quinta-feira, abril 30, 2009

Grelha Salarial da nova Carreira de Enfermagem


"Quanto a esta matéria a FENSE [SE + SIPE] deixou claro que só aceita para início de carreira o valor ponderado entre os níveis 19/20, da tabela única da administração pública 1407€. Devemos acrescentar que este princípio já está legislado desde 1989 (DL 30/90)."
Fonte: SE

O actual valor proposto para entrada na respectiva grelha salarial são uns módicos 1200 euros, ou seja, o salário-base dos Técnicos Superiores da Administração Pública... há largos anos atrás! Intolerável!
Se pensarmos no facto dos suplementos (provável e injustamente) passarem a ser remunerados a 25%, então teremos, na verdade, uma redução efectiva dos salários... um anedótico paradoxo!
Para que haja seriedade e coerência, o valor de entrada nunca deveria ser inferior aos 1407 euros e a suplementação- no mínimo! - mantida, ou então, estabelecido um valor percentual calculado sobre o salário-base que reflicta a especificidade e penosidade da função (nunca inferior a 30%).

quarta-feira, abril 29, 2009

Anónimos experts em Swine Flu (gripe dos porquinhos)!?


No post "Porcos com Gripe!", afirmei que a Gripe Suína não seria muito mais que "uma vulgaríssima gripe acrescida de vómitos e diarreia". Logo se apresentaram uns quantos anónimos experts em virologia (de balcão, cheira-me). Assim, disseram:

Anónimo disse...
"Uma vulgaríssima gripe acrescida de vómitos e diarreia"
"A sua formação simplista, e o conhecimento que detém sobre patologia e a historia de pandemias torna-o muito ignorante na matéria... Vá estudar virulogia um bocadinho mais, estude muito bem a família do vírus em causa e depois repense no que escreve..."

Anónimo disse...
"Uma vulgaríssima gripe acrescida de vómitos e diarreia"
"Em que mundo é que vive.....?
Acorde para a realidade."

Em primeiro lugar, penso eu (profissional "simplista"), que quando não sabemos com quem falamos/discutimos temos de manter as respectivas reservas, logicamente, não vá o diabo... e a nossa camioneta não aguentar com a areia do outro.
Em segundo lugar, temos experts em virologia tão paupérrimos, que até escrevem mal a sua expertise: "virulogia"!! Que ricos Virólogos (forma correcta) nós temos!

Por fim, e para não entrar aqui numa aborrecida discussão técnica com estes virúlogos, concluo este post formativo com uma explicação da Medical Director for the US National Foundation for Infectious Diseases (NFID), Susan Rehm, que até parece concordar com este "simplista":

"From what we understand so far, the severity [of swine flu] doesn't seem to be much different than what it is in regular seasonal influenza" link (o concern point é a mutabilidade e a consequente imprevisibilidade)

O US Center for Disease Control (CDC) acrescenta:

"About 36,000 people in the U.S. die annually from seasonal influenza, and more than 200,000 are hospitalized" link (incomparavelmente superiores à gripe suína!)

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Mas claro, o que é o CDC e a NFID percebem de virUlogia? ;)

Tarefeiros custam quase 15 milhões!


"O Serviço Nacional de Saúde (SNS) pagou no ano passado 14,6 milhões de euros a empresas (...) para poder suprir as necessidades nos hospitais e centros de saúde. As empresas especializadas no recrutamento de (...) funcionários para a área da saúde crescem como cogumelos. Estima-se que desde 2006 tenham sido criadas mais de 40 empresas para actuar neste nicho de mercado. Embora, segundo uma fonte ligada a este negócio, apenas seis se dediquem em exclusivo ao fornecimento deste tipo de profissionais – médicos ou Enfermeiros tarefeiros." link

Porcos com gripe!


Como as notícias vão escasseando, a comunicação social (CS) vai procurando novas fontes de entretenimento das massas, nem que seja a gripe dos suínos ou porcos, como quiserem (serve para distrair um bocadinho e descansar as orelhas do povo, extenuadas pela insistente tecla Freeport).
Já nem se pode ligar a televisão: uma notícia relatada insistente e interminavelmente, torna-se hipnótica e acaba por estupificar!
Uma vulgaríssima gripe acrescida de vómitos e diarreia (embora nem sempre) até a bolsa de valores fez tremer! É notório o poder da CS (os laboratórios e farmácias esfregam as mãos com estas epidemias sazonais por encomenda)! A mortalidade associada e registada é tão reduzida, que morre mais gente a andar de bicicleta!

Muito mais grave - verdadeiramente pandémica! - é a diabetes por exemplo, que devora muitas mais vidas (com uma incidência assustadora!), acarreta mais sofrimento e é inerente a um aumento exponencial de custos no sector da saúde, directa e indirectamente.

Após a gripe dos pitos veio a gripe dos porcos, por isso mesmo ando curioso para saber quem se gripa a seguir.

segunda-feira, abril 27, 2009

Reunião de 27 de Abril com o Ministério da Saúde


REUNIÃO NEGOCIAL - 27.ABRIL.2009
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Decorrente da reunião negocial com a CNESE a 15 de Abril, o Ministério da Saúde (MS) remeteu uma NOVA VERSÃO DO PROJECTO DE DIPLOMA a 22 de Abril, que hoje (27.Abril) esteve em negociação. Assim:

1 – Âmbito de Aplicação
MS informou: Já houve uma reunião entre os Ministérios da Saúde, Trabalho e Finanças (e hoje decorre outra) no sentido de perspectivar qual a melhor solução jurídica que viabilize a aplicação da mesma Carreira aos CTFP e CIT (a ver na próxima reunião negocial).

2 – Estrutura e Desenvolvimento Profissional
A – Deveres Funcionais (ex-art.º 5º): MS aceitou proposta da CNESE, de ser retirado;
B – Conteúdos Funcionais (art.ºs 6º e 7º): CNESE propôs várias alterações. MS aceitou e aguarda Proposta integral da CNESE;
C – Categoria de Enfermeiro Principal: MS aceitou a designação de Enfermeiro Gestor (art.º 4º); CNESE evoluiu para 12 anos de exercício profissional como requisito de admissão (art.º 8º, n.º 2, al.b) em oposição aos 15 anos de exercício após a obtenção do título de Enf.º Especialista proposto pelo MS. MS não vê problemas, vai ponderar.
D – Exercício de funções de Enfermeiros ao nível dos Departamentos e Unidades de Gestão (art.º 13.º): CNESE reafirmou Proposta: i) designação de Enf.º Supervisor. MS aceita uma designação, a ponderar; ii) âmbito de recrutamento: além de Enf.º Gestor é alargado aos Enf.ºs com título de Enf.º Especialista. MS: “não choca…já tinham pensado”; iii) processo de recrutamento: por concurso. MS vai ponderar; iv) exercício de funções: comissão de serviço automaticamente renovável, fixando as condições de não renovação. MS vai ponderar; v) Fixar vencimento neste Diploma. MS aceita e montante a ver; vi) fixar conteúdo funcional. MS vai ponderar.
E – Regulação da Assessoria Especializada (Controle e Infecção Hospitalar, Gestão do Risco, Qualidade, etc): CNESE reafirmou a sua proposta. MS vai ponderar.

3 – Outros aspectos
A – Regimes, Duração e Organização do Tempo de Trabalho – Regimes Trabalho/Horários/Complementos, etc (art.º 12º): CNESE ficou de remeter proposta integral.
B – Formação Profissional (art.º 15º): CNESE propôs 15 dias úteis/ano. MS vai ponderar.
C – Período Experimental (art.º 14º): CNESE vai remeter proposta e MS disponível para reduzir os 240 dias (8 meses).

