terça-feira, setembro 30, 2008

Greve dos Enfermeiros - Dia I


Dados da greve para os turnos M e T do dia 30 de Setembro
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Ministra da Saúde: "Numa fase de negociações de carreiras, não é possível estar a antecipar outras formas de contratação, não pondo em risco quer o trabalho dos enfermeiros, quer aquilo que é necessário, que é manter os cuidados de enfermagem aos doentes e às pessoas".
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Greve dos Enfermeiros na Comunicação Social
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"Enfermeiros em greve" (RTP): link 1, link 2
"Reacção da Ministra da Saúde" (RTP): link
"Sindicato refere grande adesão e Ministra quer negociar" (SIC): link
"Enfermeiros - Greve afecta hospitais e centros saúde" (TVI): link
"Adesão alta à greve" (RR): link
"Ministra confiante no entendimento com Enfermeiros" (TSF): link
"Adesão elevada à greve dos Enfermeiros" (CM): link
"Muitos hospitais e centros de saúde sem Enfermeiros" (JN): link
"Greve deixou muitos hospitais e centros de saúde sem um único Enfermeiro" (PÚBLICO): link
"Adesão à greve dos enfermeiros foi de 100% nos centros de saúde" (PÚBLICO): link
"Enfermeiros entram hoje em greve com adesão «fortíssima»" (DD): link
"Protesto: Enfermeiros em greve" (VISÃO): link
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A TVI e a RTP anunciaram no Jornal da Noite que o Ministério da Saúde já tinha uma reunião agendada com o SEP para sexta-feira, dia 3. Até agora nada chegou ao SEP, pelo que a notícia é FALSA.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Porque é que os Enfermeiros devem fazer greve?


Quem desejar ser orientado por uma carreira obsoleta, ser injustamente mal remunerado, mal reconhecido e continuar com más condições laborais, então, não deve fazer greve. Os restantes, devem continuar a ler o post.

Os Enfermeiros, num momento como este, unidos (como já estão todas as estruturas sindicais da Enfermagem) devem mostrar a força da classe, fazendo impor os respectivos direitos.

Porque necessitamos de uma carreira justa - adaptada à nova condição sócio-académica dos Enfermeiros - ao nível das restantes carreiras técnicas superiores (nomeadamente em termos remuneratórios)!, que tenha um relação estreita e dinâmica com o Modelo de Desenvolvimento Profissional proposto pela Ordem dos Enfermeiros;

Pela melhoria das condições de trabalho;

Pela admissão de mais Enfermeiros;

Pela redução da precariedade do vínculo laboral e consequente incremento da estabilidade profissional;

Pela dignidade e reconhecimento social da Enfermagem!

Colega:
17 Set – Ministério da Saúde diz que não negoceia nem cede a pressões … da Greve/Manifestação ……………. MAS:
18/Set – MS em reunião com OE aprova o MDP (que consta do Pré-Aviso) …… 27/Set – MS anuncia renovação dos (alguns) Contratos de 1 ano … mas … leia
AFINAL, MINISTÉRIO DA SAÚDE SÓ DECIDE POR PRESSÃO
1 – Sobre a renovação de Contratos - Precariedade
O MS anunciou (!?!) ontem (27/Set) que os Contratos a Termo Resolutivo de alguns Enfermeiros (não abrange os Enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho a Termo Resolutivo das Instituições EPEs) podem vir a ser prolongados até Julho de 2009. Esta medida poderá abranger cerca de 2 000 Enfermeiros, sobretudo dos Centros de Saúde, que em 2007, nos termos da Lei imposta pelo MS (DL 276-A/2007), estabeleceram um Contrato de 1 ano sem possibilidade legal de prorrogação. Estes Contratos estão todos a cessar, agora, entre Outubro e Dezembro de 2008. Só no Hosp. Litoral Alentejano são dezenas, a começar na 1.ª semana de Outubro.
O SEP valoriza a decisão porque pode impedir o despedimento dos colegas e pode não agudizar a carência e perturbar mais o funcionamento dos serviços, MAS:
·Este “remendo” NÃO É A SOLUÇÃO.

