segunda-feira, julho 30, 2007

...........Boom!


Há uns anos atrás a Ordem dos Enfermeiros publicava um artigo cuja frase inicial era "O panorama mundial dos recursos humanos em enfermagem é considerado crítico".

Passados poucos anos tudo mudou. Um boom global mudou (para sempre?) a classe de Enfermagem. Há uns anos praticamente só a Espanha tinha excesso de Enfermeiros. A maior parte dos países desenvolvidos (e sub-desenvolvidos) lutam contra carências de Enfermeiros.

Tudo mudou. A carência que a Grã-Bretanha apresentava (fruto de anos e anos de maus tratos aos Enfermeiros) está praticamente resolvida. Em muitas cidades o emprego é quase impossível (Londres por exemplo...). Escócia e a Irlanda vivem também um panorama de excessos. Espanha é tabu. A maior parte dos países europeus já não comportam mais Enfermeiros (apenas a Suíça vai dando uns ares da sua graça...). Em França os Enfermeiros são remunerados com pouco mais do salário mínimo. O seu poder de reivindicação é quase nulo. Na generalidade destes países, o salário dos Enfermeiros está abaixo da média da população geral.

O Brasil, que há meia dúzia de anos atrás se deparava com falta de Enfermeiros, vive uma situação de excessos de profissionais. Muitos deles tentam emigrar para os EUA.

Os EUA são dos poucos países desenvolvidos que apresentam uma carência relativa. O ritmo a que chegam Enfermeiros de outros países, onde não têm perspectivas de emprego, é assustador!

Apenas os países sub-desenvolvidos (no continente Africano por ex.) têm carências. Só aí. Onde a Enfermagem é mal vista, pouco reconhecida, com remunerações junto ao limiar da pobreza. Existe carências porque é uma profissão pouco apelativa nos seus países.

Em Portugal já é dificílimo para um Enfermeiro recém-licenciado conseguir uma colocação. No sector público é quase missão impossível. No privado são explorados e humilhados (este excesso satisfaz as políticas economicistas dos privados, pois cortam despesas usando os salários dos Enfermeiros!). Em regime de profissional independente é uma selva.

O que aconteceu?

Ao mesmo tempo que os Enfermeiros são cada vez mais, os salários diminuem e o poder reivindicação extingue-se, os médicos são profissionais escassos, com salários elevadíssimos (em Inglaterra atingiram salários astronómicos) e com um poder de reivindicação arrasador.

Parece que ainda temos alguma coisa a aprender em matéria de gestão de recursos humanos.

Não defendo uma carência acentuada que ponha em causa a segurança dos cuidados ou a falta de assistência à população. Defendo sim, uma gestão correcta das necessidades e da oferta.
O excesso de profissionais é a melhor forma de fazer tombar uma classe.

Não fico surpreendido, porque será?

Retirei este comentário do blogue Cogitare em Enfermagem. Palavras para quê, quando podemos ler com os nossos próprios olhos?

"Peço muita desculpa, sei que não é o lugar nem a postagem oportuna...mas não sei mais a quem recorrer...Sou aluno finalista do 12ºano da nova reforma do ensino secundário, e com uma boa nota (estamos a falar de mais de 17) estou a pensar em ingressar em Lisboa...Estou deveras preocupado...é enfermagem que quero, independentemente daquilo porque irei passar, mas passou-se comigo o impensável: quando estava a entregar a candidatura, a senhora que a recebeu rasgou-a e disse: "com uma média destas, agradece-me por te estar a fazer o favor de não fazeres o erro maior da tua vida..."
Achei estranho, visto que segundo o Guia prático do aluno de 2007,
enfermagem tem uma enpregabilidade de 80-100%...Depois vi que as coisas n são bem assim...um aluno que entre no fórumemfermagem até se assusta...Para além disso, em Setúbal, uma aluna que se foi candidatar em Enfermagem para a Resende com 17 anos foi surpreendida por enfermeiros à porta das candidaturas, que estavam afazer uma "espera aos candidatos a perguntar o que queriam tirar"...ela lá disse enfermagem, e um deles, feito sabe-se lá o quê, aperta-lhe o pescoço e gritava-lhe dizendo:-"(...) Não te candidates, por favor! Por ti própria e para os enfermeiros actuais! "Tipo...Socorro!O que é que se passa?
Como é que a situação chegou a tanto?!Mas como está a situação actual em enfermagem?Quais são as minhas hipóteses de vencer como enfermeiro?Afinal...o que é a enfermagem no país virado do avesso em que vivemos?Ajudem-me...tou deveras desesperado...embora saiba que é enfermagem que eu quero mesmo, independentemente de tudo...
(Candidato a Enfermagem 2007 )"

Alguém quer arriscar como será dentro de 10 anos?

domingo, julho 29, 2007

Os custos da Saúde Norueguesa...