4 – Estrutura e Desenvolvimento Salarial e Transição
A – A actual Posição 1 proposta pelo MS (Nível 11 = 995 Euros) sai deste diploma. MS aceitou regular, entre outras matérias laborais, a remuneração do Exercício Profissional Tutelado (EPT) na respectiva Portaria. A Posição 1 proposta pelo MS passa agora, formalmente, a ser o Nível 15 = 1 201 Euros, para início de discussão.
B – Sobre as restantes matérias, o MS assumiu que não tinha, nesta reunião, qualquer evolução de posição.

DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO NEGOCIAL
1 – Avaliação do Desempenho – 1.ª reunião do Grupo de Trabalho a 28.Abril
2 – Carreira de Enfermagem: Nova reunião a 7. Maio
Até 7.Maio a CNESE remete as respectivas Propostas
A reunião de 7.Maio é centrada nas Questões Salariais e Âmbito de Aplicação

Colegas
Face ao “andamento do processo negocial” é FUNDAMENTAL QUE TODOS se envolvam, mobilizem e participem, a 12 de Maio, no Dia Internacional do Enfermeiro, comemorando na MANIFESTAÇÃO NACIONAL DA ENFERMAGEM PORTUGUESA.


domingo, abril 26, 2009

José Saramago e os Enfermeiros...



Texto retirado do Blog Mas Porquê?:

"Não fiquei estupefacto ao ler este texto de Saramago, pensei que também ele não ficasse ao constatar a realidade que descreveu. Triste mas verdade, os enfermeiros portugueses são, cada vez mais, obrigados a emigrar! Pelo que se denota essa realidade ainda não é bem conhecida pelos portugueses, e pior ainda, por individualidades que se supõe bem informadas acerca das peripécias que vêm ocorrendo em Portugal.

Camisola (link) - texto de José Saramago:

"Quando hoje saí do hospital, fresco como uma rosa, trazia comigo duas satisfações. Uma, a de me ter visto livre, finalmente, de uma impertinente bronquite que há meses, com altos e baixos, parecia não querer largar-me, mas que desta vez teve de resignar-se a ir à procura doutro hospedeiro. Oxalá não o encontre. A segunda satisfação era de diferente natureza. Sucede que neste pequeno hospital de Lanzarote, certamente com surpresa de quem me leia, trabalham nada mais, nada menos que 17 ou 18 enfermeiros vindos de Portugal, da província do Minho na sua maior parte. Sucede também que, antes de sair, tive de fazer uma radiografia ao tórax para que ficasse devidamente documentado que o paciente, como costuma dizer-se, está bem e recomenda-se. Eu levava posto o que hoje chamamos um “jersey”, portanto foi um “jersey” que despi e deixei em cima de uma cadeira. O enfermeiro, português de Felgueiras, devia verificar se as chapas haviam resultado tecnicamente satisfatórias e, para isso, teve de passar para um compartimento ao lado. Disse: “São só dois minutos, depois dou-lhe a camisola”. Creio que estremeci. Não tornara a ouvir a palavra desde há uns trinta anos, talvez mais, e aqui, em Lanzarote, a dois mil quilómetros da pátria, um jovem enfermeiro de Felgueiras, sem o imaginar, dizia-me que a língua portuguesa ainda existia. Abençoada bronquite.""

sábado, abril 25, 2009

ANEED


ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENFERMEIROS DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA

Paracetamol pode ajudar numa melhor recuperação do AVC


"Administrar uma dose elevada de paracetamol em pacientes com febre acima dos 37 graus pode reduzir as complicações graves resultantes de um AVC (acidente vascular cerebral), revela um estudo publicado na “Lancet Neurology”.
Investigadores do Centro Médico da Universidade Erasmus de Roterdão, na Holanda, realizaram um estudo com 1.400 pacientes com AVC em que foi comparada a recuperação daqueles que tomaram paracetamol com a dos que receberam apenas um placebo.
É sabido que uma temperatura corporal acima de 37 graus imediatamente após o AVC é indício de pior prognóstico, uma vez que cada grau a mais duplica a possibilidade de uma má recuperação. Cerca de um terço dos pacientes com AVC apresenta temperaturas acima de 37,5 graus.
Contudo, os investigadores, liderados por Heleen den Hertog, verificaram que uma dose diária de seis gramas de paracetamol reduz a temperatura corporal em 0,3 graus.
No artigo, os cientistas destacaram que estes resultados precisam de ser confirmados por um estudo mais amplo. Mas afirmaram que o paracetamol pode ser um tratamento simples, seguro e económico para o AVC.
"

Fonte: Alert Online/Revista The Lancet - Neurology

Desníveis...


Hoje não, porque estou bastante cansado, mas amanhã permitam-me que opine acerca da importância das comparações e da ambição competencial. Para reflectirem melhor, deixo-vos um comentário que tive oportunidade de ler noutro blog (em bruto, vou deixar passar os erros ortográfico, gramaticais e de pontuação):

"Lembrem-se os enfermeiros que um especialista em Neurocirugia por exemplo tem de estudar 13 anos! Ambos são importantes mas o médico não deve ser a referência para comparar os seus salários. O Curso de Medicna polémico do Algarve só vem reforçar o evidente desnível brutal ciêntifico...vejam só que um enfermeiro especialista terá de estudar mais 4 anos para obter a licenciatura em Medicina."


Posso comentar? Que argumentação pobre. E se fosse o inverso? E se fosse um Neurocirurgião a ingressar em Enfermagem? Tinha o curso servido numa bandeja de prata? Óbvio... que não! Tinha obrigatoriamente que o frequentar (as equivalências não seriam muitas) e concluir com aproveitamento. No futuro, com internato incluído e tudo. Desnível científico?

Eu gosto de discutir, compreender as várias perspectivas, mas as argumentações medíocres deixam-me sem paciência.

sexta-feira, abril 24, 2009

Socialité


Estive, recentemente, num evento social (é raro, mas desta vez estive presente).
Estavam cerca de 120 pessoas aproximadamente. Encontrei vários colegas de curso que já não via há largos anos e tive notícias de outros. Surpreendeu-me que, alguns dos melhores profissionais, tivessem emigrado(!!)! Sim, emigrado (estou a falar de gente da ex-Função Pública, quase todos especialistas...)!
Depois de uma vida... deixam filhos, amigos, família, etc e rumaram para a Suíça, Irlanda e França. Não consegui disfarçar a minha expressão de espanto (foi, em parte, este sentimento que gerou a parte final do post anterior). Esses países dobraram-lhes (e em alguns casos triplicaram e quadruplicaram) o respectivo salário e foram. Coincidência (ou não), emigraram os melhores!!

Em termos profissionais, no evento, havia de tudo: Advogados, Economistas, Engenheiros, Médicos, Enfermeiros, Professores, trabalhadores técnicos, etc. Das cerca de 120 pessoas lá presentes, no mínimo 18 eram Enfermeiros! Já é corriqueiro. Subitamente, foi assaltado pelas memórias de quando ia a algures e era o único Enfermeiro num raio bem generoso. Agora é banal e ninguém se esquece de dizer "o meu sobrinho (filho, amigo, cunhado, irmão, etc) é Enfermeiro e recebe a 3 euros/hora...", por exemplo.

quarta-feira, abril 22, 2009

Ilhas Tuvalu!


Já quase não existem Enfermeiros em Regime de Horário Acrescido (RHA) - 42horas/semana (+ 37% sobre o salário base). Gradualmente, foram sendo retirados, sobrevivendo agora muito poucos.

Havia quem dissesse que o RHA não acarretava vantagens. Ora, acho eu, dispor de mais horas de Enfermagem é uma enorme vantagem (ou não?)!
A crise não pode ser desculpa para muitas coisas estranhas que andam por aí a acontecer. Nem o desemprego. Infelizmente, por haver muitos desempregados, não podemos pedir aos Enfermeiros no activo que prescindam do seu trabalho para o dar aos outros (da mesma forma os médicos/advogados/arquitectos não dividem os seus clientes só porque outros colegas têm um volume de trabalho inferior ou estão desempregados).