·A SOLUÇÃO EXIGIDA É, porque exercem funções permanentes e são necessários ao regular funcionamento dos serviços, QUE PASSEM A EFECTIVOS … que detenham um Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado.
·A SOLUÇÃO EXIGIDA É que a ESTABILIDADE SE APLIQUE aos colegas com CTCerto do Sector Público Administrativo (CSaúde, Hospitais, IDT, INEM, IPSangue) mas, TAMBÉM AOS CIT a Termo das EPEs.
·Mesmo sobre este “remendo”, que requer um Instrumento Legal/lei, várias coisas se têm que negociar e NADA TÁ GARANTIDO … O que acontece aos colegas desde a Cessação do Contrato até à saída e aplicação desta
futura Lei (demora meses!)??? “As quotas de prorrogação” dão pra todos os actuais??? A “prorrogação” permite que os colegas se mantenham onde estão?? Ou é o cessa/despede/concurso/admite/mobilidade que foi em 2007???
(LEIA A NOTA DO SEP emitida ontem)

Colegas: Independentemente da haver ou não Lei, temos de garantir (pressionar) que ninguém é despedido. A haver Lei temos que garantir (pressionar) na negociação várias coisas. Mas, Não “baixem os braços” com este “paliativo”. NÃO nos podemos deixar “empalear”. Até Dez/2008 eles (CA, MS, Gov) vão aprovar os MAPAS DE PESSOAL para 2009 (mail anterior). Nestes Mapas, os Postos de Trabalho Efectivos têm que ser em n.º que garantam a VOSSA passagem a Efectivos. Se não for agora, só nos Mapas de Pessoal para 2010 (aprovados em Dez/2009 …depois das eleições). Com todo o respeito “só um cego não vê”: A CONQUISTA DA SOLUÇÃO É AGORA …AGORA…AGORA É QUE TEMOS “QUE OS APERTAR” (Pressionar …como eles dizem e precisam).
NOTAS
A – Se verificarem nos “sítios” de todos os Órgão de Comunicação Social, constatam que só a RRenascença (tendo como fonte a Lusa) é que noticiou esta matéria (ontem) e hoje o DN
B – Se forem às Notas emitidas pela Lusa (
http://noticias.sapo.pt/lusa/17html) constatam que a Lusa, desde 5ªfeira (25/Set), NÃO EMITIU NENHUMA NOTA SOBRE ISTO.
Não acham estranho? Porque fez o MS “pingar” a notícia apenas para uma Rádio ontem, hoje um jornal? Na véspera da Greve???? Já podia ter feito na 3.ª, 4.ª 5.ª…agora, a um Sábado? antes da Greve?