Um estudo de 2002 (Hans Flaatten e Reidar Kvåle) intitulado "Custo dos Cuidados Intensivos num Hospital Universitário Noruguês", deixa bem patente a forma de distribuição de custos numa Unidade de Cuidados Intensivos.


Como é possível observar, a esmagadora maioria dos custos envolvidos (directos e indirectos) foi canalizado para os Enfermeiros e consequentemente para a Enfermagem.
Este facto traduz o reconhecimento e a importância da Enfermagem no sector da saúde, assim como a necessidade política de investimento e melhoramento na formação e condições de trabalho dos Enfermeiros.
Será que Portugal já percebeu isto?

Testemunho de uma colega!


"Sou uma enfermeira ha procura do 1ºemprego ha um ano, ja fiz de tudo pra conseguir emprego (enviei curriculos pra todo o continente, ilhas,fui pessoalmente entregar, concurri a todos os concursos k abriram, arranjei cunhas...) garanto -vos k nao sou esquesita, embora tenha algumas preferencias neste momento aceito tudo (menos salarios que nao dignificam a enfermagem).
Acho que temos de mostrar a sociedade que sim que existem falta de enfermeiros nos serviços mas que ja estao formados e no desemprego nao e necessário aumentar em 10% as vagas. Mas agora pergunto como e que nos recem licenciados que nem sabemos em quem acreditar vamos mudar esta ideia?! Nem imaginam o quanto mal me sinto kd digo k ja fiz de tudo pra arranjar emprego e me dizem na cara que é impossivel pk ha imenso emprego pra enfermagem com uma cara de quem esta a pensar - tu nao queres e trabalhar. Acho k temos de começar a mudar esta ideia e dp sera tudo mais facil. Por fim so queria dizer k nao estou desiludida com a enfermagem, muito pelo contrario e o que sempre quis e nao estou minimamente interessada em desistir dela, estou sim desiludida com o meu pais( com um governo que so ve numeros a frente, e com os portugueses que continuam com a cultura do deixa andar amanha logo se ve...)
Estamos bem a frente da maioria dos paises europeus principalmente ao nivel de formação e vamos perder tudo num curto espaço de tempo, ate msm que se faça algo neste momento ja vai ser tarde e parece k a maioria dos enfermeiros ainda nem se apercebeu desta situaçao. Sinceramente acho que o que se passa é castigo pra maioria dos enfermeiros kd tinham poder de reinvidicaçao deviam ter feito mais principalmente mudar a opiniao que a sociedade tem de nos, mas nao, tiveram mais olhos que barriga e agora aki tem o resultado."

sexta-feira, julho 27, 2007

Já tardava....!


... Finalmente chegou aquilo que todos os Enfermeiros desejavam e ansiavam!!!!

Já não era sem tempo: mais um seminário de ética da Ordem dos Enfermeiros...!!
Será dia 28 de Setembro e versará sobre a Responsabilidade Profissional!
Não sei se consigo aguentar tamanha excitação e esperar até lá! Já só penso nisso noite e dia!

Não diria melhor....

