segunda-feira, julho 23, 2007

Sensacionalismos da Comunicação Social

Formação em Suporte Avançado de Vida é a mesma para Médicos e Enfermeiros


Infelizmente um homem faleceu vítima de uma paragem cardio-respiratória (PCR) em Terras de Bouro.
Não vi nenhuma notícia que fosse explícita acerca do desenrolar dos acontecimentos. O senhor teve a PCR em casa e depois foi transportado para o SAP? Teve a PCR na ambulância? Teve a PCR no SAP?
Li e vi notícias que dizem que os bombeiros foram os responsáveis pelo Suporte Básico de Vida. Os Enfermeiros assistiram o senhor, ou este já chegou cadáver aos SAP?
Das duas, uma: ou já chegou cadáver e não havia profissional algum neste nundo que lhe valesse, ou então o senhor chegou a tempo de ser possível de reverter a PCR mas os Enfermeiros não disponham de meios técnicos para o efeito. Porque, meus senhores, o Suporte Avançado de Vida (SAV) é exactamente igual para Médicos e para Enfermeiros, daí que não vejo o porquê da comunicação social fazer crer que o senhor seria salvo se lá estivesse um médico!
Em manobras de lifesaving não há cá mesquinhices corporativas! Quem conhece a realidade dos SAP, sabe bem que tipo de formação em SAV têm os médicos. Se não fossem os Enfermeiros já muitos outros casos tinham terminado da pior forma... ou nunca faleceu ninguém com os médicos presentes?
A isto, apesar de toda a infelicidade que rodeia a situação, chama-se sensacionalismo puro!

Comments:
O médico é como Deus...A simples presença salva!!!

O enfermeiro, é isso mesmo, é humano, sem visibilidade, que só salva o que é possível salvar.

Quando alguem morre, de facto é um drama, mais para os familiares, mas todos sabemos que ela é inevitável, e hoje em dia, cai-se no rídiculo ao deitar sempre as culpas para alguém, como se fossemos imortais, e pelo facto ninguem deveria morrer.

Falta de assistência?? Bem, se o médico fosse a casa passar a certidão de óbito, provávelmente não vinha nas notícias falta de assitência.
 
Para o "povo" é:

"Deus no céu e o Sr. Dr. na terra!!!"
 
(Acresceno ao meu comentário anterior)

Não duvido da veracidade da notícia, duvido é da qualidade do jornal para nos transmitir os factos tal qual aconteceram. Parece-me um jornal sensacionalista, tal como a SIC ou TVI.
 
É a máquiina de marketing da classe médica a funcionar! Não tenham dúvidas de onde partiu o sopro desta notícia...
 
São as mentalidades mesquinhas... Enfim...
 
"É a máquina de marketing da classe médica a funcionar! Não tenham dúvidas de onde partiu o sopro desta notícia..."

Ora aqui está um comentário inteligente e que chegou rapidamente ao fulcro da questão! Ou alguém duvida?!?
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Com certeza lutam pelo seu bem-estar de maneira legítima e outras vezes de maneiras duvidosas, mas deve ir funcionando com leigos, mas para pessoas bem formadas e profissionais de saúde não cola o sensacionalismo desenfreado. Os jornalistas, também, não entenderão na realidade como funcionam as engrenagens da saúde.

Desassossego
 
Um enfermeiro pode administrar fármacos sem prescrição ou indicação médica? (em contexto de SAV)


Sou novo neste blog. A minha concepção quanto à temática que impera neste é que 'como em todas as áreas profissionais, deve haver seriação de tarefas', passo a explicar:

Em primeiro lugar, não acho que os enfermeiros não sejam capazes de exercer algumas actividades médicas - desde que sejam treinados para isso.

O que acontece é que com alguma perseverança, interesse e 'treino' TODA a gente é capaz de aprender QUASE tudo (e principalmente algumas actividades mais mecanizadas como suturar - os alunos de medicina aprendem a suturar ainda na faculdade).