2 – Sobre as “Pressões” e o processo negocial, acompanhem o rigor dos factos
Já todos percebemos que as Concentrações que realizámos a 5/6 e 10/7 foram determinantes para o MS entregar a sua Contraproposta de Princípios Enformadores de Carreira. Depois:
A – em 31/Julho, em reunião de articulação de informação entre todos os Sindicatos e a OE, foi consensual e claro que, a aprovação do MDP aprovado pela OE era determinante para viabilizar as Propostas Sindicais de Carreira que tinham sido apresentadas. Mais, o desenvolvimento do Processo Negocial da Carreira estava condicionado à aprovação do MDP. Isto foi tornado público.
B – em Agosto, nas reuniões com o MSaúde (CNESE reuniu a 27/Agosto) todas as Organizações disseram isto. O desenvolvimento do Processo Negocial da Carreira estava condicionado à aprovação do MDP. Mas, a agenda negocial não seria problemática porque, em Julho, o MSaúde tinha-se comprometido com a OE que, até à 1.ª quinzena de Setembro, reuniria com a OE e decidiria esta matéria.
C – ainda a 27/Agosto, em reunião com a CNESE, o MS comprometeu-se a, no dia 2 de Setembro, informar a data da próxima reunião negocial da Carreira, a concretizar na 2.ª/3ª semana de Setembro. Até porque, até 15/Set decidiria o MDP com a OE.
D – no dia 2/Set MS nada diz. No dia 4/Set (quinta) MS marca a 2.ª reunião negocial da Carreira com CNESE para 17/Set. Para nós, face ao que todas as organizações tinham dito (“O desenvolvimento do Processo Negocial da Carreira estava condicionado à aprovação do MDP”), estava claro que até 17/Set o MS reuniria com a OE e decidiria sobre o MDP
E – Entretanto, temos conhecimento que, ATÉ 10/SET, o MS AINDA NÃO TINHA MARCADA NENHUMA REUNIÃO COM A OE para decidir o MDP.
NESTE CENÁRIO ESTAVA CLARO QUE A NOSSA REUNIÃO NEGOCIAL DE CARREIRA A 17/SET IA SER MAIS UMA REUNIÃO DE “EMPALEANÇO” PORQUE O MS AINDA NÃO TINHA DESCISÃO SOBRE O MDP. Neste quadro “não estando mais para empaleanços” a CNESE decide a Greve e sintoniza com a FENSE o “Memorando de Entendimento” (11/Set).
F – No dia 12/Set (Sexta), às 7h30 o Pré-Aviso de Greve da CNESE tá publicado no CManhã e durante a manhã CNESE e FENSE enviam os Pré-Avisos de Greve para os Ministérios/Governo
G – É neste dia que o MS marca a reunião com a OE para decidir sobre o MDP … MAS MARCA PARA 18/SET …DEPOIS DA REUNIÃO NEGOCIAL DA CARREIRA QUE ESTAVA AGENDADA COM A CNESE PARA 17/SET …
Qual a lógica disto? 1.º parece que o MS só marcou a reunião com a OE para decidir sobre o MDP mediante o Pré-Aviso de Greve. Depois, porque não marcou a reunião para antes de 17/Set, para antes da reunião negocial com os Sindicatos? Se a 4/Set marcou reunião com CNESE para 17/Set, já sabia que tinha que reunir com a OE e decidir o MDP até 16/Set, não?
H – Na reunião negocial de 17/Set com a CNESE diz que interrompe porque não negoceia nem cede a pressões. Mesmo com a Proposta da CNESE, de, imediatamente, todos descerem junto da CSocial (tava no átrio) e: CNESE assumia que desconvocava a Greve; MS anunciava as decisões (Carreira) e as soluções (Precariedade e Admissão) que anda a arrastar. Não aceitou. Porquê?
I – No dia 18/Set, em reunião com a OE, cede e aprova o MDP ….no dia 27/Set não resolve a Precariedade, mas anuncia uma medida que pode evitar o despedimento de colegas a CTC
PARA QUEM DIZ QUE NÃO CEDE A PRESSÕES ……”PARECE QUE ESTAMOS CONVERSADOS”
POR ISSO COLEGAS, VAMOS FAZER UMA VALENTE GREVE E VAMOS DIZER FRENTE AO MS, BEM ALTO
COM OU SEM PRESSÕES, OS ENFERMEIROS NÃO VÃO ABDICAR DE CONDIÇÕES DE TRABALHO (Carreira, Estabilidade, Mais Enf nos serviços) QUE LHES GARANTAM UM EXERCÍCIO DIGNO DA PROFISSÃO DE ENFERMEIRO.

Fonte: Texto a vermelho da autoria do SEP

domingo, setembro 28, 2008

Há comissões que deixam saudades...


Os mais novos nunca as conheceram. Provavelmente alguns já ouviram falar nela, outros não. Há mais de uma década atrás, vários hospitais (e outras instituições), dispunham de Comissões de Marketing (integradas por Enfermeiros).

Objectivo? Publicitar as instituições de saúde juntos dos alunos/Escolas de Enfermagem, numa tentativa de "sedução"/angariação de futuros Enfermeiros para as respectivas. Nessa altura, a persuasão envolvia vários factores, sendo que os monetários, condições de trabalho e reconhecimento profissional eram sempre os argumentos mais frequentes e aliciantes.