Para já, reduziram de 42h para 35h. A continuar assim (desemprego), reduzem para 30 ou 25 como em alguns países (mas lá o salário mantêm-se, no nosso Portugal o salário diminui em proporção ou exponencialmente, como no caso do RHA). Se os desemprego se acentuar, com sorte, reduz-se a carga horária para 15, 20 ou 10 horas/semana, consoante as necessidades. Por essa altura o salário base de início de carreira deverá rondar pouco mais de 300 euros!

A hipótese de ir trabalhar para as ilhas exóticas de Tuvalu (nordeste da Austrália) começa a tomar forma (para os desempregados que foram enganados com uma bandeira da empregabilidade que teve os seus momentos altos no séc. XX). Lá só existem pouco mais de 50 Enfermeiros... (ainda não chegou lá o Piaget, Cespu e restantes fabricantes...).
Espero, sinceramente, que o Modelo de Desenvolvimento Profissional seja operacionalizado da melhor forma e que o internato regule um mercado que, no mínimo, está louco!

terça-feira, abril 21, 2009

Um Sherlock impaciente e os alunos que têm que marrar (senão chumbam!)...


Tenho andado, por aí fora, a investigar os Enfermeiros, mais precisamente em que actividades é que estes despendem o seu tempo. Como a senhora Bastonária vai mandando umas postas de pescada ao ar (sobre o suposto número de Enfermeiros em falta), baseadas em números batoteiros da OCDE, temos, nós próprios e obrigatoriamente, que nos dedicar a pescar com inteligência.
Ao longo do tempo descobri um padrão numérico que se repete em ciclos - se a senhora (que empunha o bastão) acorda para a esquerda, faltam 20 mil Enfermeiros, para a direita, já faltam 30 mil. Se come grelhados, a conta chega aos 18 mil, se o jantar é cozido, a coisa é mais avantajada: faltam 40 mil.
Mais mil, menos mil (perdeu-se a personalização, agora, na Enfermagem, é tudo aos "mil"), as Instituições de Saúde já deitam os currículos pela janela pois, pelo que dizem (e eu confirmo), já ocupam espaço em demasia. Até já se manda currículos para Instituições que ainda não abriram, nem vão abrir a curto prazo.
Nós, os ingénuos, ao contrário dos californianos e não só, não temos qualquer legislação que regulamente rácios, e cá na Lusitânia estas coisas decidem-se à luz do vento da trova que passa, ou seja, à vontade do digníssimo Administrador que a política determinou para o lugar. Num serviço onde deviam estar 4 por turno, metem 2, e avisam que se não trabalharem por 4 vão para o "olho da rua"... e os coitados - perdoem-me a expressão - trabalham (mais óbito, menos óbito) para salvar o próprio coiro (por 4, 5 ou mais colegas se for necessário...)!
Se lhes reduzem o salário a metade, trabalham também (seringa atrás da orelha e assobio alegre)! Há limpa-chaminés com mais dignidade! Em Braga, por exemplo, três auxiliares de limpeza não aceitaram que lhes retirassem os direitos: foram despedidas e puseram o Estado Português em tribunal!! Se fossem Enfermeiras tinham-se borrado de medo e calavam-se. Acho que o problema reside, em parte, na filosofia sofredora e humilhante que as escolas imprimem nos alunos - tratam-nos como operários subalternos feitos crianças. No meu tempo, disse-me uma "professora": "a barba é para se fazer todos os dias durante o estágio". Andei semanas-a-fio barburdinho da silva, já nem aguentava o prurido e estou cá.
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Já está na hora de ensinar aos alunos o que é dignidade, igualdade e capacidade potencial. Nos "meus" alunos não há histórias da carochinha: é marrar forte e feio sem piedade (senão chumbam! - não há cá relatórios poéticos e inúteis, perfumados, com desenhos e cores bonitas! - depois de um Mestrado na área de Pedagogia e Supervisão é que me apercebi, ainda melhor, da pouca utilidade das reflexões não desejadas. A perspectiva reflexiva é um patamar que o aluno/profissional adquire com a maturidade! aí será proveitosa!), saber e estar, e desde logo torço o pepino: "os Enfermeiros são profissionais com o mesmo nível de dignidade de todos os outros - devemos lutar pelas nossas convicções"!
Urge a necessidade de reforma do ensino da Enfermagem. Uma das primeiras medidas seria varrer com a enorme quantidade de professores incompetentes que vagueiam pelas Escolas, disponibilizando os lugares para quem, efectivamente, é capaz e apresenta os critérios pretendidos que, vulgarmente, são exigidos a um Professor do Ensino Superior.
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Voltando ao princípio: depois da minha investigação empírica e de relógio em punho, concluí (com todas as fragilidades metodológicas inerentes) que os Enfermeiros só dedicam cerca de 60% do seu tempo de exercício exclusivamente à Enfermagem. Isto quer dizer que, aproveitados correctamente e com dedicação a 100%, quase dobravamos(!) as horas de cuidados de Enfermagem neste país desgovernado. Enquanto tivermos Enfermeiros a fazer o trabalho de Auxiliar, Administrativos, Assistentes de Consultório, Telefonistas e afins, teremos sempre um défice na quantidade de horas de cuidados. Tenho dito!
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P.s. - Peço desculpa, mas hoje estou ligeiramente inflamado!

segunda-feira, abril 20, 2009

Andam a fazer "marionetices" para os lados do Alto Minho? (publico, na íntegra, uma "carta aberta" que me enviaram)




De: xxxxxxxx
Enviada: segunda-feira, 20 de abril de 2009 12:09:29
Para:
doutorenfermeiro@hotmail.com


Uma Enfermeira Chefe é, e sempre será, alguém que cuida de gente que cuida.”

"Correm tempos difíceis para a Equipa de Enfermagem de um Serviço de Urgência Básica para os lados do Alto Minho.
A Enfermeira Chefe foi substituída de forma inesperada por um Coordenador nomeado pela actual Direcção de Enfermagem sem que os Enfermeiros do serviço ou a Enf.ª Chefe pudessem fazer algo para contrapor, devido á actual legislação em vigor relativamente aquele tipo de serviço (que apenas precisam de um Coordenador, diz a lei).
Essa Enf.ª Chefe tem Fama de Defender, a sua Equipa de Enfermagem. Conseguiu algo que é difícil no meio da Enfermagem, o que muitos consideram impossível - inovar uma Equipa de Enfermagem!
Esta Carta é uma homenagem, um tributo aquela Enf.ª Chefe e um incentivo e a todos aqueles que ainda cuidam de gente que cuida.
Que sirva de exemplo a muitos que ocupam lugares com responsabilidade!