Poupando-me ao desenvolvimento da questão da seriação de funções e responsabilidades, passo a dar um exemplo concreto:

Os auxiliares de acção médica têm as suas funções limitadas a transportar doentes, trocar fraldas e camas de doentes não infectado, 'fazer recados' e pouco mais. Ora, como auxiliar, não me parece nada 'complicado' colocar um acesso venoso - 'é só picar' - e mesmo que neste momento não saiba, com um 'bocado de treino' consigo fazer isso talvez muito melhor que qualquer enfermeiro!! Quando falo de acesso venosos, generalizo para qualquer actividade, invasiva ou não, que possa ser realizada por enfermeiros e não por auxiliares de acção médica.

Termino ainda de forma jocosa, pelo qual pela qual peço previamente desculpa a quem interpretar de forma errada - não é minha intenção ferir ou minimizar alguém:

- Como sou auxiliar e não me deixam fazer coisas que, com algum treino, conseguiria fazer - vou fazer um blog e intitula-lo Sr. Auxiliar-Enfermeiro onde me poderei queixar e gritar aos 7 ventos que TODOS os enfermeiros são uns 'crápulas' porque a sua ordem, que consegue monopolizar tudo e todos, se encontra constantemente a atentar contra mim, fazendo disso talvez a sua função principal! Aliás, vou criticar a 'ordem dos auxiliares de acção médica' por não defender os meus interesses, ou seja, não lutar para que todos os AAM possam assumir algumas das responsabilidades e funções que os enfermeiros representam! - Afinal de conta são só algumas tarefas mecânicas que podem ser realizadas 'até por um macaco' (como já houve alguém que disse) e que com algum 'treino' podem ser realizadas pelos AAM...

Agora peço aos Srs. Enfermeiros que gostam que os AAM venham nas contas dos Srs. Enfermeiro dizer ao doente que um penso foi mal feito, ou que o acesso venoso foi mal colocado, ou que o Sr. Enfermeiro não sabe medir TA, ou que não escreveu no diário o que realmente interessava ao doente - a esses, que não se importam com isto tudo, peço que atirem a primeira 'pedra'.

Agora proponho um jogo: Aquilo que fiz em relativamente à relação AAM-Enfermeiro, façam-no na relação 'Sr. responsável da limpeza hospitala-AAM' - aliás, façam-no mentalmente e resumidamente nas relações interprofissionais de cada uma das mais diversas áreas profissionais - de certeza que encontram uma actividade 'mecânica' que facilmente pode ser mimetizada!!!

Despeço-me com os mais cordiais cumprimentos, esperando receber muitas pedradas,
Anónimo
 
O comentário prévio resume o "calcanhar de Aquiles" deste blog, a meu ver. E que é este descambar sistemático em querer comparar coisas diferentes, na não aceitação da existência de competências diferentes, não porque requeiram capacidades sobre-humanas para a sua execução mas porque para uns desepenharem algumas, têm que deixar de fazer outras, que ficam órfãs para a profissão "hierarquicamente seguinte" (e, criticando-se aqui a noção de "hierarquia superior" dos médicos, não se coíbem de fazer apanágio a uma "superioridade hierárquica" da Enfermagem quanto a outras - fisioterapeutas, etc...).

Ou seja, existe uma noção de defesa de classe (como chamam os da própria classe), vide corporativismo (como chamam os outros todos), perturbante sobretudo porque julgo não ser sequer reconhecida pelos autores da maioria dos textos.
O que não seria assim tão mau, se não existisse um sentimento persecutório, do tipo "existe um médico em cada esquina a querer tramar os enfermeiros"....

Ou seja, assim não vão lá. Assim não é sério. Assim não se resolvem sequer os muitos problemas que realmente existem e devem ser discutidos, por se encontrarem misturados com os tais pseudo-problemas de percepção paranóide.