Aos futuros Enfermeiros só lhes era solicitado que se dignassem conceder algum tempo para escutar as ofertas. Após a ponderação necessária, a escolha cabia a cada um. Os Enfermeiros eram cuidadosa e gentilmente tratados pelas instituições que deles necessitavam. Hoje, o "admirável mundo da Enfermagem" inverteu-se 180º numa rapidez estonteante.

Este tipo de comissões não residem noutro local senão nas nossas memórias.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Desemprego na classe é uma falsa questão?


Depois de um período de calma (suspeita), a virose que atinge a nossa bastonária (e muitos elementos que a rodeiam), recidivou de uma forma violenta e surreal. Revelou na comunicação social que o "desemprego na classe é uma falsa questão". Pois claro que é. Falsa ou verdadeira, é uma questão incontornável!

Infelizmente a Srª Bastonária e companhia continua a perspectivar este problema de uma forma irritante, autista, descontextualizada, deslocada e desadaptada da realidade. Continua a enveredar por uma linha de orientação que não leva a lado algum, que não convence qualquer empregador ou muito menos os próprios Enfermeiros, que, humilhados e abusados por um mercado concorrencial cada vez mais afunilado, não compreendem (e com razão!) como é que a própria Ordem pode veicular estas notícias - "a questão do desemprego se coloca, apenas, por uma questão meramente economicista e de controle orçamental"! É que este argumento é a raiz de todos os males...

As contas não enganam ninguém: dentro de poucos anos, os Enfermeiros serão a classe profissional mais afectada pelo desemprego! A solução passa por adaptar a oferta disponível às necessidades de mercado, através de uma constante regulação dinâmica das entradas para os cursos de Enfermagem.

Já para nem falar na gritante falta de qualidade de grande parte dos cursos que funcionam por esse país fora, sem que haja uma posição firme e responsável por parte da OE!

Depois o que temos? Enfermeiros a trabalhar lado-a-lado com médicos que ganham 60, 70, 80 ou 100 euros/hora (muito facilmente auferem mais de 1000 euros em cada 24 horas), enquanto os profissionais de Enfermagem fazem-no por 2, 3, 4 ou 5 euros/hora! Pasmem-se: apesar da falta de clínicos (devido à má organização do nosso sistema de saúde e atribuições profissionais obsoletas) - com serviços à beira da ruptura -, os mesmos lançaram junto da Ordem dos Médicos um abaixo-assinado contra o actual número de vagas disponibilizadas para o ensino superior!

Numa altura em que os Enfermeiros são explorados de uma forma sem precedentes, vir a público dizer que o desemprego é uma falsa questão é no mínimo ridículo!
Todos sabemos qual a estratégia de intervenção da OE! Não é dessa forma que se concretizam objectivos!
Não seria mais pertinente "olhar", para a actual "perda de terreno" competencial? Para o surgimento de profissões paralelas? Para a substituição de Enfermeiros por outros profissionais? Para o afastamento dos Enfermeiros no âmbito de algumas especialidades?

quarta-feira, setembro 24, 2008

O momento dos Enfermeiros...



Um dos momentos mais esperados e fulcrais para a classe de Enfermagem - a negociação que da futura carreira profissional - encontra-se na ordem do dia. Todas as estruturas sindicais de Enfermagem uniram-se em torno deste objectivo.

A negociação da nova carreira, que funcionará em simbiose com o Modelo de Desenvolvimento Profissional proposto pela Ordem dos Enfermeiros, tem sido sucessivamente adiada pela tutela.

No dia 18 de Setembro, em reunião com o Ministério da Saúde, "houve da parte da Senhora Ministra da Saúde e do Senhor Secretário de Estado um compromisso claro no sentido do Ministério viabilizar a revisão estatutária e a aplicação do Modelo de Desenvolvimento Profissional proposto pela OE, os quais implicam, entre outros aspectos, a criação de um ano de transição entre o percurso académico e a entrada na profissão dos jovens licenciados (vulgo «internato»)", o que faz perspectivar boas notícias para a formação dos Enfermeiros (assim como para a regulação da profissão na dimensão qualitativa e quantitativa).

