 2: S. Roque – galeria de devoções e políticas: arte, cidade e reino (séc. XVI-XVII)
Curso 3: A Lisboa Bairrista – festa, identidade e cultura popular em contexto urbano.
Curso 4: De Todos-os-Santos a S. José: caminhos da saúde e assistência no Portugal moderno (séculos XVI-XVIII)

Um verdadeiro logro! Já dizia Abel Salazar, mas aplicado a outra área (permitam-me que adultere): "Quem só sabe de Enfermagem, nem de Enfermagem sabe"! Mas atenção, para que esta máxima seja verdade e faça sentido, há que perceber, em primeiro lugar, qualquer coisinha de Enfermagem.
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O saber nunca ocupou lugar, mas na ESEL... ocupa. Por exemplo, também é possível ser admitido na licenciatura em Enfermagem recorrendo à disciplina de "Economia" como prova de ingresso (para angariar alunos, nem que seja com "Chinês")!
Formação pós-graduada de interesse em Enfermagem para Enfermeiros? Vende-se pouca...
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P.s. - Nota 1 deixada por um colega/comentador:
"De facto, na ESEL o saber não ocupa lugar, até porque já não há espaço para mais cadeiras...".
Nota 2:
"Na ESEL há docentes incompententes com o salário mensal de 5000€.
Na ESEL há docentes que dizem que os enfermeiros deviam ser proibídos de terem dois empregos.
Na ESEL há docentes que não apoiam a investigação como força matriz do desenvolvimento da enfermagem.
Na ESEL há docentes que consideram a reflexão, em detrimento do conhecimento científico, como o mais importante para um estudante e futuro enfermeiro.
Na ESEL há incompetência e ignorância aos montes...
Há unidades curriculares miseráveis como professores inúteis".

Hermafroditas.


Hoje fui a uma farmácia. Em 2 minutos que lá estive, vi de tudo. Técnicos e Farmacêuticos a diagnosticar e a aviar medicamentos sujeitos a receita médica. Até uma "moídeira" num ouvido de de um senhor com prótese auricular apanhou com um zithromax! - "tome isto três dias, um por dia, se não passar vá ao Médico". Tudo em prol do negócio. Ninguém se dignou a observar sequer o ouvido do queixoso. De qualquer forma, olhar e não ver, é como tocar piano sem saber ler a pauta.
Vendem de tudo, fazem tudo. Até tinham um placard a anunciar os serviços prestados, fazendo transparecer que, numa corda bamba, até poderiam ajudar alguém. Mas eu não quero incomodar o mundinho deles. Apenas li algo que me suscitou curiosidade. Passo a citar textualmente:

Percebi, facilmente, o que queriam dizer com:

"Seguimento farmacoterapêutico da diabetes.
Seguimento farmacoterapêutico da hipertensão
Seguimento farmacoterapêutico na dislipidémia."

Portanto, é simples: observam, requisitam análises e prescrevem. Depois é só consultas de rotina para ajuste terapêutico. A imagiologia é o próximo passo...

Fiquei mais curioso com a seguinte inscrição:

"Cuidados Farmacêuticos (seguimento e acompanhamento de doentes)"

Isto é exactamente... o quê?
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Até dispõem de um mini-boletim de vacinas! Agora percebe-se porque é que, este ano, tantos idosos (aqueles que - infelizmente - têm pouco discernimento) foram duplamente vacinados!
Antigamente, quando se recorria a uma farmácia não havia que enganar, era mesmo uma farmácia. Agora temos sempre dúvidas: será que entrei numa perfumaria ou no toys r'us? Declaradamente hermafrodita.

PPR* curricular...


Um conhecido hospital (que não encontra Médicos para contratar) anunciou, recentemente, a abertura de um concurso de recrutamento para Técnicos Superiores. Concorreram menos de 30 candidatos.

Anunciou, quase simultâneamente, a abertura de um outro concurso, mas para Enfermeiros. Concorreram quase 4000 .
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* = Plano Poupança Reforma.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Os sucessos literários... dos Enfermeiros!