Foto: Miguel Rita


O ex.mo colega Desassossego resumiu tudo em poucas palavras:

"O problema é que neste momento e no futuro (até que se tomem medidas, já agora tardias, quanto mais no futuro!), não se arranja trabalho em lado nenhum. A comparação é inevitável a Ordem dos Médicos(OM) está já a prevenir-se de desemprego na classe médica com 10 anos de antecedência... A Ordem dos Enfermeiros(OE), pelo estado da sua inércia, com 10 anos de atraso. A OM estabelece tabelas com preços mínimos para exercício, mesmo sendo multada pela autoridade da concorrência; A OE deve estar preocupada em receber as suas quotas. A OM defende os seus membros; a OE não tenho tanta certeza. A OM é discreta nas suas punições, se é que pune... A OE parece indiscretamente demonstrar orgulho as suas punições, por ventura para demonstrar que funciona...Já enviei uma carta, que outras maneiras temos para protestar? Apenas nas eleições? A enfermagem vai adoecer... Resta continuar a lutar como fizeram os colegas em outros tempos e fazem alguns agora."

quinta-feira, julho 26, 2007

Ando desactualizado...

No Correio da Manhã, relativamente à concentração Motard que decorreu em Faro, era possível ler o seguinte:

"212. É o número de profissionais de saúde presentes no recinto. Trinta e seis médicos, 60 enfermeiros, 50 técnicos de socorrismo, 37 socorristas, 23 motoristas e seis centralistas."

Ajudem-me aqui. O que é que se entende por técnicos de socorrismo e socorristas? É diferente?
Já agora, haverá auxiliar de socorrista?

Os dias do fim...


Ofertas para a Enfermeiros de contratos de 35 horas/semana com um salário de 403,00 euros/mensais (salário mínimo em Portugal).


A Ordem dos Enfermeiros chama a isto "evolução"? (e não venham cá com tretas do tipo "esta questão é do foro sindical"!)

Um obrigado à Ordem dos Enfermeiros pela sonolência, e por tudo o que tem feito em prol da qualidade e valorização da Enfermagem. Ou seja, nada.
Numa coisa a Ordem é boa: é certamente os "raínha" dos "seminários de ética".
Impressionante mesmo é a sua inércia. Isto é exasperante!!

quarta-feira, julho 25, 2007

Os Enfermeiros também.


"(...) O Bastonário [da Ordem dos Médicos] recorda que os 1300 alunos formados em medicina anualmente em Portugal, "esgotam a capacidade de absorção" do SNS, e que, se houvesse mais vagas, "num prazo de dez anos" seria criada uma situação de desemprego. "O caso dos médicos é mais grave do que o desemprego normal, decido à dificuldade em recuperar a prática clínica", alertou. (...)"
Fonte: Diário de Notícias

O mesmo se aplica exactamente aos Enfermeiros.
A diferença é só uma: ainda não vi a Ordem dos Enfermeiros ter este discurso.
Prefiro pagar a minha quota à Ordem dos Médicos.

Por este andar, deixo de ler jornais....

"Os médicos dos Hospitais Públicos Portugueses são os que trabalham mais horas por semana na União Europeia. A conclusão pertence a um relatório publicado pela Fundação Europeia para a melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound), segundo o qual a situação contrasta com a dos Enfermeiros, obrigados apenas a uma semana de 35 horas, que é, por seu lado a mais reduzida da Europa Comunitária."
Fonte: Diário de Notícias
a
Este artigo (clicar na imagem ao lado para ampliar e ler) está assente num estudo que, no mínimo, pode ser classificado como incoerente (alguns classificariam-no mesmo...foleiro).
Compara horas de exclusividades médicas, com horas de semana "normais" de profissionais como por exemplo, os Enfermeiros. Nem vou abrir a "boca" para falar do (não) cumprimento de horários por parte dos médicos (há dias em que os clínicos que nem põem os pés no hospital...). Quem está por "dentro", sabe o que digo....
Leiam o artigo e tirem as vossas conclusões.