Chegou a hora de todos os Enfermeiros lutarem pela justiça no exercício profissional de Enfermagem, mesmo que para isso sejam necessários "sacrifícios" pessoais e profissionais. Até aos dias de hoje, nenhuma conquista no seio da nossa classe foi fácil!
Neste sentido, nos próximos dias 30 de Setembro e dia 1 de Outubro haverá Greve Nacional de Enfermeiros! (importante: Pré-aviso e directivas)



sexta-feira, setembro 19, 2008

Valeu a pena?


"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
Fernando Pessoa

Após uns dias conturbados, a partir de amanhã o Doutor Enfermeiro regressa em força. O momento é decisivo: negociação da Carreira de Enfermagem, recente aprovação (18 Set) da alteração estatutária da Ordem dos Enfermeiros (que permitirá a aplicação do Modelo de Desenvolvimento Profissional), greve dos Enfermeiros, etc...

P.s. - Este post é dedicado ao esforço devotado por todos os Enfermeiros que, nos últimos dias, por "estes lados", lutaram com toda a força e coragem contra um inimigo com rosto. Quem não aprende "a bem", aprende "a mal": as ameaças não desmobilizam os Enfermeiros. Pelo contrário, torna-os mais fortes. Quem usa o crachá da foto, fá-lo com orgulho...

A partir de agora seguem-se outras lutas, mais amplas, fulcrais, vitais, que envolvem toda a classe de Enfermagem e influenciarão o futuro ("no fate, but what we make for ourselves").


quarta-feira, setembro 17, 2008

Jobs for the boys (Engenheiros Florestais no INEM?)


"Desde que a nova direcção do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica –, liderada por Abílio Gomes, tomou posse, em Fevereiro, que não param as contratações milionárias para fazer assessoria à presidência. As controvérsias internas criam um clima de mal-estar entre os funcionários, que dizem que a instituição já tem profissionais para essas funções. É o caso das admissões de uma engenheira florestal, de um médico interno de medicina, de um advogado, de um administrativo e de um elemento para o Gabinete de Planeamento.

A polémica com as contratações estoirou com a admissão da engenheira florestal, que recebe 3200 euros por mês, cujo percurso profissional nada terá a ver com emergência hospitalar, e de um médico interno de medicina, com um ordenado igual ao de um especialista, 17,50 euros à hora – 4200 euros mensais, por um horário de oito horas de trabalho diárias.

Foi ainda contratado um elemento para a assessoria jurídica, apesar de o INEM já dispor de gabinete jurídico.

Questionado pelo CM sobre a necessidade de contratar uma engenheira florestal, o vogal Pedro Lopes – que vem da anterior administração – frisa: "Essas pessoas foram contratadas pela administração e o presidente entendeu contratar uma engenheira florestal, fê-lo, presumo, por ser pessoa da confiança dele."
Fonte: Jornal Correio da Manhã

Segundo consta por estes lados, o Sr. Presidente está a pensar em contratar um padeiro (da sua "confiança", claro!) para coordenar o Departamento de Formação do INEM.

Outra notícia interessante: "Médicos dos CODU sem formação de base em suporte básico de vida". Apesar de tudo, esta peça jornalística está desvirtuada e não corresponde da forma mais correcta à realidade, mas vai tocando numa feridas interessantes...
Por este Portugal fora, por exemplo, existem imensos médicos das VMER's que "chumbam" permanentemente nas "recertificações"... e continuam a exercer.

terça-feira, setembro 16, 2008

Como aprender a fazer (quase) tudo em 20 horas...


Ultimamente quando leio notícias que envolvem a Ordem dos Farmacêuticos, só me apetece rir. Afinal de contas, temos diamantes por lapidar (e nós sem saber)...
O Sindicato Independente dos Médicos, alertou para isto:

"(...) A propósito de as vacinas começarem a ser administradas nas Farmácias (acto técnico cuja validade diz respeito à Ordem dos Enfermeiros), "Farmacêuticos vão aprender a reanimar doentes "!