Caros Colegas da Direcção de Enfermagem:

Vimos por este meio expressar o que vai na alma dos Enfermeiros do serviço. Não vamos mostrar a nossa indignação por esta mudança inesperada da chefia deste serviço, embora isso seja o que alguns esperam. Não vamos ser obstáculo, nem pedra no sapato. Não o pretendemos. Apenas pretendemos ser melhores que ontem, e amanhã sermos ainda melhores que hoje. Não podemos ser fechados à mudança, e não o somos, tal como disseram na última reunião, mas vocês não podem ignorar o que sentimos, o que sabemos com base na nossa experiencia. Estamos tristes, estamos em luto, pois perdemos o pilar da nossa equipa, mas com esperança no que o futuro nos reserva. O futuro, que nós não sabemos, apenas sentimos quando acontece e no que mexe com as nossas “rotinas”diárias, quer pessoalmente, quer profissionalmente. Ultimamente, e isso é unânime, para a esmagadora classe de enfermagem não são dias bons, mas sim dias em que se sobrevive e damos graças a deus por chegarmos ao dia seguinte com emprego e com saúde. Mas até quando?
Parafraseando o que aprendemos nas escolas, “Enfermeiro é aquele que cuida do outro.” Mas quem cuida da gente que cuida?
Esta missiva tem apenas como objectivo manifestar o nosso apreço pela Enf.ª Chefe, perante a Direcção de Enfermagem, a enorme admiração pela colega, pela amiga, pela chefe.
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Como Chefe e como colega, foi o pilar de uma Equipa de Enfermagem que se caracteriza pela sua Autonomia, Profissionalismo, Camaradagem, Humanismo na prestação de cuidados, Resolução de Problemas, capacidade de Inovação, tornando os problemas de uns na solução de outros e vice-versa (veja-se por ex. na realização de horários sabendo conjugar os interesses do serviço/instituição/pessoais tornando-o num serviço com baixo absentismo e elevada produtividade). Tal como é do vosso conhecimento, as duras condições em que trabalhamos durante anos, não influenciou negativamente a qualidade dos cuidados. Se já havia boa camaradagem no seio da Equipa de Enfermagem, com a postura e atitude de liderança adoptada, reforçou ainda mais este espírito. Incentivou a nunca nos envergonhar da palavra Enfermeiro e a nunca ter vergonha de fazer aquilo que é correcto. Sempre humilde, desejando aprender sempre cada vez mais, e ao mesmo tempo partilhando a sua experiencia e conhecimentos.
Como amiga, sempre soube ser o ombro que nos escutou nas horas difíceis, partilhando a sua boa disposição e ensinando-nos que o amanhã a DEUS pertence e a esperar com esperança que as coisas boas também acontecem. Veja-se neste momento de transição de chefia, ela é quem nos apoia e reza por nós.
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Ela é e sempre será alguém que cuida de gente que cuida.
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Ao colega que vai assumir a coordenação, desejamos sinceramente, bom trabalho na função como coordenador do serviço. É de vital importância que fique bem claro que nada temos contra o colega. Voltamos a frisar que não vamos ser obstáculo, nem pedra no sapato de quem quer que seja na coordenação ou direcção de enfermagem. Esperamos sim, que a nova coordenação se preocupe em manter o trabalho desenvolvido ao longo destes anos pela Enf.ª Chefe, não se preocupando apenas com os aspectos institucionais, mas também com a vertente humana e familiar de todos os elementos que constituem a Equipa de Enfermagem. Referenciando o que por vós foi citado na última reunião, “Enfermeiro feliz, gera doente feliz, e doente feliz, gera enfermeiro feliz”.
Iremos continuar o nosso trabalho de forma humana e profissional, tal como os colegas que vieram agora para a nossa equipa já tiveram oportunidade de constatar. Pretendemos e iremos continuar trabalhar de forma profissional, a colaborar na organização do serviço tal como sempre o fizemos, esperamos sim, é sermos ouvidos nas futuras tomadas de decisão.
"

Comentário: é com desagrado que assisto a esta movimentação. Substituir Enfermeiros que defendem a profissão de forma digna, por outros colegas, "bem mandados", com características "marionéticas", destacados para implementar as vontades de Direcções de Enfermagem com poucos escrúpulos, prejudica gravemente a classe. Não é assim que se evolui! Lamentavelmente, muitas Direcções de Enfermagem ainda não compreenderam que existem porque os Enfermeiros existem, e que todos nós temos a obrigação de formar um círculo simbiótico. Deixo a minha solidariedade aos colegas em causa, com votos de continuação de bom profissionalismo.

sexta-feira, abril 17, 2009

CNESE + FENSE - Resultados da luta dos Enfermeiros pela nova carreira...

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** CNESE **
(SEP e o Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira)
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Depois da reunião Negocial de 15.Abril (entre as 10h00 e as 13h00), seguiu-se reunião da Comissão Executiva toda a tarde e ontem, 16, foi reunião de Direcção Nacional

A) – A REUNIÃO NEGOCIAL DECORRENTE DAS LUTAS QUE TEMOS DESENVOLVIDO, o Ministério da Saúde (MS) tem evoluído de posição.

Registamos:

- A aprovação do Modelo de Desenvolvimento Profissional/Alteração Estatutária da Ordem Enf. (9.Abril);

- A importante evolução fixada nesta reunião negocial.Contudo, o MS/Governo está muito longe de dar resposta e consagrar, em várias matérias, as justas soluções que reivindicamos.

1 – ÂMBITO DE APLICAÇÃO

O MS começou por propor 1 Decreto Lei (DL) de Carreira para “funcionários/CTFP” e 1 ACT para CITs;

5.Março: 1 DL de Carreira para CTFP e Actuais CITs e 2 ACTs (1 para CTFP e outro para CITs);

12.Março: 1 DL de Carreira para CTFP, Actuais e Futuros CITs (aos Futuros CITs não se aplicava a grelha salarial) e 2 ACTs (1 para CTFP e outro para CITs);

15.Abril: Governo está a estudar 1 DL e 1 ACT para CTFP e 1 DL e 1 ACT para CIT (EPEs e Parcerias PP), sendo os CONTEÚDOS (dos DLs e dos ACTs) IGUAIS;

MS vai remeter à CNESE Propostas de alteração aos Diplomas das EPEs e Parcerias PP.CNESE continua a exigir:

1- "Carreira e restantes matérias iguais para a Enfermagem inteira"

2 – ESTRUTURA DE CARREIRA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

O MS aceitou proposta sindical:

i) Categoria de Enfermeiro: integra Enfermeiros e Enf.º Especialistas;

ii) Categoria de Enf.º Gestor: enquadra o exercício de funções de gestão (gestão operacional/Serviços/Unidades Funcionais);

iii) Exercício de funções de “gestão transversal”/Departamentos/Unidades de Gestão (Enf.º Supervisor) é em comissão de serviço e são recrutados entre Enf.º Gestores; Acesso de Enfermeiro a Enf.º Gestor é por Concurso.

Aspectos que continuam em negociação:

i) ajustamento dos conteúdos funcionais;

ii) requisitos de acesso à Categoria de Enf.º Gestor;

iii) método de selecção e questões relativas à comissão de serviço do Enf.º Supervisor (critérios de não renovação);

iv) Regulamentação dos Concursos (ingresso e acesso) é em Portaria a negociar.

3 – ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO SALARIAL

MS clarificou: Posição 1 (Nível 11 = 995.51) é para os Enfermeiros do Exercício Profissional Tutorado (EPT). CNESE rejeitou.

Evoluir do Nível 12 = 1 047 para o Nível 15 = 1 201 (Início da Carreira Técnica Superior) para Ingresso;

Evoluir do Nível 42 = 2 591 para o Nível 44 = 2 694 no topo da Categoria de Enfermeiro;

Evoluir do Nível 50 = 3 003 para o Nível 57 = 3 364 (topo da Carreira Técnica Superior) no topo da Categoria de Enf.º Gestor;

Sendo positivo É ALTAMENTE INSUFICIENTE. É TOTALMENTE INACEITÁVEL QUE:

- Os Enfermeiros licenciados não tenham a possibilidade de atingir o Nível 57, como os restantes licenciados da Administração Pública, na Categoria de Enfermeiro;

- MS proponha 11 Posições (Categoria de Enf.º) e regra de progressão igual às Carreiras Gerais (5/5 anos);

- MS não aceite mudança de 2 Posições Remuneratórias após a obtenção do Título de Enf.º Especialista. Diz que é um automatismo.

Sobre estas matérias remuneratórias, nós tomámos posição (desargumentando as propostas deles e avançando com as nossas) e o MS não reagiu, registou. Só reagiu em relação á progressão de 2 escalões dos especialistas, abrindo uma “ligeira e incerta porta.”