Eu acrescentaria ao excelente comentário anterior (da 1:14AM) o seguinte: o tal blog do Enfermeiro-Auxiliar defenderia, em cada notícia onde, subrepticiamente ou putativamente, se pudesse hilacionar que existe uma crítica, ainda que apenas latente ou possível, a qualquer Auxiliar de Acção Médica, que existe um "complot" arquitectado por um qualquer maléfico Enfermeiro, ou até todos, contra os sempre vitimizados, caluniados e injustiçados AAM.

Isso, como vêem, seria demasiado fácil.
Ou seja, isso é provavelmente falso.
Por fim, isso (essas hilações) seguramente não interessa para nada.
 
Errata:
É ilacionar e ilação.
Soava mal, fui ver e confirmo o erro.
 
De facto há muitos aas que parecem mesmo macacos.
 
Interessa o rumo que temos e queremos ter e não o que outros querem que tenhamos. A aquisição de novas competências, não significa, perda de outras. Mas isso é uma decisão, por ventura uma luta, que nos cabe decidir.

Acho que a aprendizagem de novas competências não deve ser um acto de repetição, havendo uma formação adequada, como têm os enfermeiros ingleses que podem prescrever alguns fármacos.

Penso que falta alguma visão das escolas de enfermagem, pois entre várias coisas, deviam ensinar a suturar.
Contudo há um grupo de enfermeiros que podem suturar legalmente, talvez muitos leigos não conheçam esse facto.

Desassossego
 
O Sr AAS que gosta de pedradas tem uma visão muito da redutora da capacidade de evolução da enfermagem portuguesa e da enfermagem em vários outros países.
 
"Errata:
É ilacionar e ilação.
Soava mal, fui ver e confirmo o erro."

Hum... no mínimo, estranho, caro Placebo, pois "hilação", soa exactamente o mesmo que "ilação", certo?
:) Eu percebi o que queria dizer com "soa"...
Bem, concordo consigo.
Já agora acrescento: um AAM bem treinado até podia realizar cirurgias... Resolveríamos o problema das listas de espera, não?
Se eu tivesse rodas seria um autocarro, certo? Mas não sou, porque não tenho competência para tal. Confunde-se muito o "poder aprender" e ter "competência para o fazer"... tal como o Sr. AAM confundiu!
Não sou enfermeiro sou técnico de radiologia e por este andar tenho o meu emprego em risco. A senhora da limpeza pode lembrar-se de dizer que se tiver treino faz radiografias. As TAC E AS RMN deixo para os AAM's...
Enfim, há discussões que só são possíveis dentro de algumas classes, e ficou aqui bem patente porquê...
Médicos, enfermeiros, técnicos de DT, técnicos superiores, etc, etc... todos juntos...seria óptimo!
 
Soa de facto igual, Exmo téc.Rx :)
Pareceu-me mal, assim é que é....

(errata da errata)
 
Pois é, "parece" tudo tão simples, de tal forma que se pode sintetizar na seguinte frase:
- se o Afonso Henriques não tivesse "tirado bilhete" ainda hoje cá estava (mas rapidamente teria um enfarte ao ver o "estado da nação").
Valha-nos D. Nunes Álvares Pereira.
 
pois e como bateu na mãe faz da violencia domestica em portugal uma tradição e ñ um crime... certo
 
Excelentíssimo op de pimpezas e tal,tal tal:
- eis uma perspectiva, diria mesmo, um novo paradigma sociológico português.
Não deixa de ter alguma razão... mas depende. Por exemplo: se o filho (da mãe D. Teresa) tivesse usado violência verbal, diria que não será um defeito; antes feitio (ainda que mau...), já se ele usou um pau de marmeleiro, bom...;se calhar é genético.
O que eu gostava de ter conhecido El-Bortukali (o português).

Bem haja pelo seu interessante comentário.

Aquele abraço!
 
como Sr Enf estou pelos cabelos.
por favor vamos concentrar nos no que é realmente importante:



o doente.










sim, porque o doente, como que num acto irreflectido, já inato,nos trata como o produto final da nossa digestão. temos que os educar. eu apelava a todos os enfermeiros: deem lhes duro. insistam neste ponto.
 
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