Não parece tratar-se de um lapso jornalístico pois que a notícia é desenvolvida, sendo dito pelo sr. presidente da secção regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos que "A Ordem vai realizar cursos em conjunto com o Instituto Egas Moniz, mas a Associação Nacional de Farmácias, várias cooperativas e institutos do ensino superior vão fazê-lo", e que "Os cursos têm 20 horas e vão começar em Setembro, "para que os conhecimentos estejam frescos a partir de Outubro".

A formação prevê, entre outras coisas, "reforçar conhecimentos de suporte básico de vida, que foram apreendidos na universidade". Normalmente, não há efeitos secundários, porém, se houver casos de choque anafiláctico (alergia), "pode ser preciso fazer reanimação ou tratar, localmente, as reacções alérgicas", diz (...)".

sábado, setembro 13, 2008

De volta...

O regresso. Uma (curta) semana sem televisão, telemóvel ou rádio. "Encomendada" especialmente para o descanso. Destino: norte de Portugal. Locais pouco explorados onde a beleza emanada (ainda) não tem a "mão do homem". Explendorosamente natural. Lamentavelmente, um dos cartões de armazenamento de dados da máquina fotográfica não gostou da viagem - fiquei sem as fotos da primeira metade do percurso, mas, o prometido é devido: aqui ficam alguns registos fotográficos...
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Peneda-Gerês. Quilómetros e quilómetros sem avistar ninguém. Paisagens deliciosas, silêncio absoluto.


Castro Laboreiro. Segundo a Revista Evasões e a Rotas e Destinos, aqui somos presenteados com "o melhor bacalhau com broa do mundo".



Melgaço ficou para trás, seguiu-se Monção. Na foto: um agradável passadiço ladeia o rio, permitindo um passeio agradável e relaxante. O restaurante do Hotel Termas de Monção, reconhecido pelo Portugal Hotel Guide como "como um dos melhores do Alto Minho", ficou aprovado.


Simpática Mirandela... interessante e calma.

Paragem seguinte: alto da serra de bornes. Deslumbrante.


Poiso: Estalagem da Senhora das Neves. O conceito de relaxamento toma forma.


O ponteiros do relógio ficam imóveis e o tempo suspenso... Infelizmente o SPA só será inaugurado em Novembro. A excepção foi aberta para as gravações de uma telenovela da TVI.


Ao som de Nat King Cole, "For all we know" (1959), e um vento exterior que oferecia temperaturas bem próximas dos zero graus (!), o sono foi retemperador...



O fabuloso luar era mais brilhante através do ar rarefeito (os fortes ventos que se faziam sentir impediam a estabilização adequada do tripé da máquina, reduzindo a qualidade do registo)...



A 1000 m de altitude, as luzes do horizonte têm um encanto especial...


As mini-férias não estariam completas sem uma ida à Serra do Marão (Pousada de S. Gonçalo), degustar o famigerado prato vegetariano...


Por fim... a melhor versão de sempre da fantástica composição "For all we know" (som ambiente destas férias) - Nat king Cole/Gordon Jenkins (1959). Soberba.


sexta-feira, setembro 05, 2008

Stress, prestação de contas e uma semana de férias.


Gostei de ler a reportagem da Notícias Sábado, onde os Enfermeiros encabeçam a lista das profissões "stressantes". Óbvia e simplesmente.
Relata a vivência de uma colega - Enf. Isabel Rodrigues - que "largou tudo atrás do sonho de ser Enfermeira".
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Retive este trecho da sua vida, contado pela jornalista Ana Pago:
"Nunca mais conseguiu apagar da memória um menino de sete anos, agónico durante dois dias, que nas escassas fases de consciência, perguntava: "já sou um ser morto ou ainda um ser vivo?""
Mas confesso que uma das passagens... me desiludiu:
"Um Enfermeiro está sempre pronto para dar resposta a tudo e, mesmo assim, tem permanentemente que prestar contas aos médicos".
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Bom, vou então uma semana de férias (útil para o stress), mas admito vou perturbado. É que após intensos anos de exercício profissional, descobri que tenho falhado num aspecto importante: lamentavelmente, tenho-me esquecido de prestar contas aos médicos!
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Levo na bagagem este peso na consciência... e triste, porque há paradigmas que teimam em sobreviver, eternamente, dentro de alguns colegas. Ou será que, pelo contrário, alguns colegas teimam (insistentemente) em viver dentro de certos paradigmas?
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P.s. - Renovo a promessa tradicional: depois partilho algumas fotos das férias.