4 – TRANSIÇÃO É INADMISSÍVEL, agora com razões acrescidas (face à alteração da estrutura de Carreira), que o MS mantenha a sua Proposta de Transição. Exceptuando os actuais Enf.ºs Supervisores do 6º escalão que transitariam de imediato, os actuais restantes Enf.ºs Supervisores e Chefes nunca transitariam para a nova Carreira (porque o aumento salarial que incidiria no actual vencimento de Chefes e Supervisores também incidiria no valor da Posição 1de Enfermeiro Gestor. Logo nunca reuniriam condições para transitarem para a nova Carreira. Eles só registaram, não reagiram.

Apesar de ter retirado da mesa negocial a sua Proposta de Grelha Salarial Transitória, É INTOLERÁVEL que, na Transição para a nova Carreira, o MS pretenda manter a actual remuneração dos Enf.ºs (aplicar regra do Regime das Carreiras Gerais).

5 – DURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHOS

Sobre esta matéria (regimes de trabalho, regras de organização do trabalho/horários, pagamentos) e com a sua Proposta, o MS pretendia remeter os Enfermeiros para o Regime Geral(Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas/RCTFP – Lei 59/2008). MS aceitou a não remissão para o Regime Geral e a consagração dum Regime Específico. CNESE ficou de apresentar Proposta.

6 – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

Apesar de afirmar pretender um Regime Especifico para os Enfermeiros, com a sua Proposta, o MS remetia-nos para o SIADAP até à existência do citado Regime Especifico.

MS aceitou fixar as bases do Sistema Específico no DL, decorrente da discussão do Grupo de Trabalho. Entre 20 e 24.Abril MS vai agendar a 1.ª reunião do Grupo de Trabalho, que inclui dirigentes da CNESE.

B) PERSPECTIVAS DE TRABALHO:

Ficaram de hoje, dia 17, remeter à CNESE:

i) As Actas,

ii) as Propostas de alteração dos tais DL das EPEs e Parcerias Público-Privadas- CNESE ficou de remeter Propostas

A 24.Abril (sexta) MS ficou de remeter nova Proposta à CNESE (com as alterações que se fixaram na reunião de 15 e alterações de coisas que daí decorram), incorporando já as nossas propostas/ou não.

A 27.Abril (segunda) – nova reunião negocial. Entre outros aspectos, porque a CNESE continua a exigir:

1 – Regulação da Área da Assessoria (Risco, Qualidade, Controle e Infecção Hospitalar, etc)

2 – Estrutura Salarial:

2.1 - Posição 1 e restante estrutura salarial devem reflectir os reconhecidos deveres especiais a que estão sujeitos os Enfermeiros (Carreira Especial) e a reconhecida penosidade inerente ao exercício de funções;

2.2 - Enfermeiros com o grau académico de licenciado devem ter a possibilidade de, na Categoria de Enfermeiro e no decurso da sua vida profissional activa, atingir o Nível 57;

2.3 - Enfermeiros com a Categoria de Enfermeiro Gestor devem desenvolver-se em posições remuneratórias seguintes à posição 57;

2.4 - O exercício de funções de Enfermeiro Supervisor deve conferir direito a um acréscimo remuneratório correspondente a 50% da Posição 1 da Categoria de Enfermeiro.

3 – Mudança de Posição Remuneratória:

3.1 – Regras específicas de progressão;

3.2 – Progressão de duas posições remuneratórias aos Enfermeiros, actuais e futuros, após a aquisição do título de Enfermeiro Especialista.

4 – Princípios gerais de Transição

4.1 - Os Enfermeiros integrados na actual Carreira de Enfermagem devem transitar (todos) para a nova Carreira e manter as actuais Categorias de que são detentores e o inerente exercício de funções;

4.2 – Regras específicas de transição que valorizem de imediato, a formação de Licenciado;

4.3 - Os Enfermeiros integrados na actual Carreira de Enfermagem e não detentores do grau académico de Licenciado não devem ter o mesmo enquadramento/desenvolvimento salarial que os restantes;

4.4 – Contagem de todo o tempo de serviço para todos os efeitos legais;

4.5 – Direito ao descongelamento de escalões na actual Carreira, desde 2008 e antes da transição.

A DIRECÇÃO NACIONAL DECIDIU COLOCAR EM MARCHA MAIS UMA ACÇÃO DE PRESSÃO/LUTA
DIA 12 DE MAIO – DIA INTERNACIONAL DO ENFERMEIRO – Dia de Comemoração, de Exigência e de Luta

FAZEMOS GREVE (Turnos da MANHÃ e TARDE) E MANIFESTAÇÃO NACIONAL DA ENFERMAGEM PORTUGUESA, A PARTIR DAS 14H30

ESTAMOS NA FASE CRUCIAL DO PROCESSO!! É determinante que todos nós façamos um esforço acrescido de atenção à Informação, ao Esclarecimento e Mobilização dos colegas do Serviço. Atrevemo-nos a referir que, participar empenhadamente neste processo, estruturante para vários anos, constitui um dever cívico e uma obrigação profissional, pelo que representa para a Enfermagem Portuguesa e para TODOS os ENFERMEIROS
.
** FENSE **
(Sindicato dos Enfermeiros / Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem)
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A FENSE esteve reunida, dia 15, pelas 16 horas, com os representantes dos vários ministérios intervenientes nas negociações da futura carreira de Enfermagem.
Notamos uma maior abertura do que habitualmente, ao ponto de se entender que devem ser os Sindicatos dos Enfermeiros a apresentarem propostas alternativas, que englobem a essência das nossas reivindicações.
Lembramos que há pontos sem os quais não há acordo:
A Carreira unicategorial;
A tabela salarial da carreira terá de ter as necessárias adaptações ao seu grau de complexidade (grau 3, na escala de 1 a 3) e responsabilidade;
A transição que não esvazie de conteúdo as categorias existentes e que diminua os vencimentos;
Harmonia contratual entre CIT e os ex-funcionários e ou agentes (CAP);
Especialização em serviço e gratuita, à semelhança de outros profissionais;
Assumir todos os níveis de gestão de serviços de saúde, de forma clara e acessível;

Eis alguns pontos que estão em cima da mesa negocial e que vão merecer a nossa fundamentação exaustiva.
.
Esta abertura coincide com a adesão elevada dos Enfermeiros à greve dos dias 2 e 3 de Abril.
Recomendamos aos colegas que a nossa força está na vossa capacidade de luta. Por isso, se precisarmos dela, contamos com uma adesão esmagadora às formas de luta, que os Sindicatos decretarem. Nas greves, mais importante do que aquilo que se possa perder, é o que se vai conseguir, com a luta. São uma das formas de fazermos prevalecer a justiça das nossas reivindicações.
Confiem nas nossas comunicações e na vossa força colectiva e o êxito está garantido!
Este novo capítulo pode ser o resultado dessa mesma coesão, por isso ninguém pode arredar pé, até à conclusão das negociações, que continuam dia 27p.f.

quinta-feira, abril 16, 2009

(Carreira dos) Professores sempre a aviar... e a nossa?


"Ministério [da Educação] admite acabar com limite de vagas para professor titular" link
(o topo da carreira passa a ser disponível para todos!)

"Garantidas estão já outras alterações, como o encurtamento do tempo de permanência nos escalões mais baixos e a melhoria do índice remuneratório no topo de carreira" link
(a progressão salarial será ainda mais rápida(!) e um topo superior!)
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"haverá benefícios na progressão da carreira para os professores que tenham avaliações de muito bom e excelente: "Há mais benefícios, permitindo uma progressão mais rápida para estes professores"" link
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"o Ministério "manifestou ainda disponibilidade para ir mais longe"" link

quarta-feira, abril 15, 2009

MS com mais abertura...


"Houve por parte do Ministério da Saúde (MS) alguma abertura para a discussão de algumas matérias, ao nível da estrutura da carreira, que nós consideramos importantes para chegarmos a um entendimento (...).