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A série "Viva Melhor" (parte 1 e parte 2) é um dos maiores sucessos literários - ao nível dos livros de saúde escritos para as massas - de sempre, em Portugal.
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Os livros, considerados dos melhores bestsellers (que rondam o milhão de exemplares vendidos!!), presentes em todas as livrarias do país e anunciados, frequentemente, na comunicação social, incluindo a televisão, são da autoria do "Dr. António J. Leal Chaves". O cerne do post surge aqui mesmo. É que o povo julga que o "Dr. Leal Chaves" é Médico. Não é. Para orgulho da nossa classe, o Dr. Leal Chaves é Enfermeiro.
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Deixaram-se "enganar" pela lógica do título académico, comum no nosso país. Foi a editora quem lhe atribuiu o título! Não obstante, nada impede um Enfermeiro licenciado de usar o "Dr.", embora "Enf." seja o nosso título distinto! Está escrito no prefácio deste blog: "Os Enfermeiros não querem ser apelidados de "doutor", pois, orgulhosamente, existe um título que os define e torna únicos: "Enfermeiro"."
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Fica então desfeito o mistério: António J. Leal Chaves é Enfermeiro (fez história, deixando o seu cunho na Enfermagem do Trabalho), não vão, as almas lusitanas, continuar a pensar que tudo o que debita conhecimento em formato livresco na área da saúde, é Médico.
Apresento em baixo uma breve nota curricular do autor, tal como consta nas primeiras páginas das suas obras.
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quarta-feira, dezembro 23, 2009

Boas Festas 2009!



A caminho do jantar de Natal...


Mais autonomia para os Enfermeiros! Braço-de-ferro resolvido em Espanha!



(Clicar para ampliar o resultado da votação de 21 de Agosto de 2009, realizada aqui no DE)

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Por cá, com a carreira de Enfermagem nos corredores da amargura, o restante panorama resume-se à asfixia da profissão e alguns debates de banalidades. Em Espanha, há bem pouco tempo, os Enfermeiros conseguiram a aprovação de um decreto 307/2009, que lhes permitia a prescrição de fármacos com interesse para o exercício da Enfermagem.
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Os Médicos (Consejo General de Colegios Oficiales de Médicos) insurgiram-se contra tal iniciativa, e entrepuseram um recurso judicial no Tribunal Superior de Justiça de Andaluzia, que congelou a aplição do decreto e visava a anulação do mesmo.
Desta vez os Enfermeiros levaram a melhor, rumo à maior autonomia na prestação dos cuidados, conseguindo que o Congreso de los Diputados aprovasse de forma definitiva e por unanimidade, a alteração do artigo n.77 (com uma emenda do PSOE para a clarificação da lei), no sentido de permitir aos Enfermeiros, de "forma autónoma", o "uso, indicação e autorização" de vários princípios activos, direito que estava apenas reservado a Médicos e Dentistas.
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Alguns de nós, náufragos em enquadramentos filosóficos da profissão, ainda não compreenderam a necessidade desta medida para a evolução do exercício, na resposta às necessidades da sociedade e outros determinantes, embora 86% dos leitores votantes do DE, concordem "com a prescrição farmacológica por Enfermeiros (Prescrição por diagnóstico de Enfermagem, feita por Enfermeiros Especialistas (e outros Enfermeiros com formação suplementar, experiência mínima e certificação da competência), após formação adequada e com um leque de fármacos indicados para a prática da Enfermagem)".
Melhor que alguns Enfermeiros, até certos Médicos (como o Dr. Rosas Vieira, por ex.), compreendem e apoiam a prescrição de alguns fármacos pela classe de Enfermagem!

Não é uma questão de mini-medicina ou transposição e redução de custos, mas antes de mais autonomia, maior e melhor desempenho, dinâmica e fluidez, acompanhados de um incremento da auto-estima, motivação e auto-realização profissional, com a respectiva descentralização do processo de decisão em saúde e satisfação das necessidades dos utentes!

terça-feira, dezembro 22, 2009

Grande imbróglio?