segunda-feira, julho 23, 2007

Sensacionalismos da Comunicação Social

Formação em Suporte Avançado de Vida é a mesma para Médicos e Enfermeiros


Infelizmente um homem faleceu vítima de uma paragem cardio-respiratória (PCR) em Terras de Bouro.
Não vi nenhuma notícia que fosse explícita acerca do desenrolar dos acontecimentos. O senhor teve a PCR em casa e depois foi transportado para o SAP? Teve a PCR na ambulância? Teve a PCR no SAP?
Li e vi notícias que dizem que os bombeiros foram os responsáveis pelo Suporte Básico de Vida. Os Enfermeiros assistiram o senhor, ou este já chegou cadáver aos SAP?
Das duas, uma: ou já chegou cadáver e não havia profissional algum neste nundo que lhe valesse, ou então o senhor chegou a tempo de ser possível de reverter a PCR mas os Enfermeiros não disponham de meios técnicos para o efeito. Porque, meus senhores, o Suporte Avançado de Vida (SAV) é exactamente igual para Médicos e para Enfermeiros, daí que não vejo o porquê da comunicação social fazer crer que o senhor seria salvo se lá estivesse um médico!
Em manobras de lifesaving não há cá mesquinhices corporativas! Quem conhece a realidade dos SAP, sabe bem que tipo de formação em SAV têm os médicos. Se não fossem os Enfermeiros já muitos outros casos tinham terminado da pior forma... ou nunca faleceu ninguém com os médicos presentes?
A isto, apesar de toda a infelicidade que rodeia a situação, chama-se sensacionalismo puro!

Marketing Académico


Pelos vistos já chegou o marketing académico à Enfermagem (no seu pior sentido!). A Universidade Católica já oferece mestrados profissionalizantes, vejam só!
"Em três semestres tire um mestrado e uma especialidade!" - Será este o futuro slogan publicitário?
A Ordem dos Enfermeiros soube de qualquer coisa e lá foi investigar tendo deixado uma nota informativa no seu site. O que se pode deduzir é que a Ordem não aprovará este tipo de charlatanice e não conferirá o título de especialista ao possíveis frequentadores desta palhaçada académica. Isto é mais uma forma de tentar extorquir mais alguns euros (muitos euros) a algum colega mais incauto. Será que a mercantilização da Enfermagem já chegou a este ponto? É esta a visibilidade que a formação em Enfermagem quer?
Pelo andar da carruagem, o próximo slogan será "Tire a sua licenciatura e oferecemos o mestrado grátis!"
O que as instituições académicas fazem pelos euros....
Pelo menos aguardamos que a Ordem dos Enfermeiros se imponha, e termine com esta pouca vergonha!

sexta-feira, julho 20, 2007

Cartão vermelho à Ordem!


Ex.mos Colegas Enfermeiros,
a classe somos todos nós, e por conseguinte, todos nós somos responsáveis por tudo o que diz respeito à Enfermagem. Todos nós sabemos que a conjuntura actual é altamente desfavorável para os Enfermeiros.
À nossa Ordem profissional falta combatividade, presença, "garra", vontade, e acima de tudo, falta sentido de sintonia com as ideologias dos Enfermeiros. Para que a Ordem saiba (estou certo que devem saber, mas pouco andam a fazer...) que isto está "cair aos bocados" (como dizia uma colega nossa num comentário ao post anterior), temos de mostrar um cartão vermelho à direcção da Ordem (e aguentá-la até novas eleições...)!
Por isso, utilizem o e-mail (mail@ordemenfermeiros.pt) oficial na Ordem dos Enfermeiros e enviem um e-mail com as vossas queixas e sugestões dirigido à bastonária. Todos são entregues e a resposta ainda que possa tardar, chega (a mim chegou !).

Para que a Ordem saiba que os Enfermeiros esperam muito mais e que tudo vai mal, colegas, protestem, façamos ouvir a vossa voz. Pagamos, temos os nossos direitos! Estou farto de ter uma Ordem asténica e moribunda!

quarta-feira, julho 18, 2007

Portugal: um país de brandos costumes!


Ex.mos Colegas,
todos concordamos que atravessamos o momento mais conturbado de sempre a nível profissional. Existem vários assuntos graves que se têm discutido aqui nestes últimos tempos, e como isto não vai pela via diplomática, temos de encontrar soluções para lidar com a realidade tal como ela se tem apresentada perante a nossa classe e a nossa pessoa em particular.