O descontentamento dos Enfermeiros relativamente à condução deste processo por parte do Ministério da Saúde provavelmente fez com que o MS percebesse que os enfermeiros estão mobilizados, descontentes e prontos a avançar para formas de luta e isso fez com que houvesse abertura de determinadas portas" link

15 de Abril


Hoje, reunião com a Ministra da Saúde (sobre carreira de Enfermagem).

terça-feira, abril 14, 2009

Prestígio profissional...


Por curiosidade, descobri umas coisas interessantes relacionadas com o prestígio profissional. Com muitas ou poucas bases científicas, variável casuisticamente, valem o que valem. Aqui vai:

Espanha - Enfermagem considerada como a 2ª profissão mais prestigiada;
Alemanha - Enfermagem considerada como a 2ª profissão mais prestigiada;
EUA - Enfermagem considerada com a 3ª profissão mais prestigiada.

segunda-feira, abril 13, 2009

Cheira-me a medo...


Relativamente ao último post, iniciou-se a seguinte discussão entre a minha pessoa (doravante designado como DE) e um comentador que, presumo, esteja ligado à Medicina (doravante designado como MD):

MD: "Outra vez a nesma balela! Sr Doutor Enfermeiro, o que é que propõe? Que o enfermeiro passe a pedir TACs? Mas o enfermeiro tem formação em imagiologia? que vai interpretar o TAC? ou o RX? Que enfermeiro sabe que análises se deve pedir perante uma suspeita de perfuração de víscera oca? vai pedir coisas que depois não sabe interpretar? Deixemo-nos de protagonismo barato!Este tipo de balelas só expõe os enfermeiros ao ridículo!"

DE: "Meu caro, em primeiro lugar, falou-se em "requisição", não em "interpretação". Em segundo, nada disto seria inédito. Já acontece em imensos países. Por fim, qualquer alteração funcional e competencial é acompanhada de alteração formativa prévia.

"Que enfermeiro sabe que análises se deve pedir perante uma suspeita de perfuração de víscera oca?"

Eu sei. Felizmente, hoje, o conhecimento é livre e de fácil acesso a todos."

MD: "Ou seja, o que o sr. quer é transformar enfermeiros em médicos...para isso tinha ido para a faculdade de medicina!! Já nao conseguem esconder essa frustraçao enorme, e ainda tem coragem de falar em usurpação de funçoes, quando passam dia e noite a sonhar em poder prescrever, pedir exames etc...ridiculos!! Mais uma vez, quando os srs colocaram o codigo do curso, nas folhas de candidatura ao ensino superior ja deveriam saber para o que iam...agora como nao gostam de ser o que sao, tentam mudar a prosfissão. Esquecem s é que um enfermeiro sera sempre um enfermeiro, e isso nao passa, mm k pudessem prescrever (LOL) tudo o que vos aparecesse a frente...ganhem juizo, que ha ainda ha muitas higienizações para fazer!"

DE: "Está a ver a questão pelo lado errado, pela imutabilidade funcional das profissões. Não é assim meu caro, os tempos evoluem, as profissões mudam. Já ouviu falar do "skill mix" muito em voga na OMS, por exemplo? Pelo seu comentário, óbvio que não. Hoje em dia, médicos e enfermeiros partilham inúmeros competências, só isso.Permite-me que que ofereça uma leitura? Aqui vai um relatório da OCDE: "Skill-mix and policy change in health workforce: nurses in advanced roles". Boa leitura!

Como bom anfiftrião, não será educado da minha parte abandonar a discussão sem o presentear com um pequeno excerto introdutório do relatório supracitado:"Most of the policy attention on using skill-mix changes to improve health system performance has been on the mix between physicians and nurses." Deixe-me só acrescentar, como penso que por esta altura já deve ter percebido, não sou eu que ando par aqui a afirmar ou inventar estas coisas... é que o mundo - caso ainda não tenha notado - está a mudar. As exigências são outras, e actualmente um bom sistema de saúde tem de ser - obrigatoriamente - descentralizado, rentável, fluído, dinâmico, adaptativo e self-oriented!

O médico como figura central de um sistema de saúde passará à história. Não são só os médicos que aprendem. Os Enfermeiros também têm acesso ao conhecimento, também estudam, também dispõe de pós-graduações, especializações, mestrados e doutoramentos"

MD: "SR Doutor Enfermeiro, afinal os relatórios da OCDE lhe interessam...

Sr Doutor Enfermeiro, esqueceu-se de citar as seguinte passagens do milagroso relatório:

“Many of the studies reported in the literature relate to substitution of nurses for doctors when the diagnosis of the patient has been established. However, a number of questions remain to be answered if the diagnosis is unknown - including the extent to which nurses, when working with patients with undifferentiated diagnoses, are proficient in identifying rare illnesses and the side effects of treatments.”

“There have been relatively few systematic reviews of skill-mix and doctor-nurse substitution.Those that have been conducted have often highlighted the methodological limitations of many of the available research studies, and have therefore cautioned against general summaries and over simplistic conclusions. Whilst there does appear to be some evidence that the substitution of advanced nurses for doctors can be effective, most commentators have characterised the current evidence base as limited, if developing.

”Nota de curiosidade e não só: Apareceram no inicio da decada de noventa uma serie de programas informáticos onde se colocavam os sintomas, achados fisicos obvios, e depois os diagnósticos eram sugeridos...falharam redondamente...porquê? Porque só alguem que percebe a fisiopatologia dos sintomas e da sua variabilidade (porque é que aparece um abdomém em tábua, porque é que aparece uma febre intermintente...etc) é que consegue juntar e interpretar todos aspectos mórbidos de uma patologia e chegar a um diagnóstico coerente. Não se iludam, o facto de verem muitas vezes uma doença, não vos torna competentes em diagnostificar e muito menos tratar."

DE (em súmula...): ""SR Doutor Enfermeiro, afinal os relatórios da OCDE lhe interessam..."

Alguma vez disse que não interessavam? A minha única luta que envolve os relatórios da OCDE, diz respeito às suas fórmulas de cálculo dos rácios dos Enfermeiros, que não são extrapoláveis para a realidade portuguesa por constabilizarem os auxiliares de Enfermagem (que, como sabe, não existem em Portugal!), falseando os resultados, resultando numa sobrestimação!"

Sr Doutor Enfermeiro, esqueceu-se de citar as seguinte passagens do milagroso relatório"

Nenhuma parte da sua transcrição contradiz os meus argumentos. Mas note bem o seguinte: o respectivo relatório data de 2004, ou seja, o conceito de "skill-mix" ainda estava numa fase inicial. Existiam poucos estudos relativos à mistura de funções entre Médicos e Enfermeiros. Hoje, volvidos vários anos, as coisas estão diferentes. Existem inúmeros estudos que demonstram que não existem diferenças entre estas duas classes em funções concretas (objecto de estudo). Repare, não sou eu que estou a afirmar uma subjectividade, estou a revelar resultados de investigações, algumas delas publicadas no British Medical Journal. Quer exemplos? Eu dou-lhe exemplos: neste post dou-lhe 18 links para se divertir. Entre eles estão: "Patients Prefer Nurse Practitioners to Doctors"; "Patients prefer nurses to doctors, says British Medical Journal study"; "Nurses as good as doctors"; "New rule allows certified registered nurse anesthetists (CRNAs) to practice without physician", entre outros...
Mas deixe-me falar do último artigo que mencionei. Não sei se sabe, mas se não sabe eu digo-lhe, houve um estudo norte-americano interessante que demonstrou não haver diferenças qualitativas entre Enfermeiros Anestesistas e Médicos Anestesistas... Resultado? Em 29 estados norte-americanos esses Enfermeiros trabalham sem supervisão médica e não existem diferenças no atendendimento/intervenções comparativamente com estados onde existem médicos. RESULTADO? (E pode ter a certeza que era este o resultado que os médicos temiam!): "Demand for nurse anesthetists outpacing anesthesiologists" - "And as nurse anesthetists start to appear more frequently in operating rooms, grumbling from the rest of the medical staff is dying down as well" (sic), ou seja, lentamente a procura de médicos nesta área caiu! Existem hospitais que já não contratam anestesistas!