A SIC no resolveu transmitir uma reportagem relativa à doação (para mais tarde ser reconvertido na Casa do Enfermeiro) do antigo Sanatório Marítimo do Norte, Francelos, Vila Nova de Gaia, à Associação S. João de Deus. Após algumas voltas, o imóvel ficou à guarda do Enf. Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, o qual foi apelilado, na dita peça jornalística, de "simples Enfermeiro".
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Como alguns meios de comunicação social têm dedicado - por encomenda - algum tempo de antena e espaço de escrita ao assunto de alguns interessados, o tema virou moda. Como consequência, recebi imensos e-mails.
Antes de prosseguir, queria deixar claro que eu não sou o Enf. José Azevedo! Admiro-o e respeito-o como um dos grandes intervenientes da história da Enfermagem portuguesa.
Agora, custa-me a entender, depois de... fraudes consecutivas no SNS, de roubalheira democrática no estado português, de milhões de euros desviados por interesses pessoais, de extorsões milionárias por parte de uma boa fatia da classe médica portuguesa, de assaltos ao bolsos dos contribuintes pela indústria farmacêutica, de despesismos faraónicos enquanto outros convivem com parcos salários... onde está o imbróglio?
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Os Médicos ficaram desconfiados com o "protocolo" assinado pela (e com a) Ministra Leonor Beleza? Queriam a posse do Sanatório? Pensaram que a doação tinha sido efectuada para fraccionamento da iniciativa da luta apoiada por Médicos e Enfermeiros? Ou o PS anda triste e magoado?
Francamente, nunca me preocupei com essa história do Sanatório. Preocupo-me, ao invés, com as razões da sua emersão...
Mas afirmo convictamente: esclareça-se rápido tudo isto! Queremos paz à cabeça dos Médicos (e outros melindrados) que, após todos estes anos, ainda matutam nisto...
Na reportagem da SIC, fruto de um acaso miraculoso, quem aparece a mandar uns sound bites? Manuel Pizarro, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, um dos melhores amigos (da onça) dos Enfermeiros! O PS e os inimigos dos Enfermeiros não conseguem resolver as coisas sozinhos? Têm de recorrer ao "Nós por cá"?!



Coleccionadores de ossos....


muitos casos pelo país fora, mas este captou a minha atenção por se tratar de um suposto defensor da Enfermagem e respectiva formação.
É possível um Professor de Enfermagem, Presidente do Conselho Directivo de uma das maiores escolas do país, extirpar, desmembrar e desossar a formação pós-graduada em Enfermagem, para depois vendê-la a retalho para quem quiser comprar (inclusive por outros, detentores ou não de cursos superiores - bombeiros, doulas, habilidosos, bruxos, TAE's, gerontologistas, farmacêuticos, etc... ) por uns míseros cobres?
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Sim, é possível. Basta perguntar ao Prof. Paulo Parente Gonçalves (ESEP) como se faz! Fico confuso em relação ao que se denomina de... usurpação de funções/competências (oferecida numa bandeja de prata)! Isto é uma espécie de canibalismo formativo...
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A Ordem dos Enfermeiros já tem conhecimento, aguarda-se posição oficial!
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P.s. - Acrescentado à posteriori.
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Comentário anónimo (obviamente de um Farmacêutico):
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"A inscrição em unidades curriculares é algo contemplado na lei e qualquer instituição é livre de abrir vagas para esse fim. Informe-se homem. E não, nenhum profissional saúde com um curso superior UNIVERSITÁRIO (ou seja, ou farmacêutico ou médico - pois são os únicos) está interessado nessas pseudo-cadeiras ridículas do "curso" politécnico de Enfermagem... Tenha noção do seu tamanho, que é pequeno."

Apesar de estar contemplado em termos legais, cada instituição pode optar por fazê-lo ou não. Quem está interessado em preservar o seu campo de conhecimentos/competências/funções não o faz (Medicina). O outro grupo profissional que menciona (Farmacêuticos), fá-lo. Vendem o curso a retalho, ou não fossem eles os especialistas do comércio.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

40!


Abrem-se indiscriminadamente milhares de vagas para os cursos de Enfermagem, abrem-se escolas/cursos "à lá garder", realizam-se ensinos clínicos (nos confins da mediocridade) recorrendo a malabarismos circenses para fazer caber quatro onde apenas há um lugar ("ensandwichados"!) ... e ninguém diz absolutamente nada. É desprezivelmente... normal.
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Abre-se um curso de Medicina (ainda que apenas de reconversão - Aveiro) e surgem debates nacionais em horário nobre e cabeçalhos destacados em jornais! Estamos a falar de... 40 vagas apenas.
Por 40 vagas o país ia ruindo com os berros da Ordem dos Médicos (pela voz do seu Bastonário), Sindicatos (FNAM) e Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ler posição)...

sexta-feira, dezembro 18, 2009

O que aconteceu na última reunião negocial com o Ministério da Saúde (15/Dez)?