1 - As acumulações. As acumulações na profissão de Enfermagem nunca foi um problema questionável até agora. Quem quer e pode acumula, quem não quer ou não pode, não o faz. Há algum tempo atrás, o Enfermeiro decidia se queria acumular, agora, o Enfermeiro está dependente de vagas para acumulação. Muitos se têm insurgido contra as acumulações. Há quem diga que se deveria de deixar de acumular pois o níveis de desemprego são cada vez mais altos, mas esta é uma falsa solução, que não resolve o problema, nem tão pouco o adia! Curioso é facto destes insurgimentos serem apenas contra as acumulações remuneradas... e as voluntárias? Já não faz mal? Já não prejudica a qualidade dos cuidados?
Existem profissionais que só se sentem realizados acumulando (eu sou um deles!), pois permite um leque acrescido de experiências e conhecimentos, que eu penso ser fundamental para que me sinta realizado. Se tal conduta afectasse negativamente o meu exercício profissional, eu próprio tomaria a decisão de deixar de acumular.
Começo a ficar aborrecido de falar sempre da mesma coisa: o excesso de profissionais é o resultado de um política de formação desenfreada assente em argumentos economicistas. A nossa Ordem por sua vez, ao invés de lutar pela qualidade do ensino, nem isso faz, continua a apoiar esta verdadeira avalanche formativa não cumprindo assim um dos pilares conceptuais no qual assenta sua ideologia!
Tal como houve alguém que disse, pagamos a esta Ordem para ter dores de cabeça e não para nos vermos livres das nossas preocupações!
Estou incrivelmente farto do bando de interesseiros e tendenciosos que é a Ordem dos Enfermeiros! Vejamos o exemplo da Enf. Ana Sara Brito, presidente da Mesa Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros, deputada pelo PS e número 3 da Lista do Ex- Ministro António Costa eleito agora presidente de câmara de Lisboa. Esta mulher colecciona "tachos"! Que credibilidade tem esta gente para vir falar em acumulações?


2 - Fiquei boquiaberto quando li um panfleto com ofertas formativas do IFE (Instituto de Formação em Enfermagem) em que dizia "compre livros IFE, ganhe uma semana de férias no Algarve"! Mas... já chegamos a esta decadência? Isto já não é formação, é um negócio assustador que nada de bom pode trazer para a profissão! Não tarda muito estamos cotados na bolsa ou vítimas de uma OPA sem escrúpulos! Diga-se de passagem que o Enfermeiro que gere a instituição candidatou-se em tempos no sentido de abrir uma escola de Enfermagem! Mas isto é assim? Qualquer tasca pode abrir uma escola? Pode a nossa classe exigir credibilidade assim? Mais. Em tempos os panfletos do IFE traziam os cursos disponíveis e a apresentação dos respectivos formadores do tipo (mero exemplo) "Enf. FC, Enf. Especialista em Enfermagem Médico-Cirurgica, Hospital X, VMER Y, Formador do INEM, etc...".... agora a apresentação faz-se de outra forma: "Enf. FC, Hospital X, Perito em Emergência". Mas o que é isto de "Perito em Emergência", alguém sabe?


3 - Ainda falta muito para revisão da nova carreira de Enfermagem?


4 - Algumas vezes, certos comentadores referiam que neste blog aludia-se frequentemente a assuntos relacionados com os médicos. Até parece que os médicos não costumam intrometer-se nos assuntos dos Enfermeiros. Casos recentes? Inúmeros. Relativamente às ambulâncias SIV do INEM, os médicos vieram logo protestar, o caso dos Enfermeiros no SAP de Bragança, idem, sobre a linha Saude24, aspas, sobre a caravana de Enfermeiros do Centro de Saúde logo vieram atacar... enfim, e depois são os Enfermeiros que estão irrompem contra os médicos? Este comentário do Sindicato de Enfermeiros (Norte) diz tudo!


5 - Parabéns à inciativa do Minsitério da Saúde "Plano de Apoio às Praias do Litoral de Odemira", onde "os cuidados de saúde vão ser reforçados através da colocação de tendas da CVP junto ao Hotel Social, em Vila Nova de Milfontes, junto à Extensão de Saúde de Zambujeira do Mar e no Parque de Campismo perto da Praia do Malhão. Nestes locais vão estar enfermeiros especializados, equipados com material clínico"!


6 - Cada vez se vê mais a proliferação de técnicos sem habilitações que usurpam funções. Atenção colegas, é necessário estar atentos e denunciar as irregularidades às entidades competentes! Além disso, temos de assegurar a nossa esfera de actuação que muitas vezes é assaltada por outros profissionais (podologistas por ex.)!


7 - Leram a notícia do médico que auferia 60 mil contos ano (média de 5 mil contos/mês) no hospital? E depois dizem que o país está de tanga...