Permita-me que acrescente algo que provavelmente ainda não percebeu: este upgrade de funções é sempre acompanhado de uma evolução do plano formativo, logicamente. A imutabilidade é um conceito não aplicável à saúde. As especificidades do sector excusam que lhe explique o porquê!"

domingo, abril 12, 2009

Upgrade funcional dos Enfermeiros espanhóis!

"O meu filho [vítima de um atropelamento] esperou mais de quatro horas para ser visto pela primeira vez por um médico, depois de muito sofrimento, quer dele quer dos pais, porque as triagens deveriam ser realizadas por médicos e não por Enfermeiros, de forma que pudessem prescrever logo os exames que qualquer cidadão sabe que são necessários efectuar. No caso do meu filho, raio-X e TAC à cabeça." link

Ninguém anseie que o sistema de saúde (SS) português melhore em termos de eficácia, eficiência e dinâmica enquanto os Enfermeiros forem sub-aproveitados. Já existem locais, felizmente, onde os Enfermeiros já fazem a requisição dos MCDT sem ter de esperar horas a fio por um médico, que nada acrescentará ao juízo decisório dos Enfermeiros.

É uma tarefa ingrata e muito complexa - sem perspectivas de sucesso - tentar relacionar a performance dos vários SS do mundo com número de profissionais (existem países com uma razão de profissionais menor, mas com melhores resultados globais...), com a modernidade das instalações, com a informatização, etc. Embora empiricamente muitos destes dados pareçam ser lógicos e intuitivos, a sua comprovação não é assim tão simples, o que demonstra bem a complexidade do funcionamento dos SS, bem como a sua natureza multifactorial.

Muito mais fácil é provar que onde empowerment é um conceito de trabalho e a Enfermagem foi dotada de um upgrade funcional, os resultados positivos avizinham-se e/ou acontecem graciosamente. Espanha, por exemplo, dá sinais inteligentes de ter percebido isso, tal como é possivel ler no El País. link

"Los Enfermeros ganan terreno frente a los médicos: España se plantea redefinir su papel para aprovechar mejor sus conocimientos - En otros países ya prescriben medicamentos y realizan algunas pruebas"

"Francia, Reino Unido y Canadá, entre otros, son países que están marchando rápidamente hacia una nueva organización sanitaria para optimizar los recursos humanos de los que disponen. El cuerpo de Enfermería es uno de los llamados a desarrollar un papel más relevante"

"De los 800.000 Enfermeros que hay en Reino Unido, unos 50.000 ya hacen recetas de ciertos medicamentos o accesorios sanitarios desde 1992. Es lo que se llama la prescripción suplementaria. "En todo esto, en España estamos muy atrasados. Todo está inventado. ¡Copiemos, por Dios, copiemos!""

"No nos enredemos en un debate ideológico médico/Enfermero. Las nuevas tecnologías nos obligan a redefinir las funciones de los profesionales de la sanidad. La cuestión es diseñar cuál es la atención sanitaria que queremos y necesitamos para el siglo XXI""

"Estamos potenciando trabajar en equipos y aprovechar al máximo el valor de la Enfermería"

"Una propuesta de ley presentada en el Congreso abrirá la puerta a que Enfermeros y podólogos puedan prescribir ciertos medicamentos"

"Que algunos Enfermeros pudieran recetar determinados medicamentos y seguir los tratamientos de los pacientes crónicos"

"muchos médicos de hospital consideran que la Enfermería es un elemento clave de la atención clínica. Y es una pena porque en atención primaria, como señalan los especialistas en medicina familiar, la labor de la Enfermería también lo es"

Só a título de curiosidade: a sondagem levada a cabo pelo jornal El País, 86% dos quase 11 mil votos, concordam com a evolução das funções dos Enfermeiros. Dá que pensar, numa altura em que, por aqui, se pensa substuir profissionais especializados (Enfermeiros) por profissionais com menos qualificações ("paramédicos"), numa medida puramente economicista e que põe em causa a qualidade do atendimento. Quando o grosso dos países mais modernizados está a fazer dos Enfermeiros "pedras-chave" dos SS, Portugal prefere ter palas nos olhos.

sábado, abril 11, 2009

Boa Páscoa!


Boa Páscoa para todos vós, colegas.

sexta-feira, abril 10, 2009

Os Enfermeiros são feios...


Bastou a minha pessoa (quem me manda a mim meter-me nestas infantilidades?) fazer um breve comentário (sobre a última polémica sobre as farmácias) num blog endiabrado, que logo emergiu a fúria (que raia uma frustração atípica) dos farmacêuticos. Uma raiva verdadeiramente colossal, como tal, lá desceram o doutos em manada em direcção a este blog. Fartaram-se de comentar, mas claro, cada qual era um tamanho asneiral (vejam, os Enfermeiros sabem rimar!), que, infelizmente, no processo de moderação, todos foram direccionados (directamente) para o caixote do lixo. Eram, seguramente, muitos.
Como tapei esse topo do cano, viraram-se para o meu e-mail numa debandada sem precedentes. Assustador. Uns ameaçavam, enquanto os outros prometiam esfolar. Havia quem zurrasse que tinha "gosto em exibir o título de doutor" no cartão de crédito e que os "Enfermeiros tremiam na sua presença" (sic). Rapidamente percebi o objectivo da coisa. Os Enfermeiros são reles q.b., mas os homens da farmácia nutrem uma paixão inexplicável por nós. Esquisito, para não dizer depravado.

Bom, solicito então, cordialmente e curvado perante vós, o fim desta brincadeira. Só peço, encarecidamente, que libertem a minha caixa de correio para que possa receber coisas mais importantes. Contudo, para que possam ir de alma apaziguada com o vosso prestigiado curso e título (partilhado com o dr. ou prof. Bambo, ou lá como se chama...), eu afirmo sem pruridos: ide, vós sois mais bonitos, elegantes, inteligentes e bem-cheirosos que nós. Contentes? Agora, por favor e com delicadeza, arrumem-se para o lado, que os Enfermeiros, pobres ignorantes, não são merecedores da vossa presença. Obrigado.
De volta ao que vos interessa...


MDP aprovado em Conselho de Ministros!


"Proposta de Lei que procede à primeira alteração ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 104/98 de 21 de Abril" link

"Esta Proposta de Lei, a submeter à aprovação da Assembleia da República, vem introduzir alterações ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, de modo a adequá-lo a novas exigências, redefinindo as condições de inscrição e aquisição de título de enfermeiro e enfermeiro especialista.
Em especial, é introduzido um período de exercício profissional tutelado para a atribuição do título definitivo de enfermeiro e regras para a atribuição do título de enfermeiro especialista.
Procede-se, também, à alteração da composição e das competências do Conselho de Enfermagem e são criadas comissões técnicas para o assessorar.
Prevêem-se, ainda, disposições transitórias com vista a facilitar a mudança para o actual sistema de admissão e atribuição de títulos profissionais, salvaguardando a possibilidade de opção a todos os alunos que se encontrem inscritos nos cursos de licenciatura em Enfermagem, antes da entrada em vigor da presente lei. Regula-se ainda o processo de atribuição do título de enfermeiro aos profissionais habilitados com cursos obtidos em países de língua oficial portuguesa.
"

Foi aprovada, em Conselho Ministerial a proposta de lei para a alteração estatutária da OE, que visa, entre outros, instituir um internato no ensino da Enfermagem e a certificação de competências. Falta apenas ser submetida à Assembleia da República para a respectiva aprovação e avigoramento. Se tudo correr como desejado, para o próximo ano a atribuição de cédulas profissionais terá novas regras. Mais um passo em frente...

quinta-feira, abril 09, 2009

O Lobo e o Cordeiro.