Ana Jorge, Ministra da Saúde
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Nos dias que nasceram após do dia 15 do corrente mês, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) deixou a classe de Enfermagem intrigada. Aliás, irritada.
Afinal de contas, se lutamos todos para o mesmo propósito, qual o motivo de tanto segredo e ocultação dos factos?
Porque é nenhum órgão da comunicação social fez referência ao que se passou na dita reunião?
Era escusado o SEP deixar os Enfermeiros - e seus associados - enfurecidos, remetendo-se ao silêncio.
Que matéria tão confidencial foi discutida no encontro? Tão confidencial que, apesar do site do SEP já ter sido actualizado (após o dia 15 de Dezembro), "saltou" a informação acerca desse pequeno pormenor chamado... "ronda negocial"!
Ninguém se digna explicar aos Enfermeiros o que aconteceu?
Eu explico: colegas, não houver qualquer reunião no dia 15 de Dezembro. Nada, apenas a indicação que haveria nova reunião - a marcar - em Janeiro de 2010. Tudo o resto é uma mentira, bluffada, encoberta num silêncio que os Enfermeiros não merecem!
Apesar de tudo, o que importa neste momento é a união entre todos nós, no sentido de concretizarmos as nossas (justas) aspirações no que diz respeito à carreira e respectiva retribuição salarial!

O iceberg...


Havia tanto, mas tanto, para dizer. Onde, para alguns colegas, parece existir um calmo e pacato mar, na verdade, irrompe nessas águas a ferocidade da agitação das mesmas, onde o bem e o mal se enfrentam, numa verdadeira luta entre as trevas da natureza e o íntimo agreste dos homens. A Enfermagem em nada é diferente.

Quando a generalidade dos Enfermeiros ajuíza sobre a inércia de todos, na verdade, imensa gente, noite e dia, luta para que tudo seja melhor. Digo eu, portanto, que nem todos dormem.
Frequentemente (senão quase sempre), para que brote uma simples e bela flor do solo arenoso, tantos e tantos homens e mulheres - e suas mentes - colocaram ao serviço da classe toda a sua inteligência, vontade e preserverança. É hercúleo o esforço de suster firmemente uma barra com o peso de 60 mil almas.

Por isso, doravante, acabou. Terminaram as meias palavras. Todos os Enfermeiros têm o direito de conhecer o iceberg que é a Enfermagem. O bloco de gelo à tona da água é incomparavelmente inferior ao submerso, onde se desenrolam as lutas, as esgrimas, os interesses e as máfias.

E se, porventura, notarem os colegas que há dias em que o blog pára, não é pela vitória do cansaço ou pela falta de esperança, mas antes pelo esforço que é canalizado para as batalhas que, por ora, ainda acontecem em corredores escuros, sem espectadores. Continuarão a ser assim aquelas cujos inimigos se encontrem fora do seio dos Enfermeiros, porque para aqueles que, dentro das nossas paredes, envenenam ronceiramente a profissão, acabou-se o perdão e o segredo. Há que conhecer quem contamina...

Há que desmistificar a concepção que a esmagadora maioria tem do que é a Enfermagem portuguesa e de quem é quem. E isto é apenas um minúsculo cristal de gelo no fundo de um iceberg descomunal...
Não há que ficar espantado ou triste, em tudo o que é metro quadrado de outras casas é tal e qual, mas aqui, o que nos interessa, é a nossa casa... e nada, ou quase nada, acontece por acaso - garanto!
Poderão parecer estas palavras, delírios das duas badaladas matutinas, mas não são. Infelizmente, não são.

quinta-feira, dezembro 17, 2009


"(...) É sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio, a mesma angústia funda, sem remédio (...)."
Florbela Espanca

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Mais um Enfermeiro com doutoramento em Portugal...