8 - Há uns anos atrás o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses queixava-se insistentemente da falta de Enfermeiros. Referia que sem profissionais suficientes não era possível gozar os direitos que estavam consagrados na lei. Deram um grande tiro no pé. Agora com Enfermeiros a mais, continuo a não ver cumprido o tal gozo de direitos. Mas vejo mais. Vejo despedimentos, precariedade, salários baixíssimos, humilhações, perda de poder reivindicativo... É nisto que dá ter iluminados nos sindicatos! Só mudam as moscas , a m.... é sempre a mesma!

terça-feira, julho 10, 2007

Grave, muito grave!


Os ataques sucedem-se, vindos de todas as direcções. O excesso de profissionais transtornou o poder de reivindicação da classe, e os resultados estão à vista.

Todos querem fazer render a Enfermagem às especulações economicistas, banalizando o ensino e fazendo com que a profissão regrida a uma velocidade sem precedentes.
De facto a este ritmo, a profissão estará destruída em meia dúzia de anos. Eis o alerta urgente lançado pela Ordem dos Enfermeiros, que diga-se de passagem também não tem actuado da melhor forma, pois parece-me que anda a encarar tudo isto de uma forma pacifista e muito pouco confiante. É necessário mais ferocidade!! Eis o tímido alerta da OE:

A

"(...) A OE tem conhecimento de que o MCTES continua a dar despachos a propostas apresentadas por Instituições de Ensino que, ao contrário do proposto, relegam a formação de acesso à actividade profissional para o 1º ciclo, não garantindo os compromissos assumidos em Dezembro de 2006, com esta Ordem, pelo Secretário de Estado do Ensino Superior ao afirmar que a aplicação do processo de Bolonha não poderia colocar em causa o actual estádio do ensino de enfermagem em Portugal e que qualquer decisão teria de ser no sentido da sua melhoria.Ao mesmo tempo, somos alertados para o facto de estar em curso um estudo no MS, ao que parece, sobre competências e perfis dos enfermeiros, que deverá dar suporte a orientações políticas sobre a adequação do ensino de enfermagem ao processo de Bolonha, a ser entregue no final deste mês de Julho. A tal facto acresce não ter havido qualquer consulta ou solicitação de contributos à Ordem dos Enfermeiros, entidade que, no âmbito das suas atribuições, definiu o quadro regulamentar de competências do enfermeiro. Enquanto se verifica, sem explicação objectiva, esta situação de indefinição e falta de transparência na área da enfermagem, foi encontrada para a educação uma solução, já com força de lei desde Fevereiro de 2007. Assim: no quadro de adequação dos ciclos e graus académicos decorrentes do processo de Bolonha só podem ser educadores de infância e professores do ensino básico os possuidores do 2º ciclo.... (...).

(...) A OE vem assim, e mais uma vez, não só denunciar a situação de impasse em que este processo se encontra, como reafirmar vivamente, que tudo fará para que as decisões ora tomadas não venham a fazer perigar o estádio de desenvolvimento da enfermagem portuguesa, assim como o papel de referência no contexto europeu, que tem vindo a assumir.(...)"


É NECESSÁRIO UMA IMPOSIÇÃO INFLEXÍVEL POR PARTE DA OE, E NÃO TÃO ENVERGONHADA COMO FOI NO CASO DAS "VACINAS NAS FARMÁCIAS"
a
Fonte: www.ordemenfermeiros.pt

segunda-feira, julho 09, 2007

Enf. Rodolfo Moura demitiu-se!!


O Enf. Rodolfo Moura demitiu-se. Em toda esta história há um ponto positivo: é que toda a imprensa tratou-o por Enfermeiro!

A questão é muito sensível, pois esta saída abrupta está relacionada, segundo a comunicação social, com a entrada de dois novos fisioterapeutas com dedicação exclusiva ao futebol profissional, função que até agora vinha sendo acupada por Rodolfo Moura. Ao que parece, o Enfermeiro não aceitou esta situação, tendo pedido a demissão, ainda que há pouco tempo tenha visto o seu contrato ser renovado.

Esta polémica faz reacender a velha questão dos Enfermeiros de Reabilitação vs Fisioterapeutas.