terça-feira, setembro 02, 2008

OE toma posição relativamente à administração de injectáveis pelos farmacêuticos!!


Gostei. Gostei de ler. A Ordem dos Enfermeiros (OE) finalmente tomou uma posição objectiva, clara, delineada e assente em dados rigorosos, coerentes e inargumentáveis. A par desta tomada de posição, o Conselho de Enfermagem (CE) emitiu um Parecer de suporte que concerne ao mesmo assunto. Assente numa padrão de fundamentação sólido, quanto a mim, é um dos melhores documentos produzidos pelo CE na história da OE. Li e reli, tendo sido assaltado por um sincero sentimento de orgulho que me apraz. Recomendo vivamente a sua leitura atenta!
Como é tão mais fácil enfrentar os problemas unidos!

Eis os pontos centrais da Tomada de Posição:

- A administração de vacinas ou outras intervenções que impliquem administração de injectáveis nas Farmácias devem ser realizadas por Enfermeiros;
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-A prática destas intervenções por outros que não Enfermeiros serão consideradas invasão na área de actividades praticadas pelos Enfermeiros, incorrendo nas implicações previstas no estatuto da OE e no demais regime jurídico;
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- Os Enfermeiros não devem realizar acções de formação que permitam transferir para outros profissionais as competências da sua actividade profissional, devendo por isso recusar a participação em todas as acções que viabilizem as práticas anteriormente citadas.

Esta "Tomada de Posição e respectivo Parecer que a suporta será entregue à Ministra da Saúde e solicitada a sua intervenção. Do mesmo modo será enviada à Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e reafirmado o pedido de reunião urgente. Será dado conhecimento à ANF e ao Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, que são as instituições, conhecidas até ao momento, promotoras desta formação".

Conclusões do Parecer do CE:

- O alargamento dos serviços farmacêuticos poderá constituir ganho para os cidadãos desde que os profissionais que realizam os serviços sejam os habilitados e os mais bem colocados para responder ao problema. Concretizando, no caso da administração de vacinas, que seja realizado pelos enfermeiros nas farmácias. Em articulação com o facto do profissional que administrar vacinas ter de proporcionar resposta cabal ao choque anafiláctico, só enfermeiros e médicos dispõem de conhecimentos e treino necessários ao cumprimento de todas as intervenções com segurança para os cidadãos;
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De outra forma, pode provocar uma sobreposição que é, também, invasão, na área de actividades praticadas pelos enfermeiros, designadamente a administração de vacinas, com os cuidados associados e consequentes. O que tem, em nosso entender, implicações importantes no domínio das regras de qualidade e segurança da prestação de cuidados de saúde aos cidadãos;
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- Não cabe à Ordem dos Enfermeiros regular a actividade dos farmacêuticos mas cabe “zelar pela função social” da profissão de enfermeiro. E emitir orientações para o exercício dos enfermeiros, incluindo a sua intervenção na formação de outros profissionais, quando não estejam explicitados e/ou cumpridos os requisitos, critérios e condições que assegurem a segurança dos cidadãos e preservem a função essencial dos enfermeiros na segurança da imunização. Não devem os enfermeiros realizar acções de formação que transfiram para outros profissionais as competências da actividade profissional
";

Resta aguardar que todos os Enfermeiros envolvidos nestes processos formativos, sejam alvo de sancionamento exemplar, e que o timing inerente a esta Tomada de Posição possibilite (e não seja apenas para dizer que se usou da palavra, declinando, à posteriori, responsabilidades) a melhor solução possível: a que os Enfermeiros esperam!

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!