"Os ricos vivem mais dez anos do que os pobres" link


"Os portugueses mais ricos e com mais escolaridade vivem em média mais dez anos que os mais pobres. Esta é uma das conclusões da tese de doutoramento do Enfermeiro e sociólogo Ricardo Antunes, que estudou dois mil óbitos ocorridos num hospital de Lisboa e noutro do Alentejo. Os números, apesar de inéditos em Portugal, acabam por quantificar a percepção que os médicos têm pelo contacto com populações mais pobres e mais ricas."

domingo, dezembro 13, 2009

As 10 profissões com as mais altas taxas de divórcio...


"As profissões com maior taxa de divórcio são as de mais stress e com maior contacto humano" link


1. Dançarinos e coreógrafos - 43.05%

2. Empregados de bar - 38.43%

3. Massagistas - 38.22%

4. Enfermeiros, psiquiatras e assistentes de saúde - 28.95%

5. Artistas e actores, desportistas ou relacionados - 28.49%

6. Paquetes e recepcionistas - 28.43%

7. Operadores de Telemarketing - 28.10%

8. Empregados de mesa - 27.12%

9. Empregados de limpeza ou empregadas domésticas - 26.38%

10. Chefs - 20.10%

sábado, dezembro 12, 2009

Jovens Enfermeiros denunciam precariedade laboral...




"Ao som de música natalícia, jovens Enfermeiros deixaram esta sexta-feira presentes à porta do Hospital Curry Cabral e cartas dirigidas ao Pai Natal, num protesto simbólico para denunciar a “precariedade” laboral que afecta 800 profissionais na região de Lisboa, noticia a agência Lusa. Uma corda com 800 cartas de enfermeiros para o Pai Natal, presas por molas, cartazes e “prendas”, com inscrições que manifestam a exigência dos Enfermeiros, despertam a atenção de quem passa pela porta daquele hospital em Lisboa.

“Este é um ponto negro de precariedade”, “Salários dignos”, “Fim dos recibos verdes e de subcontratação como vínculo para funções permanentes” e “Dotações seguras” são os apelos dos jovens Enfermeiros afixados nos presentes e nos cartazes.

À porta do hospital, perto de duas dezenas de Enfermeiros iam distribuindo panfletos com as suas reivindicações. “Nós decidimos marcar este dia com uma acção simbólica para denunciar a precariedade existente no distrito de Lisboa”, disse à agência Lusa Isabel Barbosa, da direcção regional de Lisboa do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou o protesto.

A escolha do Hospital Curry Cabral para fazer o protesto tem uma razão: “De todas as instituições, é aquela que detém mais vínculos precários (154), não considerando os centros de saúde”, sublinhou Isabel Barbosa.

O Enfermeiro Pedro Salgueiro trabalha naquele hospital há cinco anos com vínculos precários. “Inicialmente eram contratos de seis meses, ultimamente têm sido renovados pelo período de um ano”, disse à Lusa. Para Pedro Salgueiro, a sua situação laboral é de “incerteza” em relação ao futuro.“Este ano o meu contrato encontra-se em vigor até 31 de Julho de 2010”, disse o Enfermeiro, que deixou o Interior, onde vivia, para trabalhar em Lisboa.

Pedro Salgueiro adiantou que a situação de “instabilidade” que vive não lhe permite traçar grandes planos para o futuro.“Gosto do sítio onde estou e as condições de trabalho não são más, mas o contrato é que não dá estabilidade para o futuro”, comentou. A situação precária dos jovens Enfermeiros afecta 5000 profissionais a nível nacional, segundo Pedro Frias, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses - “Temos uma situação bastante complicada em termos de vínculos precários a nível nacional e no que diz respeito aos jovens Enfermeiros”, sublinhou à Lusa.

Pedro Frias salientou que existem cerca de “5000 Enfermeiros com contratos a prazo no país, muitos deles nas instituições do sector público administrativo, que dependem directamente da regulação do Ministério da Saúde da abertura ou não de concursos”.

“O Ministério da Saúde descongelou agora 1627 quotas que são insuficientes para aquilo que são os vínculos precários que existem na totalidade das instituições”, acrescentou Pedro Frias.

Nas cartas dirigidas ao Pai Natal, os enfermeiros expressam o desejo que gostariam de ver realizado este Natal: um vínculo efectivo para o posto de trabalho permanente, maior dotação de enfermeiros nas instituições, uma carreira para a Enfermagem inteira que “valorize as competências, penosidade e responsabilidade adquiridas pelos Enfermeiros”." link

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!