Mais uma vez, e sem estar particularizar esta situação, a Ordem dos Enfermeiros deverá rapidamente rever a questão das especialidades, pois a especialidade em Reabilitação necessita de ser revista e renovada, para que de uma vez por todas, possa assumir a sua importância e ver clarificada todas as questões que a envolvem!


"Travessia no Deserto": IMPOSSÍVEL CONTINUAR ASSIM!!

Enf. João Gouveia

A formação e a profissão de Enfermagem merecem medidas urgentes para manter o equilíbrio que nos caracterizava até há poucos anos. Deixo-vos com um excelente artigo do Enf. João C. F. Gouveia, director da Revista Nursing, o qual relfecte o mal-estar que vive a profissão. Quais as razões?
Ando a apregoá-las há mais de 6 anos, quando o movimento boom das escolas de enfermagem começou a tomar forma.
Todos temos de tomar medidas urgentes, exigi-las perante as entidades competentes, e a melhor forma de chegar até estas é através da Ordem dos Enfermeiros.
Este alerta do Enf. J. Gouveia, é um dos melhores e mais realistas artigos que li nos últimos tempos:


"Tenho tido conhecimento de alguns relatos de situações de recém-licenciados que, muitos meses após o términus do seu curso, continuam sem emprego ou então embarcam em situações, a meu ver, menos dignas como sejam trabalhar gratuitamente em instituições públicas ou privadas, a troco “de um estágio ou actualização de conhecimentos”. A serem verdade estas situações, e eu acredito que sejam, este facto é grave e pouco dignificante para a profissão de Enfermagem. De facto, parece-me que começamos a viver um problema para o qual pouca gente estava desperta a alguns anos, e quase ninguém ligou a alguns alertas lançados de se vir a verificar um excesso de oferta no mercado de trabalho de Enfermagem. De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, existe carência de vários milhares de enfermeiros nos vários tipos de cuidados de saúde em Portugal. Todavia, essa não parece ser a visão de quem efectivamente emprega enfermeiros, neste caso Estado e Instituições Privadas. Assim, temos uma visão idealista e outra real, mais amarga. Torna-se necessário chegar a um equilíbrio entre ambas, para que não se defraude expectativas nos profissionais de saúde e população receptora de cuidados. Não será uma dicotomia muito grave e difícil de explicar existirem locais (extensões de saúde) encerrados por falta de enfermeiros ou serviços de saúde que não abrem pelas mesmas razões, e depois verifica-se que existem em tão grande número no mercado de trabalho? Talvez seja altura de se avaliar ou reavaliar a necessidade de tão elevado número de Escolas de Enfermagem, pois de nada serve formar por formar. Aliás, a ideia pré-concebida de que formar-se em Enfermagem é garante de emprego é uma falsa ideia, geradora de falsas expectativas e que irá levar a curto/médio prazo a uma clivagem grande entre os profissionais já empregues e aqueles a quem lhes foi “prometido” um maná. Torna-se necessário começar a pensar a formação em Enfermagem numa perspectiva não de números, mas sim de qualidade. Existem em Portugal mais de 50 Escolas de Enfermagem (entre públicas e privadas), terá o nosso País capacidade e necessidade de tanto? Comparativamente, temos 4 Faculdades de Medicina, o que me parece francamente desequilibrado. Em resultado deste desequilíbrio, não se houve falar em desemprego entre a classe médica, pois não? Nunca fui a favor de “numerus clausus”, mas é necessária uma solução rápida. Assim, urge que quem de direito coloque ordem nesta desordem que nos lesa a todos, mas mais que tudo à própria profissão, pois situações como as descritas no início deste texto são alvo que apenas posso apelidar de “escravatura branca” (por causa da cor das nossas fardas”), que não podem ser toleradas. A lei de mercado deve funcionar, neste momento temos mais oferta que procura, mas tal não deve abrir as portas do exagero e do ultrapassar de determinados limites que podem determinar, de forma definitiva, o olhar e o percurso dos enfermeiros recém-licenciados. A recente aprovação dos Estatutos da Ordem dos Enfermeiros poderá abrir caminho para que estas situações acabem e não se repitam, todavia o debate não deve esperar pelo normal desenvolvimento dos trâmites (sempre demorados) da alteração aprovada, mas deve começar já. As alterações necessárias devem começar por baixo, e neste caso, pelas Instituições Formadoras, é altura de decidirmos o que queremos de futuro, se uma profissão respeitada, aceite socialmente e geradora de paz social, ou se pelo contrário desejamos tempos de conflito, insatisfação pessoal e profissional dos enfermeiros recém-licenciados e um futuro incerto como profissão "



Fonte: Revista Nursing

segunda-feira, julho 02, 2007

Hoje é para reflectir....