Zangaram-se. A culpa é do vil metal. O Sr. Lobo comeu o Sr. Cordeiro. Alguém esperava outra coisa?
Isto é simples, simples, simples. Basta pegar no receituário, ler e aviar. Tanta confusão.
Há outras coisas para substituir por mais baratos, como os champôs por exemplo. Como é tudo "vira o disco e toca o mesmo" (mesmas bases lavantes, conservantes, humectantes, condicionadores, etc), a originalidade e arte poderá residir aí.
Os problemas das farmácias/industria farmacêutica davam para escrever um livro aborrecido e ganancioso.

quarta-feira, abril 08, 2009

Enfermeiros na TV

Esta semana foi interessante para os Enfermeiros no que respeita à dimensão mediática.
De forma directa, ressalvo pelos menos três referências: o Enf. Germano Couto, Presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, que no Porto Canal, veio em defesa da classe (parece ser dos poucos da OE a fazê-lo!) de Enfermeiros contra a criação dos paramédicos, a Enf. Lúcia Leite, ex-Presidente da Comissão de Especialidade em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica que encabeça o projecto "Pelo direito ao parto normal", na TVI 24, o Enf. Luís Fernandes, do Centro de Intervenção e Planeamento para Situações de Excepção (CIPSE) do Departamento de Emergência Médica (DEM) do INEM, na SIC.
Todos eles estiveram bem.

Enf. Germano Couto


Enf. Lúcia Leite


Enf. Luís Fernandes


terça-feira, abril 07, 2009

Quem fala assim não é gago!

Quem fala "assim" tem nome, chama-se João Carvalho Duarte, é Enfermeiro e presidente do Conselho Directivo da Escola Superior de Saúde Viseu. Em entrevista ao Jornal Diário de Viseu (JDV), falou acertadamente. link
Quando o JVD lançou esta questão: "Quais são as maiores dificuldades encontradas pelos alunos em termos de colocação?", obteve esta resposta:


"A minha primeira reacção era remeter esta questão à senhora Bastonária e ao senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

À primeira [Bastonária], porque acho que não teve visão alargada para ver quanto estava a prejudicar a profissão quando afirmava que o número de Enfermeiros em falta era superior a 15 mil.

O segundo [Ministro CTES], porque deixou abrir escolas de Enfermagem sem qualquer critério. Como dizia alguém bastava ter um espaço no vão duma escadaria para se abrir uma escola. Para se ter uma ideia num espaço de cinco anos passamos de 25 para 50 escolas de Enfermagem. (...)

Enquanto esta situação não se alterar, enquanto a Ordem dos Enfermeiros não exigir responsabilidades, enquanto o Ministério de Saúde não aplicar legislação que impeça tais procedimentos, teremos sempre dificuldade de colocação dos recém-formados. Hoje, infelizmente, estamos a formar para exportar.

O Governo está a investir nestes licenciados para depois os deixar sair para mercados de trabalho (...) onde a nossa formação de base é superior à ministrada nesses países."

domingo, abril 05, 2009

Novidades...


- A Equipa de Enfermagem do Serviço de ORL/CCF do Hospital Garcia de Orta, vem divulgar a sua página de internet (cumprimentos ao Enf. David Peças).

- Questionário sobre a Empregabilidade em Enfermagem‏ aqui (cumprimentos ao Enf. Ricardo Ribeiro).

- 3.º curso Teórico-Prático de Manuseamento da Via Aérea para Enfermeiros, pela Associação para o Estudo da Via Aérea de Santarém (cumprimentos à Enf. Isilda Ferreira).

- III Encontro de Saúde do Centro de Santa Maria da Feira‏. Mais informações acerca do Programa do Encontro, Ficha de Inscrição e Regulamento para apresentação de Posters e Comunicações Livres aqui (cumprimentos à Enf. Fátima Pereira).
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- Recebi um e-mail simpatiquíssimo de uma senhora (colega?), que dava conta da criação de uma nova revista do âmbito da Saúde Materna e Obstétrica (se não estou em erro), que, lamentável e inadvertidamente, perdi. A peculiaridade desta publicação consistia no elevado número de Enfermeiros como colaboradores/autores científicos. Peço imensa desculpa.

2014


"Japão vai vender Robôs-Enfermeiros até 2014. A expectativa é que esse mercado alcance US$ 63 biliões em 2025, dos quais US$ 43 biliões ligados à Enfermagem" link


Independentemente dos projectos nipónicos, é interessante observar o peso económico da Enfermagem: quase 70% da dinâmica comercial é inerente aos cuidados de Enfermagem!
As notícias acerca deste tipo de máquinas têm proliferado a um ritmo alucinante nos últimos anos, no entanto, a totalidade destas desempenha apenas simples tarefas de assistência aos Enfermeiros. Simultaneamente, um mercado em crescente oferta é dos exoesqueletos para os profissionais de Enfermagem. link

sábado, abril 04, 2009

Greve dos Enfermeiros, mas..."Médicos fizeram Enfermagem"!


"Médicos fizeram Enfermagem" link

Fonte: Correio da Manhã

E se fosse o inverso? Numa greve dos Médicos: "Enfermeiros fazem Medicina"!

Penso que isto ilustrará de alguma forma o status da conjuntura. Quando leio coisas destas lembro-me logo daqueles que veneram um REPE que está a morrer de velhice. Lembro-me das ideologias disformes made by Lucília Nunes. Lembro-me como até tivemos sorte em serem médicos a fazer Enfermagem, noutros locais foram AAM's a fazer Enfermagem. É normal, está tudo bem. O REPE é bom, regula a profissão, protege os interesses dos cidadãos e zela pela qualidade dos cuidados, não afirma é que os profissionais intervenientes são Enfermeiros. Está lá escrito, mas não está, perceberam? Estar e não estar é igual. É uma anarquia.

Voltemos ao início: supondo que a notícia era "Enfermeiros fazem Medicina". Amanhã os ventos ciclónicos já tinham desmoronado a sede da Ordem dos Enfermeiros, Oliveiras Marçais, Nunes e amigos, Deodatos e companhia, couratos, pernas de lagosta, bules de chá e o periquito da vizinha.

O que vai acontecer agora? Precisamente o que aconteceu aos Farmacêuticos quando começaram a administrar injectáveis nas farmácias: nada, um bom dia de sol e parabéns a você.
Aqui fica mais umas peças de arte para o nosso museu:

"As consultas de ortopedia realizaram-se, mas sem o apoio dos enfermeiros. “Pode ter havido médicos a fazer alguns tratamentos na ortopedia”, admitiu Graça Carneiro, directora-enfermeira." link

"(...) apesar da evidente perturbação interna que a adesão dos enfermeiros à greve causou na rotina diária (...) muitos médicos assumiram alguns serviços que normalmente não fazem, desde pequenos tratamentos em consulta até à retirada de drenos a pacientes." link

Notem bem: "muitos médicos assumiram alguns serviços que normalmente não fazem". Isto reflecte bem o que opinião pública pensa dos Enfermeiros - um conjunto de profissionais subordinados que desempenham serviços que os médicos não querem, não desejam ou não têm interesse.

Podíamos ser uma classe que conquista autonomia através da competência e do conhecimento, mas a maior parte prefere funcionar pelo método da desresponsabilização e angariação de competências por delegação de funções que já não têm interesse para outros profissionais.

Não se procura apanhar o fruto por mérito e esforço profissional, espera-se que ele caia da árvore, podre de maduro.

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!