Foto: Miguel Rita, www.olhares.com

"Exige muito de ti e espera pouco dos outros "
Confúcio, China Antiga [551-479 aC] Sábio

Foto: Sérgio Rodrigo, www.olhares.com

"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê "
Platão, Grécia Antiga [427-347 aC] Filósofo

domingo, julho 01, 2007

Corporativismo cego.


Mais uma vez o sr. bastonário da Ordem dos Médicos devia ter ficado calado. Quando soube que a directora do Centro de Saúde de Viera do Minho tinha sido exonerada, o sr. bastonário veio logo a público repudiar a situação e lamentar o que tinha acontecido à referida "médica"!

O corporativismo é tão cego e a "sede" de protagonismo é tão exacerbada, que o sr. bastonário nem sabia que a tal "médica" directora do Centro de Saúde era afinal.. uma assistente administrativa principal licenciada em filosofia, ou seja, uma administrativa!

Mais uma "barretada" para o quadro de mérito do sr. bastonário, pois este, aparentemente, não sabe que nos termos da lei um director de um Centro de Saúde não tem de ser obrigatoriamente médico, mas sim um profissional licenciado.

Enfermeiros Cirurgiões II


No seguimento do post "Enfermeiros Cirurgiões", um colega, Enfermeiro dos CSP, deixou-nos a sua contribuição:
a
"Infelizmente Portugal está em tudo atrasado, não aproveitando o que temos de melhor. Por exemplo trabalho em cuidados primários há cerca de dezoito anos, e quem faz as suturas sou eu e mais 4 colegas. Eu e mais dois, tivemos a sorte de nos ter sido dado treino (a nível particular, nada de oficial) em pequena cirurgia e fazemos exerces de quistos sebáceos, lipomas, nevos e biópsia, quer incisionais, quer excisionais, de lesões. Com tudo isto, quem tem beneficiado são os doentes,a quem atempadamente têm-se feito o diagnóstico anatomopatológico de muitos câncros em fase inicial, muitos deles com exerce completa das lesões, já para não falar da diminuição de tempo para exerce de lesões benignas como quistos sebáceos, mas que tanto incomodam os utentes, assim diminuindo as idas às urgências com quistos infectados já com abcessos e celulites, que que levam a tratamentos mais caros, pois têm que ser drenados, gastam mais material e tempo do enfermeiro assim como custos com antibioterapia, tendo posteriormente a necessidade na mesma da sua exerce cirurgica com encerramento directo.Outro tipo de cirurgias efectuadas é a correcção cirúrgica de unhas encravadas, com remoção parcial da matriz e encerramento com sutura, sem necessidade de extracção total da unha, o que levaria mais tempo na cicatrização e mais gastos em material. Todo este trabalho é apoiado por médicos de clinica geral, que ajudam no diagnóstico e na terapêutica farmacológica. Enfim, penso que por este país fora haverá mais enfermeiros da minha geração que farão este tipo de trabalho, com rigor técnico e científico, pois no meu caso, posso dizer que já fiz inervenções inclusivamente a médicos e seus familiares. Outro tipo de intervenções efectuads é a electrocoagulação de verrugas plantares e pequenos condilomas. A nível das verrugas estamos actualmente a utilizar o azoto liquido, com excelentes resultado ao nível das cicatrizes pos-tratamentos. Pena é que a Ordem dos enfermeiros não se preocupe em estudar estas práticas com a Ordem dos médicos, de forma a certificar competências e dar autonomia nesta área, aos enfermeiros que o desejarem. "

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Novo grupo para reflexão de Enfermagem (a promessa é: o que quer que ali se escreva, chegará a "quem de direito")! 

Para que a opinião de cada um tenha uma consequência positiva! Contribuição efectiva!